sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"Escutas", evidências do deboche


A diligência, mais do que acentuar as canalhices e a desonestidade viral de que nos últimos vinte anos sempre se fez, e continua a fazer, a reles reputação de 'sucesso' do 'polvo do Norte', só confirma, o 'estado de desgraça' em que se conforma hoje em dia, o próprio sistema judiciário português, baseado em teias de leis permissivas e em 'julgamentos' espúrios de juízes que menos o são, pelo menos, ao olhar do senso comum.

Como fomos assistindo ao longo dos últimos anos, primeiros incrédulos e, depois, cada vez mais revoltados, parece que, no que prende com o Desporto, então, nem aqueles e nem estes servem a Verdade ou a Justiça que deveriam constituir o seu único desígnio. Apenas parecem atender constantemente aos ditames de um perverso ditador de província que, a partir de uma rede manhosa política de paróquia, construiu impunemente essa formidável rede de tramas e conluios que está à vista, transversal aos mundos da pequena política, da noite violenta, da economia de pacotes e do desporto viciado.

Sabe-se hoje e é indesmentível que foi dessa 'arte baixa' que se foram combinando todas as falsas vitórias no futebol (em Portugal e no estrangeiro), como no hóquei e no básquete.

Essa atmosfera pútrida vai-lhes de jeito ao faro das fossas, ao paladar da boca e aos interesses dos bolsos. Gente de uma laia de vale-tudo, em que prostitutas se amancebam com árbitros, marginais e agentes se misturam com gestores, comissários de polícia se conluiem com advogados e - pouco se fala disso, por enquanto... - onde até médicos encartados a serviço poderão, quem sabe, até já ter aceite oportunas combinatas químicas com pretensos farmacêuticos em muitos dos jogos em que os vimos correr de olhos esgaseados...

Apesar das denúncias e das indignações, é só disso, de investimentos debaixo dos panos e com a condescendência escancarada de juízes, que se tem feito a longa desgraça do futebol português.

Todavia, esta nova série de 'escutas' esparramadas na Net - que bem espero não seja a derradeira! - só volta a confirmar o verdadeiro juízo que é o do senso comum. E perante a opinião pública independente, nem todos os truques da justiça juntos, nem todas as sentenças bacteriologicamente 'puras', jamais poderão lavar a imundície e o mau cheiro (fisiológico) colados às vitórias viciadas e aos campeonatos de deboche, sempre pagos de uma maneira ou de outra, com 'quinhentinhos' ou com 'fruta', pelo cônsul das Antas. Como certamente terá voltado a empreender, relativamente às quatro primeiras jornadas da presente Superliga.

Pior do que isso: ao continuar a ignorar as evidências das 'escutas', a justiça portuguesa revela-se tão porca, e tão nauseabunda como elas."


José Nuno Martins, in O Benfica

Muita areia

Perturbou-me imenso a audição das escutas telefónicas, recentemente difundidas pelo único meio verdadeiramente livre e democrático: a Internet. Este veículo não está dependente de erros primários, judiciais, facciosos, legislação caduca, ou de bilhetes para assistir a partidas da Liga dos Campeões.

Há muito que esperava que o meu estimado amigo Rui Moreira se levantasse definitivamente daquela cadeira. Não porque os esclarecidos desconheçam a verdade, antes porque escasseiam argumentos para defrontar o óbvio. Significativo e imoral é o conteúdo das escutas, e não o modo como foram obtidas. Essa hipócrita lei que protege os investigados, tem-nos arrastado nesta lama onde todos se afundam e apenas prevalecem os interesses particulares em detrimento do bem comum.

Richard Nixon manter-se-ia indefinidamente na Casa Branca se Bob Woodward e Carl Bernstein, repórteres do “Washington Post”, não trouxessem à estampa as gravações que demonstravam que o Presidente tinha conhecimento das operações ilegais de espionagem que o Partido Republicano montara contra o Partido Democrata. Temos que abandonar, de modo irrevogável, esta democracia do medo. Medo de falar porque parece mal. Medo da contradita porque algum grupo de interesses nos ensombra. Medo de dizer a Verdade, de expressar a opinião.

