quinta-feira, 16 de junho de 2011

Nuno Coelho

No meio de tantos nomes, até agora só o Bruno César, o Matic, e o Artur tinham sido oficializados. Portanto aqui está o 4º reforço confirmado para a próxima época:



Lembro-me bem dos jogos do Nuno Coelho nas Selecções jovens, era um jogador diferente, um médio-ofensivo com bastante qualidade de passe. Com a idade, acabou por recuar no terreno, mas não é um trinco, na minha opinião tem muitas parecenças com o Ruben Amorim...

Um grande departamento de ralações

"O Nuno Gomes vai para o Sporting? A questão pairou ontem na nação benfiquista nas horas que se seguiram ao anúncio da despedida do jogador. Se em vez de ter jogado durante uma década no Benfica, Nuno Gomes tivesse sido jogador do FC Porto e o clube entendesse que não havia interesse em mantê-lo por mais um ano no activo, certamente que Nuno Gomes iria para o Sporting.

Tal como fez Fernando Gomes, uma glória do FC Porto. Quando o FC Porto não o quis mais como jogador, o bi-bota rumou a Alvalade e ainda conseguiu provar a sua utilidade ainda que num patamar abaixo da qualidade da competição. E, vinte anos depois dessa sua experiência na casa de um rival, Fernando Gomes haveria de regressar ao FC Porto onde ocupa, actualmente, um posto profissional no departamento de relações do clube que foi sempre o seu.

Nuno Gomes, no seu caso, ainda não está virado para o departamento de relações e muito certamente, com a sua saída, deixará aberto na Luz um grande departamento de ralações. A dispensa fria de um jogador carismático, sendo uma opção técnica com superior aval político, poderá constituir uma forte ralação para todos os responsáveis do Benfica caso os projectos de renovação em curso não dêem logo nas primeiras semanas da próxima temporada os resultados ambicionados.

Entre os dois Nuno Gomes há pontos comuns e pontos díspares. Por exemplo, Nuno Gomes, deixando de usar chuteiras, nem teria de esperar os vinte anos que Fernando Gomes esperou para regressar à casa-mãe visto que, justamente com a guia de marcha do balneário, recebeu um convite para integrar a estrutura da SAD do Benfica não aceitou porque pretende prolongar a sua carreira como jogador por mais um ano.

Compreende-se. E quem viu, este ano, um Nuno Gomes ultra-certeiro, a facturar golos nas raras vezes que foi mandado saltar do banco para o relvado, só pode respeitar e levar muito a sério esta vontade do jogador de continuar a fazer golos com uma outra camisola e com um outro emblema.

Será com a camisola do Sporting que Nuno Gomes vai voltar a fazer golos? Ou com a camisola do FC Porto?

Os adeptos do Benfica interrogam-se porque estas coisas preocupam sempre. E mesmo aqueles adeptos do Benfica que nunca se cansaram de assobiar Nuno Gomes e só descobriram este ano, em que praticamente não jogou, que ele era indispensável, esses mesmo são os primeiros a arrepiar-se só de imaginarem um Nuno Gomes de verde ou de azul e às riscas, como é comum nos equipamentos dos dois maiores rivais do Benfica.

A decisão de não contar mais com Nuno Gomes no Benfica é muito discutível, vai ser muito discutida, mas é corajosa da parte de Jorge Jesus. Revela que o treinador do Benfica acredita nas potencialidades da equipa que vai dirigir e, não menos importante, acredita também nas suas próprias capacidades para cumprir um percurso que se advinha difícil.

Jorge Jesus será muito feliz em 2011/2012 se passar a época toda sem ter de ouvir falar de Nuno Gomes. E para isso acontecer o Benfica terá de jogar muito bem e de marcar golos, muitos golos. Dando-se o caso contrário, é certo e sabido que a cada falhanço dos avançados do Benfica diante da baliza adversária, logo se ouvirão milhares de vozes, vindas das bancadas, clamando vingativas:

-Eh pá, esta até o Nuno Gomes metia!

E é isto que se chama um grande departamento de ralações.




NA Suíça, o Servette subiu à primeira divisão pela mão de João Alves e presta-se agora a reforçar o contingente português com a contratação de Costinha para o cargo de director-desportivo. Costinha vai partir para mais uma aventura no estrangeiro sem rancores de qualquer espécie para com o Sporting, a sua última entidade patronal.

Costinha apenas lamenta que, ao contrário do que se passou no seu fugaz consulado em Alvalade, haja agora «dinheiro para tudo», referindo-se aos capitais necessários para comprar os jogadores que não teve autorização para ir buscar.

Mas o sportinguismo confesso de Costinha não pode ser minimamente posto em causa. «Amo o Sporting e vou estar na Suíça sempre com a televisão ligada para acompanhar a equipa», garantiu pondo até em risco a sua relação profissional com o clube suíço que lhe contratou os préstimos.

