quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Um venerável cidadão do Mundo

"Falar de Eusébio é fácil, mas retratar a admiração que o Mundo lhe dispensa, hoje, como há 50 anos, ou seja, transmitir a imagem verdadeira do que ele continua a representar, aqui, como em qualquer lugar, ou mais em qualquer lugar do que aqui, é missão a que não me atrevo, pela razão simples de temer não ser capaz de honrar pela palavra escrita a elevação de situações que esta profissão que amo me permitiu testemunhar. Recordo-as apenas:

Nova Iorque, espera no aeroporto para regressar a Lisboa. Passa um grupo de freiras, com destino à Índia. Perguntam: quem são? É a equipa de futebol do Benfica. Ah!, Benfica, está aí o Eusébio? Gostávamos de tirar uma fotografia com ele. Infelizmente, Eusébio não estava. Reacção entusiasmada do nosso Alfredo Farinha: é espantoso, estas irmãs de certeza que nunca o viram jogar...

Bucareste, ainda no tempo de Ceausescu, com as longas e demoradas filas no controlo de passaportes. Eusébio aguarda pela sua vez... até ser reconhecido. Polícia intervém e o «senhor Eusébio faz o favor de nos acompanhar». Esperam os outros, Eusébio, não. Nem na Roménia do ditador.

Manchester, final da Champions. Está lá Eusébio em iniciativa promocional. O interesse é enorme e a organização tem de arranjar uma sala só para ele ser entrevistado por televisões, rádios e jornais maioritariamente britânicos. Confidencia-me: «não percebo isto, nunca consegui ganhar em Wembley e gostam de mim»...

Roma, Eusébio recebe o galardão de Cavaleiro de Roma. A sua presença agita o centro da capital italiana. Aparece a polícia, Eusébio viaja para o local da homenagem, e um jovem, 16-17 anos, grita: «Eusébio, és grande!». Também eu pensei: este miúdo nunca o viu jogar...

Londres, Eusébio, entre figuras sonantes, é incluído na feira da promoção da final da Champions. Centenas de pessoas aguardam mais de uma hora ao frio por um autógrafo, uma fotografia, um sorriso.

Cá dentro, vemo-lo como Eusébio. Nós acentuamos-lhe os pecados; eles valorizam-lhe as virtudes. Eusébio é maior do que País, é um venerável cidadão do Mundo."


Fernando Guerra, in A Bola

Eusébio, o imortal

"Eusébio, que Deus o guarde por muitos e bons anos, conseguiu aquilo de que só uma elite pode gabar-se: a imortalidade em vida.

Estátuas, nome de ruas e de um avião da TAP, tudo isso faz parte de excepcionalidade que separa Eusébio da Silva Ferreira do comum habitante do planeta. Como explicar o fenómeno-Eusébio? Não é fácil. O king atingiu o auge quando a televisão era a preto e branco e ir a Badajoz era considerado ir ao estrangeiro. Mas, mesmo assim, continua a ser reconhecido como se de Cristiano Ronaldo - estrela nascida na aldeia global - se tratasse.

Viajar com Eusébio e assistir às manifestações com que é acolhido é uma coisa como a Coca-Cola, primeiro estranha-se depois entranha-se. É perceber como todos são iguais mas alguns são mais iguais que outros. É, enfim, partilhar momentos com uma lenda viva, a derradeira lenda viva portuguesa... Tive oportunidade de privar directamente com Eusébio durante vários anos e depois disso temos mantido um contacto regular. Conheci-o no início dos anos 80, quando ele regressou ao Benfica, primeiro como treinador dos juvenis, depois como treinador dos guarda-redes. Já lá vão 30 anos, o king ia nos 40, já tinha o joelho muito maltratado mas, mesmo assim, continuava a rematar como ninguém, para mal dos pecados do Bento, do Silvino, do Neno e meus também. O que Eusébio mais gostava de fazer era colocar meia dúzia de bolas na linha da grande área e rematá-las, de rajada, dizendo antes para onde ia chutar. Dessa forma, a humilhação do guarda-redes era maior, porque nem por saber que a bola ia para a direita ou para esquerda, para cima ou para baixo conseguia defendê-la (salvo raras e honrosas excepções a que Eusébio respondia, «essa não valeu!»). Hoje, celebramos os 70 anos do maior jogador português de todos os tempos. Deve ser um dia de festa colectiva, porque Eusébio, apesar de todo o benfiquismo que transporta agarrado à pele é, de facto, património nacional. E é também património da humanidade. Mas antes disso é nosso. Muito nosso..."