Contrariando a corrente, tenho aprendido imenso com alguns membros da igreja católica que, por ocasiões várias, se têm cruzado na minha vida. Recentemente, vi uma entrevista concedida à SIC Notícias pelo Frei Fernando Ventura e estarreci com a lucidez da análise. Os que não temerem a internet conseguem rever esta conversa com a Ana Lourenço, onde citando Luiz Vaz de Camões, este Padre dizia: “Um fraco Rei faz fraca a forte gente”. Há nos intensos quinze minutos de aterradora radiografia social um punhado de exemplares princípios de vida, de soluções claras, ”Lapalissadas”, com as quais concordamos mas que jamais usamos. Os que ousam contrariar este “laissez faire, laissez allez, laissez passer”, são apontados como desalinhados, loucos.

O ex-ciclista austríaco Bernard Kohl, apanhado nas malhas do doping em 2008 na Volta à França, onde foi terceiro assegurou que não é possível vencer o Tour sem a ajuda de estimulantes. E piorou o cenário apontando as falhas no sistema. Foi controlado 200 vezes e em 100 carregava no corpo substâncias proibidas sem ser detetado. Estas revelações embateram num muro imenso de silêncio.

Felizmente, alguns conseguem tirar a areia que nos impingem aos olhos. Bert van Marwijk, selecionador holandês, decidiu não convocar De Jong, depois de este ter lesionado, barbaramente, Ben Arfa, num jogo do campeonato inglês. Para este condutor de homens, era o prestígio da seleção das tulipas que estava em causa. Segundo este “alien” do futebol, “foi uma falta selvagem. O Nigel não tinha necessidade de fazer aquilo”. Talvez por conseguirem afastar tanta areal dos olhos, os holandeses aproveitam-na para conquistar espaço ao mar, e aos homens de bons propósitos e boa vontade.

Tal como referiu o Frade Fernando Ventura: “ Não perguntes ao teu país o que pode fazer por ti. Pergunta a ti próprio o que podes fazer pelo teu país”... Sem medo.

Jorge Gabriel (Sportinguista), in Record

Não se faz

"Percebe-se a indignação de André Villas-Boas. Não é justo começar a treinar o Porto e haver um qualquer momento na grande área adversária que possa levantar alguma dúvida e a esse momento não corresponder uma grande penalidade. Quando é convidado para dirigir uma equipa um treinador faz contas. Mede os prós e os contras. E ninguém pode negar que a entrega de tantos árbitros à causa portista é uma vantagem a não negligenciar. É, por assim dizer, um direito adquirido.

Claro que, como foi assinalado por várias pessoas, houve um penálti por marcar em favor do Guimarães. Mas que Diabo, isso já faz parte das regras do futebol português. Penalidade contra o Porto só em casos extremos. Está na lei. O que realmente valoriza um árbitro é a marcação de penalidades inexistentes contra as equipas que têm de passar pelas mãos do Porto. Isso sim, é que é ter brio profissional. Isso sim, distingue os melhores.

Percebe-se a revolta de Villas-Boas: não foi para aquilo que ele assinou um contrato no Dragão. Querem lá ver que agora o Porto tem de começar a época só com 11 jogadores em campo? E a tradição, onde fica? Será que se acabou a fruta? Será que Pinto da Costa já não serve de GPS para árbitros que inadvertidamente passam perto de sua casa? Podem, se faz favor, voltar à normalidade? Villas-Boas é jovem, mas merece tanto respeito como qualquer antigo treinador do Porto. Senhor Pinto da Costa, pode voltar a fazer o que melhor sabe? Ou, se está a perder qualidades, pelo menos avisar o seu treinador que quando se vai destacado no campeonato o árbitro está dispensado das suas tarefas. Um homem, quando chega onde Villas-Boas chegou, tem expectativas que não podem ser defraudadas. E ainda por cima é multado. E tem de pedir desculpas. Está tudo doido?"

