sábado, 6 de novembro de 2010
Regresso às vitórias no Campeonato
Continua a 'dança' das ausências, desta vez foi o Jenkins, e o Henry.
Uma 'gestão' do esforço que no 4ºperiodo com a diferença pontual a baixar perigosamente, podia ter saído 'caro'...!!!
As condolências para o Eky.
Trafulhice Máxima !!!
Não se assistiu a um jogo de Hóquei Patins, mas sim a um jogo de 'Mergulho em Patins', a diferença no marcador foi fabricada num período onde nenhuma falta foi marcada a favor do Benfica ('metade final' da primeira parte, e a primeira metade da segunda parte). Sempre a correr atrás do prejuízo, sempre com o dobro das faltas. Os mais 'mansos' vão dizer que falhamos demasiados livres directos, mas se a gente os tem marcado, outros teriam sido inventados contra nós...
Com as novas regras, o trabalho dos trafulhas é facilitado, basta ir marcando as faltas a meio-campo, e esperar pelos livres directos. Como jogador Corrupto no chão é obrigatoriamente falta, o que é de admirar, é como é que o Benfica chegou a perder por somente um golo nos últimos segundos. Inacreditável como agressões repetidas, quase sempre à 'Stickada', nunca foram penalizadas com vermelho directo para os Porcos!!!
Não defendo o fim da modalidade, a segunda mais antiga em actividade do nosso Clube, mas o Benfica deve-se recusar partilhar o Campeonato com esta organização criminosa, e por isso defendo que o Benfica deve fazer todos os esforços para participar no Campeonato Espanhol.
Depois da milagrosa vitória na Supertaça, era de esperar uma reacção, esta noite tivemos a confirmação que vai ser impossível ganhar o Campeonato...
O dia D
"Chegou a hora de todas as decisões. Não deveria ser assim, mas, infelizmente, com apenas nove jornadas decorridas, o 'clássico' de domingo é mesmo decisivo para o Benfica.
Uma eventual derrota deitará por terra o sonho do bicampeonato, e mesmo um empate deixará pouca margem de recuperação. Só a vitória nos interessa, e teremos de ser capazes de a alcançar num ambiente tremendamente hostil, perante uma equipa forte, motivada e confiante, que tudo fará para, em sua casa, dar o golpe final nas nossas aspirações.
Um 'clássico' decisivo, jogado no campo do adversário, e com este em grande forma. Situação mais adversa não existirá no mundo do futebol. Mas, como muitas vezes na vida, por detrás das cortinas do risco, aparece, com ar secretamente sedutor, a luminosa oportunidade. Uns, os grandes, agarram-na. Os outros não.
É em momentos como estes que se vêem os grandes campeões. É nas adversidades, nas situações de maior pressão, que os homens têm de saber provar as suas reais capacidades. Este é pois um desafio à bravura dos nossos jogadores, que terão de puxar do escudo que trazem nos ombros para impor a sua qualidade e a sua raça. Esta é a oportunidade que têm para mostrar que são campeões, que querem continuar a sê-lo, e que merecem voltar a sê-lo. Uma oportunidade única, que não pode ser desperdiçada. E que - acredito plenamente - não vai ser desperdiçada. Só com uma força mental superior poderemos encarar este desafio de frente. Só transformando todo o enquadramento do jogo num suplemento anímico capaz de alimentar a nossa ambição, seremos capazes de alcançar o objectivo. Se a nossa equipa se mantiver concentrada, se conseguir alhear-se do ambiente e jogar o que sabe, se encarar cada lance como a disputa de uma vida, estou em crer que teremos firmes hipóteses de sair do Estádio do Dragão com uma vitória. E depois, com o moral em alta, com o rival mais pressionado, com uma diferença pontual recuperável, com vantagem no confronto directo, um novo campeonato nascerá para nós."
Luís Fialho, in O Benfica
O dobro
"Há uma receita, entre outras, para que o Benfica vença o jogo da jornada deste fim-de-semana para o campeonato da Liga e se aproxime, assim, do seu posto natural, na frente da classificação.
A receita, que deu o maior sucesso na época transacta, foi anunciada por Jorge Jesus à chegada ao Benfica e foi posta progressivamente em prática, convencendo os adeptos mais reticentes. Prometeu Jesus, e cumpriu, que ia pôr o plantel do Benfica a 'jogar o dobro'.