-Então mas o Monsieur Costinha está aqui para ver os jogos do Servette, que lhe paga o salário, ou do Sporting de Gijón? - vão-lhe perguntar, com cara de poucos amigos, os seus novos patrões.

-Não é o Sporting de Gijón, é o Sporting de Lisboa - há-de responder João Alves, apressadamente.

-Desculpa João, mas não é o Sporting de Lisboa, é o Sporting Clube de Portugal! - corrigirá Costinha, orgulhoso do já secular naming.

Mas esta parte final dos diálogos já nem sequer foi escutada pelos dirigentes do Servette que tinham saído porta fora, confusos e desanimados. Não têm, no entanto, motivos para tais sentimentos.

Costinha é um profissional e também vai gostar do Servette. Aliás, em toda a sua carreira como jogador, Costinha nunca marcou um golo ao Servette. E se marcou, de certeza que não o foi comemorar com danças desafiadoramente triunfantes para juntinho da bancada de sócios do popular clube suíço.




O Benfica contratou Melgarejo, um paraguaio goleador, para substituir Cardozo, outro paraguaio goleador. Lendo os jornais parece que ninguém avisou Cardozo que vai ser substituído por um compatriota, tantas são as declarações de afinco para a próxima época que o Paraguaio I vem produzindo nas últimas semanas. Isto ao ponto de recusar trocar o Benfica por propostas bem compostas vindas de outros pontos do globo.

O Paraguaio II, no entanto, tem a certeza do ao que vem. «É uma honra substituir Cardozo», disse e deve estar verdadeiramente muito bem informado.

Aqui, o negócio é golos. E Óscar Cardozo provou ser o melhor goleador do Benfica desde os tempos já longínquos de Matts Magnusson, facto brilhante que nunca chegou para convencer uma fatia larga de adeptos benfiquistas. E Cardozo até conquistou, no ano passado, uma Bola de Prata, troféu que nenhum outro jogador do Benfica, nem Nuno Gomes, conquistara desde a Bola de Prata de Rui Águas, em 1990/1991. E com isto passaram-se exactamente vinte anos.

Melgarejo nem sabe a alta exigência que o espera. É bom que venha preparado para superar esse choque. E o Paraguaio II começou mal a sua aventura portuguesa.

De acordo com os jornais, assim que desembarcou no Aeroporto da Portela foi logo arrecadado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que o obrigou a umas inesperadas horas de espera antes de poder, finalmente, ver o incomparável céu de Lisboa.

É que Melgarejo chegou a Portugal com passaporte de turista e o pessoal do SEF, todos benfiquistas danados, entenderam, e bem, que se Melgarejo vinha com passaporte de turista é porque estava a contar vir de férias para o Benfica, o que não se admite da maneira nenhuma. Esteve, assim, o nosso novo recruta detido por um aborrecido par de horas no aeroporto cumprindo, a mando das autoridades nacionais, um todo novo ritual de chegadas de jogadores.

Foi bom que tivesse acontecido como aconteceu. Até para provar, com grande honra para as nossas cores, que o Benfica não está acima da Lei.

Força Melgarejo! E não te ponhas também a falhar penalties porque foi por aí mesmo que o teu infeliz compatriota de desgraçou entre nós."


Leonor Pinhão, in A Bola

O erro de Fábio

"Muitos adeptos do Benfica estão desolados: a época “desastrosa” termina com um “desastroso” processo contra Fábio Coentrão.

Ora, nem a época foi desastrosa nem o processo é desastroso. O Benfica foi 2.º no campeonato, chegou às meias-finais da Liga Europa e da Taça de Portugal, e ganhou a Taça da Liga. É pouco? Segundo as contas que fiz, foi a terceira melhor época do clube nos últimos dez anos.

O problema está na comparação da época passada com esta. E nas “humilhações” contra o FC Porto – que os benfiquistas não perdoam, porque não aceitam que o FC Porto da época passada era quase imbatível.

Falando agora de Fábio, é óbvio que tinha de ser processado. Ao dizer que queria ir para o Real e até já lá tinha a cabeça, Coentrão fragilizou a posição negocial do Benfica. Se um jogador diz que a sua vontade é mudar de ares, o clube onde está perde margem de manobra e o valor da transferência baixa.

E se é certo que o Benfica deve muito a Fábio, certo é também que Fábio deve ainda mais ao Benfica.

Quando regressou à Luz, vindo do Rio Ave, Fábio Coentrão era um jogador vulgar, daqueles que abundam nas equipas do meio da tabela. Ora Jesus percebeu-lhe as qualidades, mudou-lhe a posição e o modo de jogar, motivou-o – e fez dele um dos melhores laterais do Mundo.

Fábio podia estar hoje numa cidade de província a marcar passo – e está em vias de ir para Madrid como grande estrela.

E é também por isso que um treinador pode ser importante: para identificar talentos, potenciá-los, pô-los a jogar e a deliciar os adeptos durante dois ou três anos – permitindo ao clube fazer amanhã bons negócios."