Daniel Oliveira (Sportinguista), in Record

Dois Benficas e outras cegueiras

Di Maria e Ramires abandonaram a Luz, rebentou um jorro de críticas nos jornais. Roberto não entrou bem na competição, eclodiu uma golfada de censuras nos mesmos jornais. Maxi Pereira, David Luíz, Luisão e Cardozo começaram o ano menos bem que na temporada passada, alastrou-se um chorro de advertências nos mesmíssimos jornais. Do Benfica dizer mal, dizer pior, parece compensar. Provoca jorros, golfadas, chorros...
Fábio Coentrão, o mais regular jogador português da actualidade, prolongou o seu contrato, não rebentou, não eclodiu, não alastrou nenhum elogio ao Clube. Do Benfica, dizer bem, dizer o melhor, não parece compensar. Não provoca jorros, golfadas, chorros...
A situação é absurda. Os adeptos do nosso clube são tantos quantos os outros todos juntos. Parece? Não parece. As manchetes dos jornais alimentam-se do Benfica. As primeiras páginas dos jornais alimentam-se do Benfica. Parece? Parece mesmo. Parece e é.
Esta semana foram divulgadas, com as vozes correspondentes, novas Escutas do processo 'Apito Dourado'. As manchetes dos jornais alimentaram-se dessa matéria? As primeiras páginas dos jornais alimentaram-se dessa matéria? Não pareceu? Não pareceu mesmo. Não pareceu e não foi.
Importam dois Benficas, o mau e o menos bom. Importam duas abordagens às Escutas do 'Apito Dourado', a muda e surda, Pior ainda, a cega. O resto fica por conta dos olhos dos adeptos do Benfica."

João Malheiro, in O Benfica

Está lá? Toue?!

"-Esta lá?
-Então amiguinho, está perdido? É sempre em frente, sempre em frente!
-É o Moreira.
-Ó carago, bocê sabe o caminho. Mas bocê num estaba no programa, 'Trio ao Ataque'. O que é que aconteceu?
-Bim-me imbora do programa.
-Porquiê? Não conseguiu humilhar o Lampião, eh, eh?
-O gajo começou a fazer um auto de fé e a falar dum tal YouTube, e de Escutas mas esse árbitro eu não conheço, nuncó bi, nem sei de nenhuns bandeirinhas com apelido Escutas, só me lembro dos Calheiros.
-Carago e queria bocê ser Presidente do clube. O YouTube, um bigarista. O Escutas uns bandidos. Ouça, benha até aqui a casa que eu dou-lhe um conselho e uma lista actualizada dos árbitros que interessam.
-Mas, esses eu conheço, aliás a gente conhece, Agora YouTubes.
-Ó pá não se preocupe, o Lampião estaba-lhe a atazanar o juízo por causa de umas Escutas onde eu falo com o 'nosso' juíz, com o presidente do concelho de arbitragem, ameaço com a possibilidade de f... um árbitro mal comportado na Figueira, de não apitar durante um tempo, chamo paneleiro ao presidente da Assembleia da República, insulto uma data deles, mas tranquilo. Da outra vez isso não baleu, agora se bierem com mais merdas, até bamos dizer que aquelas bozes não são nossas.
Bocê debia ter ficado para probar que o penálti, a nosso favor que não foi, afinal foi e não foi marcado e que o que foi, que era contra nós, não foi marcado porque não era. Ó Moreira o costume. Mas pronto, banos fazer disso mais uma coisa a nosso favor. Entendeu?
-...anh, anh...
-Está lá!? Porra, não fala? E queria este gajo ser Presidente.
(toca outra vez o telefone)
-Está lá. Moreira? Ah Costa és tu. Tá tudo bem encaminhado, bais substituir o Pereira.
-O Bitor? Então o Bitor bai dar férias ao Gilberto.
-Olha Costa, já sabes é sempre em frente. Se tiberes dúbidas liga ao Duarte, que eu agora bou tratar de mudar de relemóvel."
António Melo, in O Benfica

