segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dossier: Toda a verdade da mentira !


"O inicio da época de 2010/11 difere pouco do que se tem passado nos últimos anos. Talvez até tenha recrudescido. Ou não fosse esta temporada uma daquelas em que podemos ser bicampeões...


O início das temporadas de futebol para o 'Glorioso' são sempre problemáticas porque qualquer conquista do Maior Clube Português põe em causa a 'grande qualidade dos dirigentes portistas' que passam a ideia de serem os melhores na história do FC Porto e mesmo em toda a longa história do futebol português.


Jogar forte a vários níveis...

Desde 1982, afirmando-se com vigor acrescido depois de 1985, que o portismo manda e demanda nas estruturas do futebol português. Este polvo tentacular foi transformando o 'Futebol Association' num autêntico futebol de compadrio, intimidados, acomodados e dependentes, o 'Futeluso'. Esse polvo tentacular foi-se instalando, progressiva e eficazmente, em todas as estruturas futebolísticas portuguesas. Com tempo - são já muitas épocas - construiu um muro de relações e entendimentos que visa condicionar o 'Glorioso'.



I - O SISTEMA


Do nível funcional...

Primeiro foi a tomada de poder (servindo-se da bengala Boavista FC) na Associação de Futebol do Porto (AFP) para depois através de promoções sucessivas (e sustentadas) de clubes da AFP dos distritais até às divisões nacionais e da sustentação (para não serem despromovidos) dos seus clubes nas divisões nacionais (a antiga Série B da AFP era um 'quintal' da AFP) angariaram um numero de votos necessários para nas Assembleias Gerais da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) poderem escolher o órgão estatutariamente 'menos valioso', o Conselho de Arbitragem, deixando o mais importante - a presidência da Direcção da FPF - à AFL (Associação de Futebol de Lisboa), mas assegurando os dois outros órgãos para 'associações amigas' - Conselho de Justiça (segundo mais importante) para Braga e Conselho de Disciplina (terceiro mais importante) para Aveiro ou Funchal. Assegurada (e perpetuada) a manipulação institucional da FPF (um autêntico 'bordel' do 'Futeluso') e a necessidade dos políticos regionais irem ao 'beija-mão' de Pinto da Costa, logo avançaram para outra frente - a Comunicação Social - fazendo pressão com a criação do jornal 'O Jogo' no sentido dos restantes jornais desportivos - A Bola e Record - branquearem os desmandos do portismo, criando redacções norte com escribas avençados ao FCP. Chegou-se ao desmazelo de haver duas capas (tal como ainda acontece com 'O Jogo') uma na edição Lisboa e outra (favorável ao FCP) na edição Porto que até é vendida em... Leiria. Também as televisões, em particular a RTP (através da RTP-Noticias, que passou a monopolizar o desporto da TV estatal) e a SIC 'à força' através da violência exercida sistematicamente durante anos depois do 'Caso Paula' (Donos do Jogo) passaram a prestar vassalagem ao FC Porto. A TVI amançou desde logo evitando problemas. Actualmente com Júlio Magalhães funciona o 'portuguesmente' - 'Manda quem pode obedece quem deve'! O desporto da TVI é 'mais papista que o Papa'! Com a criação da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) chegou-se ao cúmulo (se bem que neste caso beneficiassem já do engajamento do Sporting CP através do 'Projecto Roquete') de localizar a Sede no Porto, para implementarem uma teia de funcionários ligados ao FC Porto e Boavista FC. Também os dirigentes 'têm a bênção' do papa Pinto.