É a hora, nesta jornada fulcral do campeonato - embora não decisiva - de retomar o propósito e aplicá-lo de novo este ano.
Com o plantel a 'jogar o dobro' é que ninguém pára o Benfica!
Por motivos sobejamente discutidos, o Benfica não entrou esta época a jogar por inteiro. Mas tem vindo a progredir. E se o plantel voltar a 'jogar o dobro', contem com o 'Glorioso' para falar de alto na discussão do título, apesar de todas as condicionantes que vão beliscando a verdade desportiva no futebol.
Há atletas que se exibem sempre a jogar 'o dobro' da média prevista e, na jornada anterior, Pablo Aimar, Fábio Coentrão e Roberto Jiménez - tal como os habitués Maxi, Luisão, David Luíz e Javi - deram disso bons exemplos.
Esta jornada é um bom marco para que toda a equipa volte a jogar 'o dobro', concentrada e firma na defesa, rápida e agressiva na passagem para o ataque, esclarecida e letal nos momentos decisivos do jogo no último terço do meio campo adversário.
A receita foi formulada por Jorge Jesus, mas 'jogar o dobro' deve vigorar como regra no Benfica, inerente à condição, ao orgulho e à honra de envergar a camisola berrante."
João Paulo Guerra, in O Benfica
O novo mural
"1. Fui há dias surpreendido pela construção do mural com os nomes dos Sócios Fundadores da nossa 'Nova Catedral' e no passado domingo estive na sua inauguração. Claro que fiquei satisfeito por ver o meu nome nesse mural. Já havia esquecido essa promessa e não considero que nós, os 'fundadores', tenhamos feito algo de muito especial. Lembro-me de sentir, na altura, que o preço pago pelos 10 anos de 'aluguer' do meu lugar era algo elevado face aos padrões habituais. Mas senti que, tendo os meios para isso, era meu dever ajudar o Clube nessa altura. Era o mínimo que poderia fazer. Não assisti à histórica campanha dos anos 1953-1954, aquando da construção do antigo Estádio, mas lembro-me perfeitamente de ouvir falar dela e, mais tarde, de ler o relato dos sacrifícios que fizeram milhares de benfiquistas anónimos, de todas as condições sociais, dando objectos para leiloar 'engordando' o mealheiro gigante colocado na Feira Popular, pagando as simbólicas enxadadas que marcaram o início da obra, aderindo aos múltiplos sorteios realizados. Os tempos, agora são outros e obra muito mais cara. Lembrei-me desses benfiquistas de 50 anos antes, ao comprar o meu Lugar Fundador. Senti que era um dever... para além de um motivo de satisfação. Claro que não estou arrependido. Só os jogos com o Sporting na penúltima jornada do campeonato de 2005 e com o Rio Ave na festiva jornada final do último título justificaram o 'investimento' feito em 2003. Fora todos os outros jogos, que se realizaram e se hão-de realizar. E as amizades que ganhei naquela zona da bancada, onde já todos nos cumprimentamos. A 'compra' daquela cadeira no Piso 0 da Bancada Meo, onde já tanto sofri mas também já muito festejei, foi, sem dúvida, um excelente investimento que fiz.
2. Independentemente de se concordar ou não com a decisão dos Orgãos Sociais do Clube de incentivar os sócios a não se deslocarem aos campos dos nossos adversários, não posso deixar de salientar a forma como muitos comentadores se referiram ao jogo no Algarve, afirmando que os benfiquistas não respeitaram a decisão. Claro que houve benfiquistas que, ou por não concordarem com o boicote ou por não aguentarem a ausência, foram ao jogo. Era impossível conseguir que ninguém fosse. Mas foi notório que o estádio tinha muitas e largas clareiras, bem pouco habituais quando o Benfica ali joga. Uma coisa é não se concordar com o boicote - e eu confesso não o compreender - outra é mistificar uma realidade."
Arons de Carvalho, in O Benfica
Tenho algo a acrescentar ao tema do Mural:
Durante os 106 anos da História do Benfica, em outras ocasiões, algumas vezes durante a construção dos 'nossos' Estádios, muitos Benfiquistas contribuíram, com dinheiro, em 'géneros', e muitos com o suor do seu próprio trabalho. Aliás nas velhinhas torres de iluminação do antigo Estádio da Luz, existiam azulejos com alguns desses nomes.