Ver o SLB fora do País

"Carlos Martins chutou e a bola só parou no fundo das redes do Braga. Fez o 1-0 e o resultado final, o Sport Lisboa e Benfica regressou aos momentos que encantaram a massa associativa na temporada anterior. Numa noite chuvosa e fria, depois de uma inesperada tempestade, na Casa do Benfica no Sabugal jantou-se e assistiu-se ao jogo, vivendo pouco depois as emoções da subida até ao segundo lugar da primeira Liga. Dezenas de homens e mulheres reuniram-se à frente dos televisores, discutiram-se tácticas e debateram prognósticos. Tal como noutras Casas, de norte a sul de Portugal celebrou-se a história e a grandeza, o palmarés e a actualidade, festejou-se o privilégio de ser do SLB.
Mas, perdoem-me aqueles que não concordam, e não querendo fazer da Casa do Sabugal ou de outra em particular o termo de comparação, nada se assemelha ao amor benfiquista que é alimentado para lá das nossas fronteiras. Sem se poder ir ao Estádio da Luz, a horas desencontradas das de Lisboa, por vezes sem imagem nem som, demasiado longe do relvado e dos artistas. Só quem já esteve no estrangeiro a viver, durante vários meses ou anos, a milhares de quilómetros de distância, é que conhece a sensação de ver uma partida de futebol do Clube do coração. Perdoem-me aqueles que discordam, mas, por se tratar do Benfica, no estrangeiro contraria-se o ditado 'longe da vista, longe do coração'.
Entre os números 988 e 992 da Harow Road, em Londres, pulsa o Sport London e Benfica. É um núcleo do benfiquistas onde se brinda ao Clube e à portugalidade, evocando a Pátria e o nosso Estádio. Lá, em directo, tive a sorte de assistir ao SLB - Sporting. Durante duas horas, as pessoas que se encontravam no restaurante e no «SLBar», colaram-se a Benfica, de São Domingos ao Calhariz, ligaram-se ao vermelho das camisolas, à capital do País e às razões de Ser Português. Perpétuo, mais do que uma religião. Não é um partido político, está acima da ambição desmedida dos oportunistas."
Ricardo Palacin, in O Benfica

Pavilhões

"A vitória do Benfica na Supertaça de Hóquei em Patins, para além da imensa alegria que deu aos benfiquistas, foi um claro e positivo sinal do investimento que o 'Glorioso' fez nas modalidades para além do futebol profissional.
Foi um vitória justa e inequívoca num jogo disputado, por números que não deixam dúvidas sobre um adversário que, na última década, nem sempre por mérito desportivo, tem arrebanhado tudo na modalidade. O plantel de Hóquei em Patins do Benfica é de luxo. E na sequência da vitória na Supertaça, o Benfica entrou a ganhar no campeonato nacional, vencendo fora de portas, um adversário difícil.
E se no Hóquei o início da época corre sobre rodas, no Basquetebol. no Voleibol, e no Andebol as equipas do Benfica tomaram o assunto entre mãos na abertura da temporada. Os Bicampeões de Basquetebol reforçaram o plantel, e já deram provas da eficácia da equipa e, no Voleibol, os reforços são de alto gabarito, daqueles que decidem jogos. No Andebol, o Benfica segue nos lugares cimeiros, com uma impressionante capacidade ofensiva. No Futsal, os Campeões Europeus estão ainda mais fortes esta época. As modalidades de pavilhão, ao elevado nível de qualidade a que o Benfica as pratica, merecem a presença e o apoio dos benfiquistas nas bancadas. Com elevada emoção e competitividade, com um ambiente em geral mais cordato nas bancadas, disputados em horários que permitem a presença em família dos adeptos, as modalidades são susceptíveis de captar a atenção dos jovens para mundos diferentes de competição desportiva. O Benfica precisa dos benfiquistas nos pavilhões.
Das modalidades também se faz a glória do 'Glorioso'."

