sábado, 16 de outubro de 2010

Primeiro passo...




Tenho a plena convicção que se o Benfica não tivesse entrado no jogo com a atitude 'à Jesus', muito provavelmente não teríamos ganho este jogo...
A agressividade do adversário, e a permissividade disciplinar, poderia ter sido uma mistura perigosa...
Kardec e Nico (o 'encosto' foi limpo!!!), bem-vindos aos golos na Luz...!!!



PS: Alguém viu a falta, que deu o golo da vitória, aos Lagartos?!!!

Pai e filho

"– Desliga o computador. Temos de ter uma conversa muito séria...
– Para quê tanto suspense? A stôra de Português avisou-me que ia falar contigo hoje.
– E então? O que é que tens a dizer em tua defesa?
– Nada.
– Nada? Portanto, o teu teste de Português está igualzinho ao teste do Vasco, que por sinal é o melhor aluno da turma, e tu não tens nenhuma explicação para isso.
– A stôra só veio com essa, porque estava à espera que eu tivesse outra nega para me chumbar.
– Eu vi os testes, meu menino. As respostas são textualmente as mesmas, palavra por palavra. É impossível não teres copiado. Sabes o que isto quer dizer? Dois meses sem semanada. DOIS MESES!
– Sim, mas como é que se prova?
– Desculpa?
– Como é que se prova que fui eu que copiei, e não o Vasco? Estás a entender a questão?
– Não estou a acreditar no que estou a ouvir. Quer dizer que não serviu para nada ter andado estes anos todos a gastar a minha saliva contigo sobre a importância de sermos honestos, sobre o valor da integridade e da...
– ... retidão moral. Eu lembro-me. Mas, ó pai, quando o Porto ganha o campeonato, não vamos para os Aliados festejar?
– O que é que isso tem a ver?
– Pai, eu tenho 11 anos: como todos os rapazes da minha idade, estou todos os dias no YouTube.
– No YouTube.
– No YouTube. Eu já não sou uma criança, pai. Sei como é que as coisas funcionam. E tu também sabes, há mais tempo do que eu. Desde que não sejamos apanhados, às vezes temos de dizer “toca a andar!”, temos de recorrer à “fruta de dormir” e ao “nosso juiz”, se queremos atingir os nossos objetivos. Queres que eu chumbe o ano? Queres ir outra vez à Liga Europa? Vá, que cara é essa? Anima-te, pai. Não me dás os parabéns pela nota a Português?
– Os parabéns? Bom, foi efetivamente uma boa surpresa.
– Obrigado, pai. Só mais uma coisa.
– O que é?
– Dava-me jeito que me desses a semanada agora...
– Vou buscar a carteira."

Miguel Góis, in Record

Embalados




Recordar que a época passada tivemos um resultado negativo neste Pavilhão. Hoje a equipa apesar de em 3 ocasiões diferentes, ter ficado em desvantagem, conseguiu dar a volta.
Não posso deixar de realçar a veia goleadora dos nossos reforços, todos eles (os 3) com um impacto positivo imediato na equipa...

Novos árbitros

"1. Quem nos leu a semana passada, saberá que refletimos por ora sobre os desafios que serão essenciais para o crescimento do futebol. Um deles é a arbitragem. Depois de anos de suspeições, histórias e rumores, e após os castigos (desportivos e criminais) a vários árbitros no “Apito Dourado”, no “Apito Final” e no “Apito da Federação” (onde foram pesadamente punidos vários árbitros), a classe encontra-se numa fase de transição, sob pena de se tornar insuportável o ambiente das competições. Ou avança para outro patamar ou fica na dúvida. Vítor Pereira intuiu isso há uns anos e, orientado pela experiência inglesa, forneceu um modelo para traduzir essa transição: a profissionalização de um quadro estável de árbitros para as competições da Liga. Infelizmente, toda a envolvência dessa profissionalização não foi acompanhada pelo poder político nas revisões da Lei de Bases e do Regime Jurídico das Federações. E não temos, por isso, base legal para um novo estatuto do árbitro desportivo. É urgente este salto.