Acho justo que essas antigas referências fossem repostas. Não sei se nos arquivos do Clube, essa informação ainda existe, mas deixo a sugestão, que no futuro Museu, que está a ser preparado, que seja criada uma 'secção' dedicada aos Benfiquistas que ajudaram o Clube no passado, nem que seja um Mural ao adepto anónimo...!!!
Fábio e César
"Desde o início da época que se ouvem algumas vozes defender que, para o Benfica, este campeonato está perdido. E se partirmos do pressuposto de que, este ano, o principal adversário do Benfica tem sido o Benfica da época passada, estou disposto a concordar com o diagnóstico. Em rigor, o Di María, o Ramires e o Saviola de 2009/10 – hoje em dia, todos eles a jogar em clubes de dimensão mundial – não dão, por enquanto, qualquer tipo de hipótese ao Peixoto, ao Salvio e ao Saviola de 2010/11. Se, pelo contrário, olharmos para os nossos adversários reais, a conversa é outra.
Aos poucos, Jorge Jesus vai começando a fazer o luto da equipa do ano passado e a tornar-se mais pragmático. Até há bem pouco tempo, os leigos só concebiam duas variantes na utilização de Fábio Coentrão e César Peixoto na ala esquerda: Coentrão ataca mais/Peixoto defende mais, ou Coentrão defende mais/Peixoto ataca mais. Em boa hora, Jorge Jesus optou por uma alternativa, que não ocorrera a mais ninguém: Coentrão ataca mais e defende mais/Peixoto ataca menos e defende menos. Se, à primeira vista, a opção parece ter uma ligeira natureza burlesca, não me parece, contudo, que os franceses do Lyon estejam nesta altura em casa a rir-se do facto de terem saído da Luz com quatro “baguettes”.
Ora, esta estratégia implica, como António Tadeia observou, que Coentrão passe variadíssimas vezes por Peixoto: à ida para a grande área adversária (e, como se viu contra o Lyon, Peixoto é só o primeiro de muitos por quem Coentrão passa, a caminho da baliza adversária) e no regresso para a sua grande área. Ou seja, Peixoto faz, em campo, o papel de pai do Coentrão: como já não tem idade para aquelas correrias, diz-lhe que ele pode ir brincar com os outros meninos na relva, mas que não se afaste muito, e que volte à hora combinada. Pode ser o início de uma bonita amizade."
Aos poucos, Jorge Jesus vai começando a fazer o luto da equipa do ano passado e a tornar-se mais pragmático. Até há bem pouco tempo, os leigos só concebiam duas variantes na utilização de Fábio Coentrão e César Peixoto na ala esquerda: Coentrão ataca mais/Peixoto defende mais, ou Coentrão defende mais/Peixoto ataca mais. Em boa hora, Jorge Jesus optou por uma alternativa, que não ocorrera a mais ninguém: Coentrão ataca mais e defende mais/Peixoto ataca menos e defende menos. Se, à primeira vista, a opção parece ter uma ligeira natureza burlesca, não me parece, contudo, que os franceses do Lyon estejam nesta altura em casa a rir-se do facto de terem saído da Luz com quatro “baguettes”.
Ora, esta estratégia implica, como António Tadeia observou, que Coentrão passe variadíssimas vezes por Peixoto: à ida para a grande área adversária (e, como se viu contra o Lyon, Peixoto é só o primeiro de muitos por quem Coentrão passa, a caminho da baliza adversária) e no regresso para a sua grande área. Ou seja, Peixoto faz, em campo, o papel de pai do Coentrão: como já não tem idade para aquelas correrias, diz-lhe que ele pode ir brincar com os outros meninos na relva, mas que não se afaste muito, e que volte à hora combinada. Pode ser o início de uma bonita amizade."