José Manuel Delgado, in A Bola

Reverencialmente como eles em 72

"Até eu tenho, passe o exagero, milhentas histórias com Eusébio. A primeira, era eu muito miúdo, não mais de 10 anos, aconteceu no Paco, na Avenida de Berna: tímido, picado por minha Mãe, papel na mão... saquei-lhe um autógrafo; anos depois, já espigadote, houve no Estádio da Luz um daqueles jogo/festa que metia jogadores de múltiplos países e vedetas da TV, e levado por meu Pai, naquele frenesim de final de jogo, quando lhe apertei a mão, ouvi-lhe carinhosamente «és filho do Amadeu?»; no início da década de 80, na primeira vez que fui a Moçambique, foi a seu lado, e do senhor Mário Coluna, que tive a felicidade de conhecer essa figura imensa que foi Samora Moisés Machel; finalmente, para não ser fastidioso, jamais esquecerei duas noites de convívio fantástico nos Açores, quando A BOLA muito bem decidiu agraciar Pauleta. Porém, aquilo que me traz aqui passou-se em 1972, quando Luanda foi brindada com a visita do Benfica de Lisboa (era assim que a malta dizia) para um jogo com o Benfica de Luanda. Nessa noite cálida, Estádio dos Coqueiros repleto nos seus 12 mil lugares. Obviamente muito nas calmas, o SLB goleou: 8-0, como A BOLA confirmava (que comprei três/quatro dias depois, como sempre fazia, a 50 escudos de então cada exemplar), deliciando-me a ler o que o saudoso Homero Serpa escreveu e eu vi. Bom, o SLB goleou, mas até ao 7-0 sem qualquer golo de king. Até que aconteceu uma falta aí a uns 10 metros da grande área e o povo gritou a plenos pulmões «Eusébio, Eusébio, Eusébio». E Eusébio fez-lhe a vontade. Bola batida com perícia, não em força, mas em jeito, que o bom do Magalhães não conseguiu travar, nem a barreira fez por isso, pois reverencialmente curvou-se o mais possível, assim ao jeito da saudação dos encarnados aos adeptos, para que o MAIOR deixasse a sua marca. A exemplo dos jogadores do Benfica de Luanda naquela saudosa noite, aqui estou eu, meu querido amigo KING a dar-lhe os parabéns, disposto a fazer o mesmo daqui por mais 70 anos. Seria óptimo para ambos..."


José Manuel Freitas, in A Bola

Valeu-me a tareia do Real Madrid

"Estava o Benfica no auge da sua projecção europeia, coube-me ser o enviado-especial de A BOLA a uma das suas frequentes deslocações ao estrangeiro. E quis o acaso que, numa das escalas da ida, a equipa do Real Madrid se juntasse à equipa do Benfica no avião onde também eu viajava. Houve natural confraternização entre as duas caravanas, esse saudável convívio foi apreciado e realçado por diversos passageiros, mas até alguns deles notaram (sobretudo quando solicitaram autógrafos) que a humildade dos jogadores do Benfica contrastava com algum distanciamento dos jogadores do Real Madrid. E, naturalmente, tudo isso registei no primeiro serviço que enviei para A BOLA. Pouco tempo depois, Outubro de 1962, coube-me acompanhar o Belenenses a Barcelona, para jogo da então existente Taça das Cidades com Feira. E, numa manhã, quando do hotel saí para comprar jornais, o homenzinho do quiosque julgou-me adepto do Belenenses e, assegurando-me copiosa goleada do seu Barça, levou-me a revelar-lhe a minha profissão e a razão da minha presença ali. Surpreendido, reagiu (sempre em espanhol, já se vê): «Periodista português? A última edição da revista mensal do Real Madrid bateu forte num seu colega». E eu, naturalmente, perguntei-lhe se tinha algum exemplar da publicação a que aludia. Tinha, sim senhor. E a surpresa passou a ser minha, pois era eu o visado, com a tareia em grande nas duas páginas centrais da revista mensal do histórico clube espanhol, por causa do que eu escrevera sobre o encontro Benfica-Real Madrid no avião. O homenzinho do quiosque começou por se confessar incrédulo. Mas, quando lhe mostrei documento de identificação, terá visto em mim o herói que ousara afrontar o grande rival do seu querido Barça, pois abraçou-me, foi chamar o colega do quiosque vizinho, falou-me de mim como se fosse de outro mundo, fez questão de me oferecer a revista do Real Madrid e só a muito custo consegui pagar-lhe os jornais do dia.