2. O repto é alterar todo o processo de recrutamento e evolução dos árbitros nas sucessivas categorias, desde as camadas jovens até à 1.ª categoria. Submetidos desde a base a critérios esconsos e a fiscalização discutível, os árbitros que chegam hoje ao topo não são muitas vezes – ou não podem ser – os melhores. Ressente-se a independência e magoa-se a qualidade das suas atuações. Por isso se deve redigir quem e como se chega a árbitro – em carreiras distintas para “grupos de modalidades” – e instituir um corpo de arbitragem autónomo de quem organiza as competições (ainda que financiado e balizado pelas competições). Um corpo escolhido, formado e avaliado por “comités de técnicos de arbitragem” designados pelo Estado e atuantes, em secções diferenciadas, nas federações e nas associações. E com a possibilidade de tais organismos federativos e associativos recorrerem, no caso da gestão e organização dos árbitros profissionais, a entidades externas e, no caso da aprendizagem e reciclagem das competências de todos os árbitros, a formadores fora do ambiente fechado das federações e das associações (p. ex., universidades). Sem pôr em causa a autorregulação, mas assegurando o seu futuro.

3. Propor este projeto deveria ser um escopo indeclinável da Federação e da Liga. Mas já percebemos que, por um lado, a liderança velha ou uma liderança nova da Federação não arquitetam (até ver) um qualquer cenário diferente do passado. Por outro lado, a Liga atual manifesta ansiedade em libertar-se dos litígios da arbitragem (e da disciplina), pois almeja concentrar-se somente nas variáveis competitivas do “negócio” do futebol. Contudo: a) não se olvide que nesses dois sectores reside muita da credibilidade do “negócio”; b) não se negligencie que a Liga passará a ser a porta-voz da insatisfação dos seus associados e a ser ela a administrar o ruído. Melhor seria pugnar por um modelo favorável para o “negócio”. E na Liga, por agora, ainda estão as ideias de Vítor Pereira e os homens da sua equipa, que sabem bem como coser as linhas da arbitragem. Aproveite-se."

Ricardo Costa, in Record

Desaire



Como não vi o jogo não posso dizer muita coisa, mas perder dois parciais, um com 13 pontos, e outro com 15 pontos, não é normal(!!!), a Fonte Bastardo está mais forte com vários ex-Benfica, e alguns internacionais Portugueses, mas isso não pode explicar este resultado...

Batotas que temos como evidentes...


"“A Constituição americana – até hoje considerada como um dos melhores textos jurídicos jamais escritos - enumera o que os Founding Fathers chamaram de «verdades que temos como evidentes». “

Miguel Sousa Tavares, A Bola, 12 de outubro de 2010


Aparentemente, há juristas que lêem a Constituição americana sem o cuidado que é devido a um dos melhores textos jurídicos jamais escritos. Na verdade, não é a Constituição americana que enumera aquilo a que os Founding Fathers chamaram verdades que temos como evidentes. Essas são enumeradas na Declaração de Independência, que foi escrita uma boa década antes da Constituição.

É, então, na Declaração de Independência que os chamados países fundadores dos Estados Unidos expõem as verdades que consideram evidentes: que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, e que entre esses direitos se contam o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Uma das verdades que não é evidente, quer para a Constituição, quer para a Declaração de Independência, é que os cidadãos tenham o direito inalienável de não serem escutados. Como é evidente, todos os cidadãos têm o direito à privacidade - mas esse direito não é absoluto. E a magnífica lei americana permite o uso das escutas como meio de investigação, assim como a lei portuguesa. Que horror! Mas não era a PIDE que também escutava? Era. Se bem me lembro, a PIDE também prendia e, apesar disso, no regime democrático há quem continue a ir preso. A diferença é simples, mas parece que é difícil de entender: a PIDE escutava e prendia arbitrária e ilegitimamente, como é próprio das polícias políticas das ditaduras; a polícia das democracias escuta e prende justificada e legitimamente, como é próprio do Estado de direito democrático. O mais intrigante, no caso das escutas do Apito Dourado, é o facto de haver discussão quando, afinal, estamos todos de acordo. Por exemplo, estou de acordo com Miguel Sousa Tavares quando, depois de José Sócrates lhe ter dito que não devíamos conhecer o conteúdo das escutas do processo Face Oculta, respondeu: “Mas conhecemos. Eu também acho que não devíamos conhecer, mas conhecemos. E, uma vez que as conhecemos, não podemos fingir que não conhecemos. Eu, pelo menos, não posso”.




