domingo, 23 de outubro de 2011

Mais um susto !!!




CAB Madeira 87 - 92 Benfica



Eu sei que as 'remontadas' são engraçadas, relevam o espírito ganhador da equipa, dão emoção, mas muito sinceramente esta equipa tem a obrigação de ganhar, sem percalços, com vantagens consistentes, e sem sobressaltos... hoje, mais uma vez, tivemos que sofrer, desnecessariamente!!! O 3º período e o início do 4º, foram muito maus... Só algum descontrolo emocional já nos últimos segundos dos nossos adversários, 'facilitou' a nossa vitória...

O Seth foi o melhor marcador da equipa, jogou bem, mas com um plantel tão vasto, não compreendo porque é que ele foi obrigado a jogar os 40 minutos!!! Assim como é estranho a não utilização do Carreira.

O Benfica a nível nacional, inclusive com os Corruptos, tem uma enorme vantagem no jogo interior, em altura e peso!!! Portanto, é de esperar que os nossos adversários em desespero de causa, apostem tudo no seu jogo exterior. Hoje o CAB marcou 17 triplos (uma eficácia de 43%!!!), praticamente 60% dos pontos dos Madeirenses foram triplos, não é fácil defender este tipo de estratégia ofensiva, depende muito da inspiração do adversário, mas o Benfica tem que estar preparado para este tipo de jogo.

Os regresso do Ben e a estreia do Betinho, são excelentes notícias. Estão naturalmente com falta de ritmo, mas rapidamente vão poder exibir o seu melhor jogo...

Gosto de ver equipas, agressivas, com ambição, e vontade de vencer, espero (mas não acredito!!!) que o CAB Madeira se apresente em todos os jogos com a mesma atitude de hoje, inclusive o treinador!!!

Agressividade é bem vinda, mas os árbitros devem aplicar a lei. Hoje, mais de metade das faltas do CAB não foram marcadas. Aplicando a lei, ao intervalo o CAB já teria todos os jogadores excluídos!!! Isto torna-se ainda mais irritante, quando usando um extraordinário zelo, se marca constantemente faltas ofensivas aos jogadores do Benfica. Se existe um desequilíbrio entre os planteis, não faz parte das funções dos árbitros equilibrar as partidas artificialmente...

Redes reforçadas

"O ano passado chegou a ser um suplício. O começo comprometedor de Roberto, apresentado como solução para a baliza do Benfica, deixou os adeptos sobressaltados e descrentes das potencialidades do jovem guardião. Verdade que, a página tantas, até se reabilitou, assinando alguns desempenhos auspiciosos. Só que na fase conclusiva da temporada, Roberto voltou a hipotecar objectivos, ainda que todo o colectivo tivesse responsabilidades.

Roberto entrou mal e saiu menos bem. Trata-se de um jovem que tem tudo para crescer, mas mostrou-se incapaz de dar confiança aos torcedores da causa rubra. A sua saída era uma inevitabilidade e, em matéria financeira, Luís Filipe Vieira demonstrou mestria inigualável.

Com Artur e Eduardo, esta época, o Benfica não garantiu uma solução, antes duas soluções. A dupla, pelo menos no contexto nacional, é de fazer inveja aos opositores. Trata-se de dois guarda-redes de amplos recursos, susceptíveis de conferirem serenidade e optimismo permanente, logo num posto específico da maior responsabilidade.

Num longo desfile, salpicado de vitórias e alegrias múltiplas, aqui de podem invocar, respeitantes às últimas décadas, Bastos, Costa Pereira, José Henrique, Bento, Silvino, Neno, Preud'Homme. Quanto vale um grande guarda-redes numa equipa ambiciosa? Pode valer triunfos? Pode mesmo valer títulos.

Artur e Eduardo são as chaves do castelo defensivo do Benfica. Podem, e devem ser também, as chaves de um problema que urgia resolver. As redes vermelhas estão, ao que tudo indica e já deu para ver, bem entregues, muito bem entregues. A confiança regressou e com ela a esperança em coisas bonitas."


João Malheiro, in O Benfica

Balanço negativo

"Quando se aproximam as eleições na FPF, é altura de fazer um balanço dos 15 anos que Gilberto Madaíl levou à frente dos destinos da mesma. Infelizmente, esse balanço não pode ser positivo. Admito que Gilberto Madaíl seja uma pessoa estimável (não o conheço), mas o seu trabalho em todos estes anos foi quase sempre marcado pela mediocridade, e muitas vezes pela fuga às responsabilidades.

Argumenta-se que levou a Selecção a Europeus e Mundiais. Ao contrário de um clube, onde as
direcções contratam e vendem futebolistas, não creio que um dirigente federativo tenha mérito substantivo nas vitórias desportivas da respectiva Selecção. Na minha óptica, Madaíl teve apenas a sorte do seu consulado coincidir com uma extraordinária geração de talentos (Rui Costa, Figo, João Pinto, Simão, Ronaldo, etc), que, ela sim, proporcionou os resultados que a FPF pouco fez por merecer. Acresce que, sob a sua liderança, nem só de rosas viveu a Selecção Nacional. Os Mundiais de 2002 e 2010 foram momentos de angústia colectiva, com casos de indisciplina e desorganização que saltaram à vista de todos, e dos quais não se chegaram a apurar as devidas culpas. Pelo meio, nos tempos de Scolari foi o próprio seleccionador que, assumindo tarefas que competiam aos dirigentes, disfarçou insuficiências que nunca deixaram de subsistir.
Mas nem é a Selecção o principal critério de análise a uma direcção federativa (mesmo sendo ela a sua grande fonte de financiamento). O futebol das divisões secundárias quase morreu neste período, não se tendo visto o mais pequeno esforço para o compatibilizar com os paradigmas dos novos tempos.

As selecções jovens, com a honrosa excepção do último Mundial de Sub-20, eclipsaram-se. Os quadros competitivos continuam desfasados da realidade, e reféns de interesses menos claros. E embora sem responsabilidades directas no assunto, não me lembro de ouvir um pio a Madaíl quando escutas telefónicas demonstraram ao país a corrupção em que navegava o nosso futebol.
Por tudo isto, Gilberto Madaíl não irá deixar saudades."


Luís Fialho, in O Benfica