Um forte abraço de parabéns, sr. Eusébio da Silva Ferreira, por sempre ter sido como que o símbolo de tal humildade profundamente marcante daquela histórica equipa do Benfica e pelos sete a zero de vida que hoje alcança."


Cruz dos Santos, in A Bola

O irmão branco de Eusébio

"Eram irmãos gémeos. Falavam por sinais, como se a vida fosse um jogo de bisca. O Nuno achava sempre graça ao que o Eusébio dizia, ao que Eusébio fazia. Abria o sorriso quando estava com ele e os seus olhos eram os olhos de um irmão orgulhoso. A amizade do Nuno Ferrari e do Eusébio era indestrutível. Estava acima dos homens e deste mundo de rancores e de invejas. Juntos eram um. O Nuno com a máquina, o Eusébio com a bola. Cada qual conhecia, como as palmas de suas mãos, o melhor ângulo do outro. Às vezes, nesses intervalos de vida que permitem vagares, trocavam silêncios como se dissessem palavras. De outras vezes, quando a paixão frenética que Eusébio sempre teve pelo jogo de futebol se desenrolava na tela verde dos estádios, o Nuno vivia em frenesim pela melhor foto da sua vida, que sempre ficou por tirar. Por fim, o jogo terminava, o Eusébio seguia para o duche e o Nuno corria para o seu pequeno automóvel, arrancando a toda a velocidade na direcção do Bairro Alto. Era o tempo em que os carros pequenos cabiam em todas as pequenas esquinas da rua Diário de Notícias e as nossas vizinhas da vida nocturna nos avisavam da presença impertinente dos chuis. O Nuno subia esbaforido a velha escada do 23 da Travessa da Queimada, o suor a escorrer-lhe pela cara, as calças (mesmo com suspensórios) deslizando pela barriga, as rugas mais marcadas pelo desespero da hora urgente. Depois a redacção debruçava-se sobre a arte derramada a preto e branco e deslumbrava-se a ver o Vítor Santos na escolha da melhor fotografia do Eusébio para a primeira página de A BOLA. Quando o Nuno achava que a foto era digna de Eusébio, voltava ao seu pequeno estúdio, fazia cópias e guardava-as num envelope para, depois, lhas entregar. Ficava, então, a vê-lo, embevecido, a olhar o espelho do seu talento. Eusébio pagava sempre com um sorriso único, que é como se devem pagar estas lembranças. E se hoje, dia em que Eusébio cumpre 70 anos de vida, seria dia para eu homenagear Eusébio, achei, assim, preferível, por dever de memória e de companheirismo, falar-vos dessa história que ainda ninguém escreveu, de dois irmãos de alma gémea que, como se sabe, não tem idade, nem cor."


Vítor Serpa, in A Bola

Por muitos anos com Vitórias e muita Saúde. Parabéns King



PS: A forma como a RTP Informação tratou a mais recente entrevista do Eusébio, é vergonhosa... mas não surpreende. Um pedido de desculpa é o minimo exigível. Recordo que o tal jogo Beira-Mar-Benfica acabou empatado, 2-2, e o Benfica foi Campeão nesse ano com 9 pontos de vantagem. Numa altura onde as lesões nos joelhos impediam o King de fazer aquilo que mais gostava...