E estou de acordo com Rui Moreira, quando ontem confessou aqui a razão pela qual comentou as escutas que envolviam o nome de José Sócrates: «(...) limitei-me a não ignorar o que era público, ainda que resultasse de uma ilegalidade. Ninguém se pode alhear do que é público e das suas consequências». A única diferença é que eu tenho essa opinião relativamente a todas as escutas, e não em relação a todas menos as do Apito Dourado. Também acho que não devíamos conhecer a escuta em que Pinto da Costa combina com António Araújo oferecer fruta para dormir ao JP, mas conhecemos. E, uma vez que a conhecemos, não podemos fingir que não conhecemos.
Eu, pelo menos, não posso. Quando comento a escuta em que Pinto da Costa dá indicações a um árbitro para que vá a sua casa nas vésperas de um jogo, limito-me a não ignorar o que é público, ainda que resulte de urna ilegalidade. Até porque ninguém se pode alhear do que é público e das suas consequências. Além disso, note-se, até concordo com MST quando diz que as escutas vieram a público nesta altura por causa do Porto-Benfica. O objectivo é prejudicar o Benfica: os jogadores que tiverem conhecimento das escutas ficam a saber que, por mais que se esforcem, se o árbitro estiver trabalhado não têm hipóteses de ganhar. Desmoraliza qualquer um.
Rui Moreira desfez-se em explicações para justificar que comentar umas escutas é um acto legítimo e comentar outras é uma vileza sem nome. Agora que foi despedido, talvez Rui Moreira tenha mais tempo livre para entrar num negócio que gostaria de lhe propor: formarmos um circo. Como ele já aqui tem sugerido várias vezes, eu seria, evidentemente, o palhaço. Ele seria o contorcionista. Não são muitos os artistas que se podem gabar de ter um número tão bom como o dele. A única maneira de Rui Moreira e MST comentarem uma escuta de Pinto da Costa é o presidente do Porto ser apanhado numa conversa telefónica com José Sócrates. Mesmo assim, suponho que fizessem um comentário misto, debruçando-se apenas sobre intervenções de Sócrates: “Esta intervenção de Sócrates reforça a nossa desconfiança nele. Agora temos uma parte do telefonema que não devíamos conhecer e temos nojo de quem a comenta. Agora está Sócrates novamente a fragilizar a sua credibilidade. E agora temos mais uma parte da conversa que é indigno estarmos a ouvir”.
Umas coisas são picardias maliciosas, típicas do mundo do futebol; outra, bem diferente, são ofensas. E Villas Boas ofendeu-me gravemente numa conferência de imprensa que deu esta semana. Disse que as minhas crónicas eram as únicas que gostava de ler porque eu o fazia rir. Sinceramente, creio que não merecia o insulto. Todas as semanas faço aqui o melhor que posso para provocar Villas Boas. Já recorri a tudo: sarcasmo, ironia, escárnio, simples sacanice. E Villas Boas tem a repugnante nobreza de carácter, o asqueroso desportivismo de achar graça. Para ele, se bem percebo, isto do futebol é a coisa mais importante do mundo para todos, mas no fim acaba por ser um jogo de que nos podemos rir juntos, seja qual for o nosso clube. Simplesmente infame. Exijo que passe a ter o fair-play de um Rui Moreira, que gosta muito de piadas desde que não sejam sobre ele. Obrigado."

Ricardo Araújo Pereira, in A Bola
PS: Governo Sombra