sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Como não havemos de estar felizes?

"Acabou a primeira volta do campeonato. Finalizou a fase de grupos da Liga dos Campeões. E o Benfica cumpriu os dois principais objectivos. Liderar o campeonato sem derrotas, ganhar o grupo e apear o Manchester United. Como não havemos de estar felizes?

O Benfica tem o melhor ataque da competição, tem a melhor diferença de golos e o melhor marcador do campeonato. Como não havemos de estar felizes?

Basta um empate em casa no último jogo para estar nas meias-finais da Taça da Liga e poder, pela primeira vez, ganhar quatro títulos seguidos de uma competição nacional. Como não havemos de estar felizes?

Da última vez que o Benfica terminou a primeira volta em primeiro isolado e sem derrotas eu andava no Liceu e tinha 14 anos. Por vezes nem apreciamos aquilo que conseguimos. Como não havemos de estar felizes?

Nesta primeira volta, Vítor Pereira mostrou não ser tão forte como Villas Boas. Domingos mostrou ser igual a Paulo Sérgio, só Jorge Jesus mostrou ser ainda melhor que Jorge Jesus. Pontuação dixit.

No último mês, o Santa Clara, ao perder 0-2 na Luz, fez o melhor resultado que algum adversário do Benfica conseguiu. Rio Ave, Vitória de Guimarães, UD Leiria e V. Setúbal fizeram pior. Como não havemos de estar felizes?

A fronteira do sucesso e do fracasso é estreita em futebol. O FC Porto está apenas a dois pontos e é adversário capaz, mas não poderemos negar cinco grandes meses deste Benfica. Razões várias de um sucesso colectivo que só fará sentido se culminar em títulos.

Os recordes entretêm e vão mantendo alto o moral e elevado o ânimo mas só títulos são razão bastante de festejo.

Iniciar a segunda volta sem «Galo», ganhar ao Gil Vicente e continuar felizes a ganhar jogos e bater recordes.

Abraço amigo nesta hora de infortúnio para o Nelson Évora, perda olímpica, injustiça cruel."


Sílvio Cervan, in A Bola

Direitos televisivos

"Num momento em que o Benfica domina o campeonato, o nosso Estádio enche e se perspectivam tempos de algum apaziguamento, há um assunto que nos tem preocupado nestes, aparentemente, plácidos tempos de benfiquismo: a anunciada renegociação dos direitos televisivos.

Há quem defenda que se deve fazer o melhor negócio possível, independentemente do interlocutor da negociação; há quem defenda que nem se deveria levantar a possibilidade de renegociar com a Olivedesportos; há quem defenda que a Benfica TV, com outro enquadramento, é a melhor solução; há quem defenda que se está a precipitar o tempo da decisão relativamente a este assunto… O tema está longe de ser pacífico e, no meio de tudo isto, surge uma nova personagem na presidência da Liga que defende e promete, demagogicamente e servindo interesses que não me parecem os do Benfica, a negociação colectiva dos ditos direitos.

A informação acerca do assunto é quase diária e nem sempre é credível. Há muito ruído e pouco esclarecimento. Deste modo, defendo que, neste momento, Luís Filipe Vieira deverá encontrar uma solução que permita, dentro da família benfiquista, discutir a situação, esclarecer os sócios acerca das suas intenções e ficar esclarecido acerca das intenções dos associados.

Nem sempre as emoções das massas são o melhor conselheiro na condução racional dos negócios do nosso Clube. Ainda assim, o assunto em apreço é de tal ordem sensível que uma decisão tomada apenas na solidão de um gabinete e indiferente à vontade dos sócios pode colocar em causa a própria decisão."


Pedro F. Ferreira, in O Benfica