O sabor da palavra vitória

"Que fiquem as análises técnicas para os especialistas, para os que tudo sabem, anotam e decoram. É uma sabedoria que respeito e admiro, mas que não partilho, já que o meu olhar se demora muito mais nas emoções e nas impressões fugazes, que costumam ser as do espectador comum e anónimo cujo coração bate ao ritmo do grande massa de adeptos que associa o Benfica ao desejo de vitória com o qual uma grande parte dos Portugueses se identifica, sobretudo em tempo de generalizada descrença e de persistente falta de alento.

O Benfica dobrou a metade do Campeonato, espécie de Cabo da Boa Esperança, numa promissora posição de liderança que foi confirmada com mais uma excelente exibição frente ao esforçado Vitória de Setúbal, com um bom guarda-redes, uma defesa demasiado vulnerável e com parcos argumentos para travar o fluxo ofensivo de uma equipa confiante nas suas capacidades e na força moral que abre o caminho para os títulos que a História regista.

Disse um grande poeta e ensaísta norte-americano, de nome Erza Pound, que a técnica, na escrita poética, é tanto mais importante quanto menos nos damos conta dela. E isso acontece quando essa técnica se converte, para quem escreve, numa verdadeira 'segunda pele'. Com propriedade, poderá aplicar-se esta ideia ao Benfica actual, já que a técnica que milita a favor das suas boas exibições é tão natural e fluente que nunca se sobrepõe à alegria de jogar e à capacidade de fazer golos. A média tem sido de quatro, os últimos jogos, o que significa que a pontaria está certeira e que o trabalho colectivo não cessa de dar frutos.

Não faltam os jogadores certos para todas as posições, sendo visível a força e a agilidade de uma equipa que nunca deixa que a arquitectura táctica cerceie a criatividade individual e o talento exibicional. O Benfica de hoje conseguiu o ponto de equilíbrio ideal entre essas duas componentes que fazem a diferença e nos fazem confiar cada vez mais num epílogo triunfante. Força, Benfica!"


José Jorge Letria, in O Benfica

Invencibilidade

"O segundo semestre de 2011 foi excelente para o Benfica. Não fosse o empate na jornada inaugural, em Barcelos, frente ao Gil Vicente, mais a eliminação da Taça de Portugal, no Funchal, com o Marítimo, e bem se poderia falar de uma caminhada assombrosa e sem ponta de mácula. Ainda assim, o registo 'encarnado' terá, porventura, superado as melhores expectativas, sobretudo depois da frustração na fase terminal da primeira metade do ano.

Este Benfica, tão categoricamente competitivo, está a entusiasmar os aficionados e a justificar loas de todos aqueles que acompanham de perto as diferentes provas em que a formação de Jorge Jesus está envolvida. Ademais, não é apenas a nível doméstico que o Benfica tem revelado grande competência e mestria. Também no contexto internacional, a equipa assinou na primeira metade da temporada um desempenho que chegou a roçar o brilhantismo.

Sem derrotas na Liga, numa altura de dobragem do Campeonato, há já quem equacione a possibilidade do Benfica não apenas se sagrar Campeão, como o poder fazer na posse do invejável estatuto de conjunto invicto, algo que aconteceria pela segunda vez (outra houve, mas o Campeonato não foi ganho) no seu vasto historial. A probabilidade até tem consistência, mas afigura-se prematuro conjecturá-la sem reservas.

Pior de que a animosidade dos adeptos é o triunfalismo exacerbado. Os campeões são-no - também - por cultivarem a modéstia, por saberem renunciar à sobranceria. De resto, doravante, cada vez será mais dilatada a vontade dos opositores, quaisquer que sejam, de infligirem na Liga o primeiro desaire ao Benfica. Importa que esse desejo dos adversários seja (sempre, sempre mesmo) menor do que a vontade da nossa equipa de se manter imbatível na prova mais importante do calendário nacional."


João Malheiro, in O Benfica

Em grande...