...ao nível desportivo

Com a tomada de poder institucional (AFP, FPF, LPFP e media) organizou-se a dependência de muitos dos clubes das duas principais divisões (I Liga e II Liga/Liga de Honra) dos 'restos' do portismo - empréstimos de futebolistas (a custo zero) e rede de treinadores conotados com o FC Porto. E os árbitros? Bem, estas estranhas criaturas do 'Futeluso' há muito que são controlados pelo FC Porto, como de demonstrou em oito meses de Escutas validadas por um juiz no 'Processo Apito Dourado'. As pontuações, promoções e despromoções, entregas de 'géneros e bens', eram definidas pelo 'engenheiro máximo' através de Pinto de Sousa (presidente do Conselho de Arbitragem da FPF) e Valentim Loureiro (presidente da Direcção da LFPF). Tudo isto com um objectivo (ou melhor dois...) facilitar a conquista de campeonatos nacionais pelo FC Porto, permitindo a sua entrada sistemática na Liga dos Campeões (onde a carreira portista beneficia do facto de lhe aligeirarem o esforço nacional - vide Augusto Duarte em Aveiro para descansar jogadores do FC Porto para o jogo com o Desportivo da Corunha. E dificultar as conquistas do 'Glorioso', bem como obstacualizar (o mais possível) a nossa entrada na Liga dos Campeões. Tudo em nome da 'desconstrução'.

Supertaça disputada em 9-09-1992 - Estádio Municipal de Coimbra
Se tal, como nós, não tem memória curta e tem assistido de forma 'paciente' aos últimos 30 anos de 'Futeluso'... diga lá, sabe quem é o portista nº9, que corre desenfreadamente atrás de José Pratas? E ainda fala ele de antijogo!



II - A DESCONSTRUÇÃO


Início de épocas atribulado

O Benfica tem sempre dificuldades em conseguir bons resultados nas dez primeiras jornadas dos campeonatos nacionais. Não é por acaso que desde 1982/83, há 27 anos, que não consegue obter o pleno de vitórias nas primeiras cinco jornadas iniciais. Há sempre inúmeros obstáculos, colocados pelo 'funcionamento' e pelos árbitros, muitos deles mais manhosos que juízes! São muitas faltas não assinaladas a adversários que as cometem e muitas assinaladas aos nossos sem existirem. Grandes penalidades não marcadas e fora-de-jogos em barda inexistentes a penalizarem-nos. Já o contrário não é verdade! E cartões amarelos em catadupa aos futebolistas do 'Glorioso' enquanto os outros (os nossos adversários) passeiam a sua violência e arrogância pelos campos onde nós tentamos jogar. A dualidade de critérios de início de épocas reflecte-se nos (menos) golos marcados e nos (mais) golos sofridos, levando a que os pontos perdidos no início nos afastem, desde cedo, da luta pelo primeiro lugar, onde se coloca o FC Porto e os clubes seus vassalos - o chamado terceiro grande Sporting CP, bem como o quarto grande, que curiosamente é sempre o 'clube médio' apoiado mais directamente pelo FCP. Já foi o Boavista FC. Já foi o Vitória SC Guimarães (até ficou em 3ºlugar de acesso à pré-eliminatória da Liga dos Campeões). Agora é o SC Braga. Quando se fartarem deste, outros virão! E o SC Braga deixará de ser o 'Quarto Grande'!

Depois de desorganizarem as nossas equipas nas primeiras jornadas, largam-nos porque com a nossa fobia de auto-destruição logo os adeptos arranjam 'bodes expiatórios' na nossa equipa (e no Clube) para justificar os fracassos iniciais... É a vida! E passamos 2/3 da temporada a 'apagar fogos', ou seja, ficar em 3º, 4º ou 6º lugar!


E na época actual (2010/11)

Os espertos do costume na temporada actual elevaram a fasquia. Percebendo que o Benfica estava mais pujante que nunca - pelo menos desde 1994/95 - devido à limpeza da temporada de 1009/10, logo arquitectaram uma saída para nos tramar no início de 2010/11. Desorganizaram-nos nas primeiras jornadas da Liga Zon Sagres e esperar que a nossa habitual auto-flagelação passasse para as primeiras jornadas da Liga dos Campeões. Como? Fazendo um início de temporada abusivamente cedo. Porquê? Por que o Benfica não podia fazer uma pré-época com todos os futebolistas, pelo facto de ter muitos futebolistas no Mundial da África do Sul. O FC Porto trocava Fucile e Álavaro Pereira por Cardozo, Luisão, Maxi Pereira, Fábio Coentrão e Rubem Amorim. Ou seja, toda a defesa (menos David Luíz) e o melhor marcador da época. Incrivelmente a temporada em Portugal começou em 7 de Agosto, com mais três jornadas da Liga Zon Sagres neste mês de canículas, enquanto em Espanha e Itália (mesmo com campeonatos nacionais de 38 jornadas, mais oito que as nossas 30) só se iniciaram no último fim-de-semana de Agosto. São espertos, mas... lucraram bem com essa esperteza. Até porque a Imprensa portuguesa é de fugir!


