sábado, 18 de junho de 2011

O perigo da grandeza

"A enxurrada nos jornais continua. São reforços e outros reforços com origem nas mais desencontradas latitudes. Afinal, quantas equipas vai ter o Benfica na próxima temporada? Quantos plantéis? O povo vermelho incomoda-se com a tendência da imprensa para empurrar jogadores rumo à Luz. Tempo perdido, energias desperdiçadas. É sempre assim nos defesos. Foi, é e será. O Benfica vende como nenhum outro clube em Portugal.

Para onde devem os simpatizantes da causa rubra mobilizar atenções? Para outros folhetins, esses sim, perturbadores. Nos últimos dias, multiplicam-se referências a Luís Filipe Vieira, a Rui Costa, a Jorge Jesus, a Nuno Gomes, a Fábio Coentrão. Demasiado cirúrgicas e, no essencial, depreciativas. Pior, em alguns casos, provocatórias mesmo. Há aí muita matéria gizada com o intuito de criar divisões no seio da família benfiquista. Importa que todos o percebam a saibam responder em conformidade.

Infelizmente, alguns benfiquistas que escrevem nos jornais e debitam nas televisões e nas rádios, não entendem o que está verdadeiramente em causa. Embarcam nas esparrelas, quais inocentes úteis. A questão é simples, tão simples como isto: numa altura em que o futebol do Benfica procura corrigir erros do passado e criar condições para uma época vitoriosa, não falta quem tente fomentar uma atmosfera tensa, susceptível de criar rupturas internas e distrair os responsáveis daquilo que é primacial.

Os nossos adversários sabem o que fazem. O Benfica incomoda muita gente. Os nossos correligionários, ainda que só alguns, não sabem o que dizem. O Benfica é mesmo muito grande. Nas virtudes? Também nos pecados."


João Malheiro, in O Benfica

Papel

"Chega-se a esta época do ano, o chamado defeso no futebol, e é sempre a mesma farsada: o Benfica, por ser verdadeiramente o único clube que faz vender papel de jornal, é todos os dias sujeito das mais aparatosas 'notícias' sobre compras e vendas, chegadas e partidas, contratações, roubos e desvios, jogadores na mira e empresários à coca. Já cheguei a ler, em letras garrafais, a 'notícia' da transferência de Ricardinho, da equipa de futsal para o plantel de futebol do Benfica. De maneira que quanto mais sencionalista é o pasquim mais fácil se lhe torna vender papel impresso com balelas, e esgotar edições, desde que o Benfica venha no título.

E as 'notícias' são, a maior parte das vezes, tudo menos o que lá está. São jogadas de empresários, para apresentar, promover ou subir os preços da 'mercadoria', que é assim que muitos deles encaram os profissionais da bola: objectos de compra e venda. São meras invencionices para vender papel - como a ridícula 'notícia' sobre o craque Ricardinho a passar para o relvado. São jogadas para denegrir dirigentes que não vão em cantigas - atribuindo-lhes intenções de compra sucessivamente falhadas, que, somadas, dão um rotundo 'fracasso'. São jogadas de clubes, associados ou não a empresários, para encarecerem aquisições de adversários. São, enfim, jogadas de especulação e da má-fé sem a mínima consideração pela dignidade de pessoas humanas com que os atletas merecem ser tratados.

Agora, em tempos de crise, a situação agudiza-se. E lá vem o nome do Benfica a servir como benemérito involuntário dos vendedores de papel impresso com tretas, o que não é a mesma coisa que jornais."



João Paulo Guerra, in O Benfica

Olhos nos olhos

"Dizia-me recentemente um consócio benfiquista que é essencial olhá-los (aos obstáculos) olhos nos olhos. Nesta singela expressão de benfiquismo está o grande desafio de coragem lançado a Job “Olha de frente tudo o que é grande”. Ou seja, reconhece os obstáculos, reconhece a sua grandeza, e apenas sendo grande os poderás ultrapassar. Para os ultrapassar, olha-os de frente.

Por vezes, é a própria grandeza que se transforma no obstáculo. A dimensão gigantesca do nosso Benfica é a sua maior riqueza, mas essa mesma dimensão pode ser o maior dos obstáculos. Reconhecer, com coragem, esta realidade e olhá-la olhos nos olhos é a única forma de transformar a divisão provocada pela pluralidade na união necessitada pela realidade.

Como é que se pode aglutinar o que, por natureza, é diversificado? Como é que se pode unir o que, por natureza, é diferente? A aglutinação surge espontaneamente nos festejos das vitórias, tal como surge espontaneamente nos momentos em que sentimos em perigo a própria sobrevivência do Benfica. Ou seja, a união surge nos momentos-limite. E o que fazer nos momentos, como o actual, em que as vitórias não surgem, mas o Benfica não está (como esteve num passado não muito longínquo) em perigo de sobrevivência?