"1. Muitos motivos de satisfação no sábado. Estádio quase cheio, muita animação, equipa com grande disponibilidade física, vários golos, excelentes exibições. Terminada a 1.ª volta, lideramos, sem derrotas, como há muito não acontecia. E o nosso Cardozo, que marcou mais dois golos, é o melhor marcador, por muito que isso custe a uma colunista do Record que ali escreve na condição de benfiquista mas, lamentavelmente, com os seus escritos, só pode desestabilizar a equipa, que é como quem diz, prejudicar o Clube. Teremos que manter a onda de apoio até final do Campeonato. E a equipa terá de manter a atitude demonstrada no sábado passado. Porque as maiores dificuldades chegarão agora.

2. Gostei de ler as notícias a propósito de Enzo Pérez. A Direcção foi firme perante a atitude do jogador e do seu empresário e estes tiveram que ceder. Os jogadores têm que se convencer de que têm direitos mas também têm deveres. E, ao tomar esta firme decisão, a nossa Direcção enviou um recado claro para todos os outros e, principalmente para os empresários!

3. O Sporting processou o jornal Público pela reportagem sobre as fotos (no mínimo) agressivas (e que a UEFA já obrigou a retirar), colocadas no corredor de acesso ao balneário das equipas visitantes. E quer pelo menos um milhão de euros de indemnização! Ridículo. Se calhar o jornal é que teria direito a indemnização pelo mentiroso comunicado do clube!...

4. Título de 1.ª página do Diário de Notícias de domingo: 'Cardozo e James mantêm acesa guerra entre Benfica e FC Porto'. Acompanha-o fotos dos dois jogadores. Título de 1.ª página do Jornal de Notícias do mesmo dia: 'James ajuda FC Porto a manter luta com Benfica'. Acompanha foto do jogador portista. Os dois jornais pertencem à mesma empresa (Controlinveste), um tem sede em Lisboa e outro no Porto. O de Lisboa mostra ser um jornal nacional, o do Porto aposta em ser um jornal regional. O exemplo destes dois jornais generaliza-se às empresas em geral. As que estão sediadas em Lisboa (nacionais) sentem-se na obrigação de apoiar todos os clubes; as sediadas no Porto (regionais) não têm problemas em apoiar apenas os clubes locais."


Arons de Carvalho, in O Benfica

56 Mil

"Mais precisamente: 56.155. Da minha parte éramos três. E ao fim da tarde de sábado passado, o Benfica, a jogar em casa com o 14º classificado, e respondendo a um apelo da equipa, fez a segunda maior 'casa' da I Liga até ao momento. Mais público só na Luz para o Benfica-Sporting: 63.146. Nenhuma outra equipa fez nada que se parecesse. A terceira maior assistência da Liga é em casa do FC Porto, no jogo com o Benfica, claro. E não é apenas de uma fria estatística que se trata. O Benfica enche o maior Estádio de Portugal com entusiasmo, euforia, ondas e cânticos nas bancadas, bom futebol no relvado e golos, muitos e bonitos golos. Como diria o malogrado Jorge Perestrelo 'é disto que o meu povo golo'.

O Benfica tem o melhor ataque e o melhor marcador. O segundo melhor marcador do Benfica tem mais golos que os melhores do Porto e do Sporting.

Falando de golos, quero aqui prestar singela homenagem a Óscar René Cardozo Marin, o 'Tacuara'. Em mês e meio é a segunda vez que Cardozo é expulso por acumulação de amarelos: frente ao Sporting, por dar um murro na relva ao falhar um remate; desta vez, por cair ao saltar por cima do guarda-redes contrário para evitar o choque. Nem com estas 'ajudas' os demais marcadores conseguem evitar que Óscar Cardozo lhes fuja. O público da Luz, que tantas vezes se impacienta quando o Tacuara não marca, desta vez aplaudiu-o de pé quando saiu mais cedo, com dois golos à sua conta no marcador e mais dois remates para golo parados pelo guarda-redes contrário.

Já fora do Estádio, vi no pequeno ecrã de uma roulotte de comes e bebes um jogador do Benfica a dizer que os adeptos ajudaram muito. A equipa também ajudou muito os adeptos."



João Paulo Guerra, in O Benfica

Para sempre eterno...


20/07/1979 - 25/01/2004

SEMPRE ETERNO! NÃO TE ESQUEÇEMOS MIKI!