Não nos deixam jogar...

Com as nossas equipas debilitadas (porque a defesa foi obrigada a entrar em competição prematuramente) que há um ano, mesmo assim os árbitros (Cosme Machado, Pedro Proença, Olegário Benquerença e João Capela) tiveram que penar para nos obrigarem a perder pontos! Foi necessário acumular erros grosseiros, evidenciando fortemente a habitual dualidade de critérios no início dos Nacionais para vergarem os nossos futebolistas. O certo é que já temos nove pontos perdidos (e estamos no 4ºlugar à 7ª jornada) e os futebolistas carregados de cartões amarelos que vão ser obrigados a sair em breve da equipa por acumulação dos mesmos!


...preparam-se para nos enfraquecer e com o FC Porto (10ª jornada)

Com vários futebolistas 'carregados de cartões amarelos' já estamos a ver o filme deste ano não é mais que uma reprise das épocas anteriores. Quando chegar o 'tempo adequado' haverá um árbitro que fará o favor (ao FC Porto) de os retirar de algum jogo que seja importante dando-lhe o 'adequado' cartão amarelo ou... vermelho... se for o caso disso.

Este 'Futeluso', exibido nos campos e estádios deste país e branqueado nos media lusos... já fede."


Alberto Miguéns, in O Benfica

Carta de Luís Filipe Vieira aos sócios

"Quando o Presidente do Clube escreve a todos os Sócios isso significa que considera o momento tão importante que justifica um contacto mais próximo com aqueles que, verdadeiramente, se interessam pela vida, pela imagem e pelo futuro do nosso Benfica.

A delicadeza da situação impõe que se fale com clareza, sem que a verdade das palavras possa ser interpretada como justificação para uma época que não começou como todos desejaríamos, ou desculpa para culpas próprias que possam ter influenciado resultados abaixo das expectativas de um bom começo de época, que eram inteiramente legítimas tendo em conta o valor dos nossos profissionais.

A vitória no campeonato da época passada, as excelentes exibições e a valia da equipa causaram preocupação a muita gente. Acreditávamos que começavam a ser criadas condições para o regresso a um clima de boas práticas, em que os resultados desportivos fossem o espelho do valor das equipas e do desempenho no terreno de jogo. Mas, o que se passou neste início de campeonato faz-nos temer - ao contrário - que o futebol português esteja, de novo, a ser armadilhado por jogadas de bastidores.

Lamentavelmente, já se registaram atropelos demasiado graves e abusos demasiado evidentes para que possam passar sem uma reacção enérgica. O Director Desportivo, o Treinador e eu próprio, denunciámos o embuste que está a atraiçoar a prática desportiva e voltaremos a fazê-lo tantas vezes quantas as necessárias para que a mentira não seja a regra do nosso futebol e para que os seus autores e aliados sejam desmascarados. Porque é de mentiras que estamos a falar!

O prestígio do Benfica é um valor demasiado sério para que alguém se atreva a brincar com o interesse da instituição. O nosso protesto foi o adequado às circunstâncias e o convite que fizemos aos nossos adeptos, para não comparecerem nos estádios dos nossos adversários, é a medida justa para que sejam todos, e não apenas o Benfica, a reagir para pôr fim a uma situação insustentável. Movem-nos razões de legítima defesa.

Compete aos Sócios e adeptos ajudar esta Direcção a lutar pela verdade e pela transparência no futebol português. Comparecer aos jogos fora significa pactuar com o actual estado do futebol português!

Os dirigentes, a equipa técnica e os atletas não vacilam na vontade de contribuir para que a verdade desportiva prevaleça. Estamos determinados a fazer tudo o que seja necessário para que o clube não seja mais prejudicado. Acima de tudo, exigimos respeito!

Os meus votos são os de que este assunto não me obrigue a voltar a contactar os Sócios do clube, mas não hesitarei em fazê-lo caso não se ponha um ponto final na sucessão de atropelos a que temos vindo a assistir."