Nestes momentos, o único caminho aglutinador é a união em torno das referências, daqueles que têm sido exemplo e testemunho de benfiquismo, daqueles a quem vulgarmente chamamos símbolos do Benfica e exemplos de benfiquismo. Para seguir este caminho aglutinador é preciso olhar olhos nos olhos para tudo o que é grande. É um exemplo de grandeza manter os símbolos do benfiquismo na casa do Benfica. Se queremos unir os benfiquistas, não podemos desviar o olhar desta realidade, temos de nos olhar olhos nos olhos."


Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Estranha incapacidade...






...em 'segurar' o resultado!!! A equipa demonstrou uma péssima percentagem de concretização, mas quando se colocou em vantagem, as 'coisas' ainda correram pior, a incapacidade em 'matar' o jogo foi gritante em todos os jogos... hoje a história repetiu-se, curiosamente com o resultado em 3-3, depois da 'soneca', voltámos a dominar o jogo... cometemos vários erros individuais, principalmente a defender, a equipa necessita de sangue novo, mais velocidade... mesmo assim hoje, o momento do jogo foi o 4º golo do Sporting (já o 1º deixou muitas dúvidas, onde a ausência de repetição nada ajudou...) , seria falta em qualquer campo de Futebol de 11, quanto mais em Futsal (são proibidos 'carrinhos' frontais), as equipas estavam a arriscar pouco, já cheirava a penalty's. Já o ano passado no jogo decisivo, existiu um atropelamento do Cristiano sobre o Ricardinho para penalty não assinalado, isto depois de ter sido marcado um penalty inexistente contra o Benfica...

Das muitas incidências do jogo, realço somente o comportamento animalesco do treinador Lagarto, um hino ao anti-desportivismo, e não foi só neste jogo, este senhor não sabe mais, já na Selecção era sempre o mesmo festival... escrevi aqui, com bastante antecedência aquilo que esperava desta final, independentemente do resultado, e parece que não me enganei... a única coisa que me escapou foi o tremendo 'galo' contra o Benfica, houve méritos e deméritos, mas tirando o auto-golo que acabou por não ter qualquer influência no resultado, nos três jogos, não tivémos uma única 'carambola' a nosso favor...!!!

Fui contra a contratação do Paulo Fernandes, a saída do jogador mais influente, não ajudou, qualquer equipa sentiria a falta do melhor jogador do mundo, durante a época a equipa parecia estar equilibrada, mas nos jogos mais 'apertados' faltou o desiquilibrador, e quando a consistência defensiva que seria de esperar deste treinador não apareceu, os títulos fugiram... uma coisa é ganhar contra o Benfica usando a motivação anti-benfiquista básica, outra coisa é ganhar ao serviço do Benfica, sem jogadores a 'espumar pela boca'... Seria fácil para mim neste momento exigir uma mudança tecnica, mas não o faço, o Benfica tem que se reforçar, e o treinador deve ter mais uma oportunidade, mas é só mais uma...

Nuno fará parte da nossa história

"Há dois anos defendi que Nuno Gomes, então com 33, devia renovar por um ou dois anos com o Benfica. Fui criticado por vários benfiquistas, abordado de forma desagradável porque Nuno Gomes estava velho e já não era solução.

Há dois anos prolongar o contrato era uma asneira, Vieira e Rui Costa tinham protegido um amigo que já pouco daria ao clube no entender de muitos. Dois anos volvidos parece que houve um clique colectivo com a saida do avançado aos 35 anos.

Imaginem a saída de Raul no ano passado, mais novo e ainda mais ligado ao Real Madrid e à sua história. Eu sei que Maldini e Nesta jogaram até mais tarde mas não eram avançados.

Muitos dos hipócritas que hoje criticam a sua saída foram os mesmos que criticaram a sua permanência em 2009.

Posso referi-lo até porque foi pública a minha admiração e defesa de Nuno como jogador. Como pessoa, foi simplesmente o jogador de futebol mais gentil e educado com que alguma vez me cruzei. Um principe no trato, um cavalheiro na postura e um profissional sempre que vestiu a camisola de águia ao peito.

Só não esqueço aquela Taça, que ao serviço do Boavista nos venceu por 3-2, com erros de Paraty mas uma soberba exibição do Nuno.

Nuno Gomes pelo que foi, e ainda pode vir a ser no Benfica, tem o direito de não ser usado como arma de arremesso. Nuno Gomes fará sempre parte da nossa história.

A ser verdade o que os jornais noticiam já estamos perto dos 150 jogadores. Tenho uma curiosidade monstra em ver quantos aparecem dia 22 na porta do Centro de Estágio do Seixal.

Verdadeiramente preocupante é o facto da nossa defesa estar a disputar a Copa América na altura das pré eliminatórias da Champions. Aí pode Jorge Jesus ter uma dor de cabeça.

«O que torto nasce, tarde ou nunca de endireita», e por isso a época tem mesmo que começar bem... Dia 22 começa."



Sílvio Cervan, in A Bola