A palavra do Porto-Benfica
"1 Manuel Sérgio escreveu que o nosso desporto de alta competição é tradicionalmente faccioso e, por isso, é verbal. Uma certa casta de dirigentes e treinadores do nosso futebol hiperbolizou o pressuposto – tornando-se, ainda na pena de Sérgio, os de “bravia hostilidade” os “mais publicitados”. O futebol fez uso da palavra para provocar e insultar os adversários e os “inimigos”. Usou o verbo para fidelizar e ludibriar os adeptos. Descobriu a imprensa para veicular os discursos que interessavam ao triunfo e à diminuição dos antagonistas. Desvendou que ser ventríloquo através de fiéis “escudeiros” exibia vantagem – os “escudeiros” que, vezes de mais, acabam em pirómanos das irracionalidades clubísticas. Acrescentaria que o futebol se tornou excessivamente verbal. Até para o jogo: Mourinho sabe interpretar essa verbalização como instrumento de motivação e influenciação das quatro linhas. Ainda que a origem do instrumento esteja nas tiradas de Pedroto, que, com a “estrutura” ainda imberbe, desequilibrava como ninguém. Foi ele, inteligente e sagaz, que ensinou a muitos o valor da palavra no futebol.
2 O futebol viu-se confrontado com a urgência em limitar mais o “palavreado”. Para defender a confiabilidade do “negócio”. Os regulamentos desportivos incluem várias restrições à liberdade de expressão e castigos pelas grosserias e difamações. Restrições legítimas, desde que adequadas e proporcionadas; logo, sem vício de inconstitucionalidade. Com efeito, quando alguém se eleva voluntariamente à condição de “agente desportivo” em virtude de participar numa competição, entra numa “relação especial de poder”. Deixa de ser tão-só cidadão comum e passa a ser sujeito portador de um conjunto novo de direitos, deveres e sujeições. Alguns destes deveres e sujeições resultam da limitação que é feita a alguns dos seus direitos fundamentais – não é uma eliminação –, em nome do bom funcionamento e dos objetivos da competição. Assim também acontece em relação a vários sujeitos que, em favor dos interesses e da credibilidade de uma profissão ou instituição, enfrentam idênticas limitações: os juízes, os advogados, os médicos, os militares, os funcionários públicos, etc. É nesse âmbito que os clubes, os dirigentes e os treinadores não podem colocar em causa a nomeação dos árbitros antes dos jogos, os jogadores e os treinadores castigados não podem realizar o seu trabalho nas jornadas seguintes, os dirigentes suspensos não devem comentar as competições onde foram castigados, os árbitros não falam sem autorização, etc. Restrições que são a face da responsabilidade de ser “agente desportivo”, que devem ser fiscalizadas com rigor e iniciativa pela justiça desportiva. E que, nos últimos anos, foram, tirando as exceções conhecidas, melhor aceites pelo nosso futebol.
3 O ambiente antes deste Porto-Benfica não foi ilegitimamente verbal. Parecia que descambava há umas semanas atrás mas endireitou-se. Parece que acabou por imperar a responsabilidade. Por fim, e até ver, falou-se do jogo. Como deve ser. Como deveria ter sido sempre, sem incendiários nem bombeiros."
2 O futebol viu-se confrontado com a urgência em limitar mais o “palavreado”. Para defender a confiabilidade do “negócio”. Os regulamentos desportivos incluem várias restrições à liberdade de expressão e castigos pelas grosserias e difamações. Restrições legítimas, desde que adequadas e proporcionadas; logo, sem vício de inconstitucionalidade. Com efeito, quando alguém se eleva voluntariamente à condição de “agente desportivo” em virtude de participar numa competição, entra numa “relação especial de poder”. Deixa de ser tão-só cidadão comum e passa a ser sujeito portador de um conjunto novo de direitos, deveres e sujeições. Alguns destes deveres e sujeições resultam da limitação que é feita a alguns dos seus direitos fundamentais – não é uma eliminação –, em nome do bom funcionamento e dos objetivos da competição. Assim também acontece em relação a vários sujeitos que, em favor dos interesses e da credibilidade de uma profissão ou instituição, enfrentam idênticas limitações: os juízes, os advogados, os médicos, os militares, os funcionários públicos, etc. É nesse âmbito que os clubes, os dirigentes e os treinadores não podem colocar em causa a nomeação dos árbitros antes dos jogos, os jogadores e os treinadores castigados não podem realizar o seu trabalho nas jornadas seguintes, os dirigentes suspensos não devem comentar as competições onde foram castigados, os árbitros não falam sem autorização, etc. Restrições que são a face da responsabilidade de ser “agente desportivo”, que devem ser fiscalizadas com rigor e iniciativa pela justiça desportiva. E que, nos últimos anos, foram, tirando as exceções conhecidas, melhor aceites pelo nosso futebol.
