quinta-feira, 14 de julho de 2011

Que bom, não vamos ser os grandes campeões do defeso

"São já muitas as pré-temporadas do Benfica que prometem maravilhas que se desvanecem ao primeiro contacto com a realidade


repararam, com certeza, que a pré-temporada do Benfica está a deixar eufóricos os nossos adversários. Compreende-se e não lhes pode levar a mal. Sentiríamos exactamente o mesmo no lugar deles.

Do meu ponto de vista, o que me desagradou mais nesta semana suíça não foi o empate com o Servette, nem a derrota com o Dijon, nem a lamentável linha defensiva de recurso, nem a atabalhoada linha média em concurso, nem a ineficiente linha atacante sem discurso.

Estes são apenas pormenores que o tempo, se houver bons ventos, se encarregará de corrigir e de pôr na ordem. O que mais me desagradou foi o facto de não se ter visto um sorriso de um jogador do Benfica ou de um responsável do Benfica ao longo dos 90 minutos vezes 3 jogos na Suíça.

Também não me afundo em pessimismos como alguns adeptos do Benfica que já deitaram a toalha ao chão e ainda Agosto vem longe.

-Bruno César conseguiu aparecer ainda mais gordo no terceiro jogo do que no primeiro jogo! - disse-me ainda ontem um amigo benfiquista, com muita amargura.

-Com Nuno Gomes não tínhamos perdidos com o Dijon - disse logo outro que ia a passar furibundo.

Com o devido respeito pelas opiniões em contrário, julgo que estão a analisar mal a questão. Tudo isto é pensado, científico.

Este ano o Benfica apostou fortemente em começar bem a época, ao contrário do que sucedeu na época passada e em muitas, mas mesmo muitas épocas anteriores. E para começar bem a época a sério, muito provavelmente, tem de começar mal na pré-temporada. É que também são já muitas as grandes pré-temporadas do Benfica que prometem maravilhas que se desvanecem ao primeiro contacto com a realidade.

Portanto, esta época a sério só pode nos pode correr muito bem.

É com grande alívio que devemos constatar que este ano, finalmente, não vamos ser os campeões do defeso.




NA imprensa, a semana arrancou com notícias do interesse do Benfica em Alex Sandro. Portanto, foi sem grande surpresa que os benfiquistas leram ontem na primeira página deste jornal que Alex Sandro assinou um contrato com o FC Porto. Como é público, o FC Porto tem um espião infiltrado na estrutura da Luz e sabe sempre antecipar-se ao Benfica nestas jogadas.

Também não se percebe bem porque razão há-de o Pinto da Costa estar a gastar dinheiro com um espião na Luz quando lhe basta, todas as manhãs, ao sair de casa deitar uma espreitadela aos quiosques e ler nas primeiras páginas dos jornais os nomes de todos os jogadores que interessam e não interessam ao Benfica.

Voltemos a Alex Sandro. Trata-se de um defesa-esquerdo brasileiro que é o habitual suplente de Léo no Santos. Léo está feliz em São Paulo e recentemente afirmou que depois de deixar de jogar o seu maior desejo é chegar a presidente do Santos. Léo cumpriu umas épocas de excelente nível na Luz e deixou saudades.

Só com a expulsão Coentrão na Luz, há dois anos, é que os adeptos do Benfica deixaram de chorar por Léo que se foi embora quase sem ter tempo para se despedir depois de se ter incompatibilizado com Quique Flores. Foi assim, registe-se porque não vá haver outras teorias, que os jornais da especialidade nos contaram a história.

Mas, na verdade, nunca há nada a lamentar nestes enredos. Se Léo não se tivesse desagradado com Quique Flores o mais provável é que Fábio Coentrão nunca tivesse vingado na Luz e estivesse hoje emprestado ao FC Badajoz, ou pior. Benditas sejam, portanto, estas voltas do futebol. E que o FC Porto leve o Alex Sandro à vontade.



ANDRÉ VILLAS BOAS nasceu com uma boa estrelinha. Tem sorte, enfim. Começou a treinar em Inglaterra no preciso momento em que um dos mais temidos e execráveis tablóides inglesses chega ao fim da linha. O News of the World não resisitiu a um escândalo que envolveu escutas telefónicas ilegais, fechou as portas e, certamente, não irá incomodar Villas Boas como tanto incomodou Mourinho num passado recente.

Não há nada que não acabe, é verdade. O News of the World era um jornal centenário, fundado em 1843, cinquenta anos antes da fundação do FC Porto. Ou 63 anos antes, como gostarem mais.

Mas mesmo no seu estertor, ou seja, na sua última edição, o News of the World ainda conseguiu entrar no balneário do Chelsea para publicar o código Villas Boas, um documento interno que vai reger os comportamentos e os horários de trabalho dos jogadores dos blues de Stamford Bridge. Como é possível que uma coisa destas aconteça num clube tão bem organizado como é o Chelsea?

Só pode significar que Pinto da Costa deslocou o apregoado espião que tinha na Luz para Londres de modo a saber tudo o que se passa no Chelsea, como sabia tudo o que se passava no Benfica, e a poder desacreditar o seu ex-treinador junto da exigentíssima imprensa britânica. Isto é muito verosímil.




