quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Crise? Qual crise?

"É incompreensível que um clube português possa pagar por um jogador de apenas 20 anos, cujo talento é muito exaltado no seu país (o Brasil) mas quem em Portugal pode não ter sucesso (sobram casos desses), a astronómica quantia de quase 18 milhões de euros! Do mesmo modo que é incompreensível que nesse valor estejam incluídos, perto de 5 milhões de euros de comissões, o que corresponde a 35 por cento do preço final! Será que uma operação destas não desperta nenhuma estranheza a ninguém? Nem mesmo à CMVM, a quem são comunicados em detalhe os valores despendidos? Será que este jogador, de nome Danilo, quando chegar em Janeiro vai ter lugar na equipa? Ou vai ficar meses a fio no rol dos desaparecidos, como sucede com o seu ex-companheiro do Santos, Alex Sandro, e com o argentino Iturbe, proclamado pela imprensa sul-americana como o «novo» Messi?

Oxalá que o fair play financeiro que a UEFA de Platini promete pôr em prática já em 2013 sirva ao menos para evitar (no que não acredito) que desatinos destes possam acontecer num país onde pouco ou nada falta para se começar a morrer de fome! Sem saber ainda como vai acabar esta cruzada, Platini entretanto já se envolveu noutra guerra, desta vez com Sepp Blatter, o outro sacripanta da FIFA. Não está só no campo da batalha, tem a respaldá-lo o presidente da federação alemã, Zwanziger. Exigem à FIFA: 1. mais democracia na caduca International Board; 2. maior controlo financeiro sobre os dirigentes que ocupam ou se candidatam ao Comité Executivo; 3. novas regras para a eleição do presidente; 4. mais voz ao clubes; 5. instituição de uma comissão de ética séria, composta por gente do desporto e das leis. Beckenbauer e Rummenigge aplaudem."

Manuel Martins de Sá, in A Bola