3 O ambiente antes deste Porto-Benfica não foi ilegitimamente verbal. Parecia que descambava há umas semanas atrás mas endireitou-se. Parece que acabou por imperar a responsabilidade. Por fim, e até ver, falou-se do jogo. Como deve ser. Como deveria ter sido sempre, sem incendiários nem bombeiros."
Grande vitória
A secção de Rugby do Benfica, obteve ontem a vitória mais significativa das últimas épocas. Depois de um mau início de época, principalmente na derrota com o Técnico, parece que a equipa deu a volta, vencendo os últimos 3 jogos, Académica, CRAV, e agora o Belenenses, uma das melhores equipas Nacionais, composta por muitos Internacionais. Ainda por cima jogou 60 minutos (em 80) com menos um jogador!!!
Houve uma pequena revolução na secção, exigia-se que assim fosse, o Benfica não pode contentar-se em lutar pela manutenção (ainda por cima com a secção feminina a dominar completamente o panorama nacional!!!), entraram muitos jogadores novos alguns à última hora, e também um treinador novo, inicialmente os resultados foram uma desilusão, mas esta vitória pode ser o ponto de viragem, espero bem que assim seja...
Parabéns ao Porto pela vitória de amanhã
"Manda o desportivismo felicitar o adversário quando ganha, e eu aproveito para me antecipar. No jogo de amanhã, tudo está a favor do Porto. O Benfica vai, provavelmente, apresentar a sua segunda equipa. Creio que a inteligente estratégia inaugurada pelo Leiria pode ter feito escola, e não me surpreenderia que todos os clubes passassem a jogar no Dragão com as reservas. Dizem que poupar jogadores no Dragão é duplamente saudável: refresca os titulares que descansam, e também revigora os clubes. Quando se sabe gerir o esforço é outra coisa. Além disso, o árbitro será Pedro Proença, que é benfiquista (como Vale e Azevedo), e é o célebre inventor do penalty inexistente de Yebda sobre Lisandro López, há dois anos.
Talvez Proença e Vilas Boas possam, no fim do jogo, trocar algumas impressões acerca da actividade de detectar penalties que mais ninguém vê, da qual são ambos orgulhosos praticantes. De acordo com o jornal Semanário Privado de 26 de Agosto de 2009 (que só li para não ser excluído da discussão pública), Pedro Proença é também referido na escuta de uma conversa entre Pinto da Costa e Pinto de Sousa. Pinto da Costa pergunta ao amigo quem vai ser o árbitro de determinado jogo do Porto, e Pinto de Sousa responde, referindo-se a Pedro Proença: «É o que a gente combinou». O futebol português pode ter muitos defeitos, mas do ponto de vista da organização é irrepreensível: quase tudo está combinado. Mais: o Benfica tornou a preparar-se de forma deficiente para o jogo. Como se viu em Coimbra, bola na mão na área do Porto é bola na mão; bola na mão na área do adversário é penalty, o que constitui urna vantagem inestimável para os portistas. A ártica maneira de contrariar esta vantagem do Porto é reforçar o plantel com jogadores manetas, e o Benfica teima em não o fazer. Por outro lado, a equipa volta a apresentar-se no Dragk) apenas com os onze jogadores, e não com onze jogadores e onze caddies. É indigno que tenham de ser os próprios futebolistas a apanhar as bolas de golfe.
ACADÉMICA e Porto encontraram-se na semana passada para jogar urna modalidade desconhecida, e o resultado final foi a vitória do Porto. Surpreendentemente, os três pontos obtidos contaram para o campeonato de futebol. Foram várias as pessoas que dis seram que o jogo não se deveria ter realizado, mas compreende-se a decisão de não adiar. Se o jogo tivesse sido adiado, o Porto chegaria ao encontro com o Benfica com apenas quatro pontos de avanço. Se se realizasse na data prevista, poderia chegar com sete. Valia a pena arriscar.