DIEGO MARADONA veio em socorro de Lionel Messi e fez muito bem. A Argentina em peso não perdoa ao melhor jogador do mundo que não seja, ao serviço da Pátria, o melhor jogador do mundo igualzinho àquele que joga no Barcelona.

A situação faz lembrar muito o que se passa com Portugal em peso e com Cristiano Ronaldo sempre que este melhor jogador do mundo defende as cores da Selecção Nacional. Joga invariavelmente debaixo de um coro de assobios e de 'ohs!' de decepção porque este nosso melhor jogador do mundo é, francamente, muito melhor jogador do mundo quando joga com a camisola do Real Madrid.

Maradona não se limitou a consolar Messi face à incompreensão dos adeptos argentinos como resolveu dar uma aula pública sobre o assunto. «Na Argentina, onde estão o Iniesta, o Piqué o Xavi?», perguntou Diego Armando aos jornalistas seus compatriotas. Sem querer dar razão à força a Maradona, não haja dúvida que se passa um bocado mesmo a coisa com Cristiano Ronaldo quando joga na selecção portuguesa. Onde é que está um Casillas, um Alonso ou um Sérgio Ramos na equipa nacional?

Um Pepe e um Fábio Coentrão ainda se arranjam...




CÉSAR PEIXOTO tem vindo a ser notícia porque quer sair do Benfica onde apenas é solicitado para jogar como defesa-esquerdo, posição que não é a sua e que lhe desagrada.

Maior do que o seu desagrado com o trabalho que lhe confiam na Luz é o desagrado dos adeptos do Benfica sempre que César Peixoto toca na bola. Já ouvi dizer a muitos benfiquistas que a saída de César Peixoto é uma coisa boa para o Benfica. Estão profundamente enganados. É uma coisa péssima porque agora não há quem assobiar no Estádio da Luz. Também é verdade que, pelo que se viu na Suíça, não vai ser difícil aos adeptos do Benfica elegerem rapidamente um qualquer substituto para Peixoto."


Leonor Pinhão, in A Bola

Comentário sobre comentários

"Como em quase tudo na vida, o resultado condiciona a apreciação do que a ele conduz. No fundo, exprime uma consonância não polémica e evita o trabalho de justificar o seu contrário.

No desporto, esta regra é quase levada à categoria de universal. Os comentários sobre um jogo acabam sempre por dar razão ao resultado. À falta de melhor conclusão, há sempre a velha frase «não obstante, o resultado acaba por justificar-se». Como se vê pelo uso do verbo reflexivo, o dito resultado contém em si a justificação.

Para se perceber como esta regra, quase pavloviana, nem sempre condiz com o jogo, seria interessante fazer um teste. Imaginemos que um comentador não vê os últimos cinco minutos da final da Liga Europa e que nesses derradeiros momentos o Braga marcaria e acabaria por ser vitorioso. Ora, sem os minutos finais e com o resultado favorável ao Porto, a sua análise seria a esperada: «O Porto foi um justo vencedor. Teve mais bola, foi inteligente na ocupação do espaço, o Braga esteve quase sempre manietado por uma defesa alta dos portistas, e não teve antídoto sempre que o Porto acelerava e flanqueava o seu jogo. Uma vitória do colectivo alicerçada em valores individuais de classe.»

O mesmíssimo comentador, caso tivesse assistido à reviravolta do resultado nos últimos minutos, já remataria o seu comentário de maneira bem diversa: «Jogando com paciência e cinismo, o Braga acabou por ver premiada a sua inteligência táctica e o rigor posicional. Foi cirurgicamente venenoso nos seus rápidos contra-ataques que abalaram a defesa portista. Uma vitória do carácter, da persisitência e da ousadia.»

Que me perdoem os bons profissionais, mas percebe-se por que razão o som da minha TV vai ficando imperceptível quando vejo um jogo..."

Bagão Félix, in A Bola

Witsel



Um bom jogador, que vai acrescentar qualidade ao plantel. É claramente um '8', muito parecido com o 'nosso' ex-Ramires.

Na época anterior as transições defensivas foram o nosso principal problema, este é o tipo de jogador que ajuda a equilibrar o equipa, marca golos, mas mais importante, pressiona, recupera, usa o físico, e faz as faltas 'necessárias' (prevejo uma campanha anti-Witsel por parte dos nossos inimigos, estilo David Luíz)...

O Jesus 'encaixou' o Ramires na ala direita no seu esquema habitual, não sei se vai fazer o mesmo com o Witsel, mas prevejo algumas experiências nos próximos jogos!!! Na Suíça, o Jesus exprimentou um 'Plano B' durante alguns minutos, o 4-2-3-1. Creio que nos jogos de grau de dificuldade mais elevado, esta será a melhor opção, o sucesso deste esquema na minha opinião vai depender de qual o jogador escolhido para jogar à frente da dupla Javi/Witsel e atrás do Cardozo: Parece-me que o Jara, Gaitán ou Bruno César são os jogadores com melhores caracteristicas para esta posição, em sentido contrário acho que o Martins, o Aimar e o Saviola 'encaixam' mal neste esquema...