MIGUF.I. SOUSA TAVARES insiste que «a Declaração de Independência dos Estados Unidos é parte integrante da Constituição americana, escrita oito anos depois» . Lamento, mas é falso. A Declaração de Independência não é repito, não é — parte integrante da Constituição americana, que por sua vez não foi — repito, não foi — escrita oito anos depois, mas mais de dez anos depois. Não é bem uma questão de opinião, é um facto que pode ser comprovado por qualquer leitor, por exemplo no sitio da biblioteca do Congresso. Os leitores interessados podem ain da consultar Os Lusíada o Pantagruel e o Kama Sutra e verificar a curiosa coincidência de todas essas obras terem em comum com a Constituição americana o facto de a Declaração de Independência não ser — repito, não ser parte integrante delas. Creio que, após ter confundido a Constituição com a Declaração de Independência, MST confunde agora a Declaração de Independência com a Declaração dos Direitos dos Cidadãos (a chamada Bill of Rights), que contém as primeiras dez emendas à Constituição. Começam a faltar documentos históricos importantes para MST confundir com a Declaração de Independência, pelo que tomo a liberdade de sugerir, para confusões futuras, os seguintes: a Magna Carta, o Tratado de Tordesilhas e os Estatutos do Clube Desportivo Arrifanense. Resumindo: como tenho vindo a dizer, a frase que MST citou como sendo da Constituição é da Declaração de Independência — e atribuí-la à Constituição é, aliás, um erro comum. Mas não é grave. É sem dúvida menos grave do que a incapacidade de admitir erros. MST gaba-se de ter sido, juntamente com Cavaco Silva, «o único de todos os convidados a recusar o convite» para ir ao Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. Lamento, mas é falso Confesso que desconheço como é que MST, sem recurso a poderes mediúnicos, julga saber quem é que foi ou não convidado por nós, mas esta nova mistificação tem um objectivo claro: sugerir que os textos de MST são de tal modo excelentes que a mais pequena crítica que lhes seja feita só pode ser produto de tuna mesquinha vingança. No entanto, ao contrário do que MST pretende, recusaram ir ao programa Cavaco Silva, Jorge Sampaio, Pinto Monteiro, Manuel Pinho, Maria José Morgado, Belmiro de Azevedo, José Mourinho, Cristiana Ronaldo, Azeredo lopes, Maria dei urdes Rodrigues, Alberto João Jardim, Manuel Alegre, Pacheco Pereira, José Eduardo Moniz, Manuela Moura Guedes, Medina Carreira e Miguel Sousa Tavares. Faça-se justiça: NIST, não tendo sido o único a recusar, foi, sim, o único a pedir 24 horas para pensar. Todos os outros decidiram mais depressa. Quanto a nós, nem retaliamos contra quem recusa nem premiamos quem aceita. Basta lembrar que Rui Moreira aceitou participar num programa nosso e leva o mesmo tratamento. Mas, tal como MST, também eu me tenho lembrado, por estes dias, do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. Era um programa cuja estratégia humorística principal consistia em apresentar declarações de determinado político a defender urna dada posição, seguidas de outras declarações do mesmo político a defender a posição oposta. A incoerência, quando é assim flagrante, tem graça. E, como vivemos em democracia, apontar as incoerências dos mais altos (e também de alguns dos menos altos) dignitários da nação é legítimo. Fazer o mesmo com as doutas opiniões de comentadores desportivos é que parece ser intolerável."
Talvez Proença e Vilas Boas possam, no fim do jogo, trocar algumas impressões acerca da actividade de detectar penalties que mais ninguém vê, da qual são ambos orgulhosos praticantes. De acordo com o jornal Semanário Privado de 26 de Agosto de 2009 (que só li para não ser excluído da discussão pública), Pedro Proença é também referido na escuta de uma conversa entre Pinto da Costa e Pinto de Sousa. Pinto da Costa pergunta ao amigo quem vai ser o árbitro de determinado jogo do Porto, e Pinto de Sousa responde, referindo-se a Pedro Proença: «É o que a gente combinou». O futebol português pode ter muitos defeitos, mas do ponto de vista da organização é irrepreensível: quase tudo está combinado. Mais: o Benfica tornou a preparar-se de forma deficiente para o jogo. Como se viu em Coimbra, bola na mão na área do Porto é bola na mão; bola na mão na área do adversário é penalty, o que constitui urna vantagem inestimável para os portistas. A ártica maneira de contrariar esta vantagem do Porto é reforçar o plantel com jogadores manetas, e o Benfica teima em não o fazer. Por outro lado, a equipa volta a apresentar-se no Dragk) apenas com os onze jogadores, e não com onze jogadores e onze caddies. É indigno que tenham de ser os próprios futebolistas a apanhar as bolas de golfe.
ACADÉMICA e Porto encontraram-se na semana passada para jogar urna modalidade desconhecida, e o resultado final foi a vitória do Porto. Surpreendentemente, os três pontos obtidos contaram para o campeonato de futebol. Foram várias as pessoas que dis seram que o jogo não se deveria ter realizado, mas compreende-se a decisão de não adiar. Se o jogo tivesse sido adiado, o Porto chegaria ao encontro com o Benfica com apenas quatro pontos de avanço. Se se realizasse na data prevista, poderia chegar com sete. Valia a pena arriscar.
MIGUF.I. SOUSA TAVARES insiste que «a Declaração de Independência dos Estados Unidos é parte integrante da Constituição americana, escrita oito anos depois» . Lamento, mas é falso. A Declaração de Independência não é repito, não é — parte integrante da Constituição americana, que por sua vez não foi — repito, não foi — escrita oito anos depois, mas mais de dez anos depois. Não é bem uma questão de opinião, é um facto que pode ser comprovado por qualquer leitor, por exemplo no sitio da biblioteca do Congresso. Os leitores interessados podem ain da consultar Os Lusíada o Pantagruel e o Kama Sutra e verificar a curiosa coincidência de todas essas obras terem em comum com a Constituição americana o facto de a Declaração de Independência não ser — repito, não ser parte integrante delas. Creio que, após ter confundido a Constituição com a Declaração de Independência, MST confunde agora a Declaração de Independência com a Declaração dos Direitos dos Cidadãos (a chamada Bill of Rights), que contém as primeiras dez emendas à Constituição. Começam a faltar documentos históricos importantes para MST confundir com a Declaração de Independência, pelo que tomo a liberdade de sugerir, para confusões futuras, os seguintes: a Magna Carta, o Tratado de Tordesilhas e os Estatutos do Clube Desportivo Arrifanense. Resumindo: como tenho vindo a dizer, a frase que MST citou como sendo da Constituição é da Declaração de Independência — e atribuí-la à Constituição é, aliás, um erro comum. Mas não é grave. É sem dúvida menos grave do que a incapacidade de admitir erros. MST gaba-se de ter sido, juntamente com Cavaco Silva, «o único de todos os convidados a recusar o convite» para ir ao Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. Lamento, mas é falso Confesso que desconheço como é que MST, sem recurso a poderes mediúnicos, julga saber quem é que foi ou não convidado por nós, mas esta nova mistificação tem um objectivo claro: sugerir que os textos de MST são de tal modo excelentes que a mais pequena crítica que lhes seja feita só pode ser produto de tuna mesquinha vingança. No entanto, ao contrário do que MST pretende, recusaram ir ao programa Cavaco Silva, Jorge Sampaio, Pinto Monteiro, Manuel Pinho, Maria José Morgado, Belmiro de Azevedo, José Mourinho, Cristiana Ronaldo, Azeredo lopes, Maria dei urdes Rodrigues, Alberto João Jardim, Manuel Alegre, Pacheco Pereira, José Eduardo Moniz, Manuela Moura Guedes, Medina Carreira e Miguel Sousa Tavares. Faça-se justiça: NIST, não tendo sido o único a recusar, foi, sim, o único a pedir 24 horas para pensar. Todos os outros decidiram mais depressa. Quanto a nós, nem retaliamos contra quem recusa nem premiamos quem aceita. Basta lembrar que Rui Moreira aceitou participar num programa nosso e leva o mesmo tratamento. Mas, tal como MST, também eu me tenho lembrado, por estes dias, do Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios. Era um programa cuja estratégia humorística principal consistia em apresentar declarações de determinado político a defender urna dada posição, seguidas de outras declarações do mesmo político a defender a posição oposta. A incoerência, quando é assim flagrante, tem graça. E, como vivemos em democracia, apontar as incoerências dos mais altos (e também de alguns dos menos altos) dignitários da nação é legítimo. Fazer o mesmo com as doutas opiniões de comentadores desportivos é que parece ser intolerável."
Ricardo Araújo Pereira, in A Bola