João Paulo Guerra, in O Benfica

Ecletismo reforçado

"O projecto olímpico do SLB insere-se na politica desportiva do clube, sendo apoiado há vários anos de forma global.
Não tendo nascido propriamente agora, pois o seu início decorre do ecletismo do clube, apenas nos últimos anos a actual direcção, empenhadamente entendeu conferir-lhe um estatuto próprio e reforçado, englobando também outras modalidades desportivas.
Podemos afirmar que desde 1948, ano em que os Jogos Olímpicos passaram a realizar-se ininterruptamente, vários foram os atletas do SLB que neles participaram, como consequência de um objectivo pretendido e conseguido.
Assim, os lendários Matos Fernandes, Tomás Paquete, Eduardo Albuquerque, Vilar Santos, passando por, entre outros, Fernando Silva e António Leitão no atletismo, Alexandre Yokochi na natação e, na actualidade, Nelson Évora no atletismo, Vanessa Fernandes e Bruno Pais no triatlo, Telma Monteiro no judo, de Londres a Pequim honraram bem alto p nome do Sport Lisboa e Benfica e de Portugal.
Não somos uma agremiação elitista. A nossa origem tem razões populares e o SLB, porque está implantado numa sociedade que lhe tributa a primazia, sempre teve um dever social para com essa sociedade, que se traduz em fomentar um desporto abrangente e indiferenciado na sua globalidade.
O nosso ADN é singular. Somos um clube multicultural onde, de forma integrada, cabem, indistintamente todos os credos, raças, ou politicas. Daí que o nosso projecto olímpico tenha de ser uma emanação dessa nossa idiossincrasia sustentado e escalonado.
Faz parte do clube, com toda a sua magia e mística."

Ana Oliveira, in Mística

Vencedores. Não por acaso (iniciados)

"Há um livro de um antigo dirigente de um grande clube europeu intitulado A Bola Não Entra por Acaso. Pois bem, nada do que este grupo fez durante a época anterior foi obra do acaso, mas sim o resultado de anos de trabalho de conjunto de jovens com muito talento, que soube crescer enquanto equipa. Trata-se de um grupo muito homogéneo, com grande talento e um enorme potencial que teremos de saber acompanhar, tentando que todo o trabalho que foi desenvolvido se reflicta e possa ser aproveitado, dentro de alguns anos, no futebol profissional do clube.
É notável o percurso que a equipa fez na fase final do campeonato, um feito inédito, que nos enche de orgulho, mas que aumenta a responsabilidade de todos em relação ao futuro.
Acima do desempenho individual dos jogadores, o que deve ser destacado é o valor do conjunto. a maneira como sempre se apresentaram como equipa. Foi assim que me habituei a vê-los e é assim que devem continuar. Mérito, estou certo, do seu treinador, Luís Araújo, que soube transmitir-lhe esse principio fundamental no qual assentam as grandes equipas.
O sucesso vale enquanto fruto do trabalho que é desenvolvido e todos devem estar conscientes de que o êxito deste ano só se repetirá se o nível de exigência se mantiver e se todos continuarem a trabalhar com o mesmo empenho e a mesma dedicação desta época. Que ninguém adormeça à sombra do que já foi conquistado, porque esse será o principio do fim do caminho. Estou seguro de que nada disto irá acontecer e de que vamos continuar a viver - no futuro - muitas alegrias.
Parabéns a todos, aos jogadores, à equipa técnica e aos responsáveis pelo futebol de formação, pelos momentos de magia que nos proporcionaram durante a última época. As expectativas são altas, e ainda bem!"

Rui Costa, in Mística

A verdade da mentira

"Em reacção à entrevista do Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, à Antena 1, o sr. Pinto de Sousa – arguido do processo Apito Dourado – reagiu em comunicado enviado para as redacções dos principais jornais diários.

Como o mesmo contém algumas incorrecções, outras falsidades e outros tantos lapsos de memória, o Sport Lisboa e Benfica vem esclarecer que:

a) O senhor Pinto de Sousa está ligado a um dos períodos mais negros do futebol português, em que o tráfico de influencias, a corrupção e o compadrio foram prática corrente aceite e promovida por alguns dos principais responsáveis do nosso futebol.

b) O facto da justiça ainda não ter condenado o sr. Pinto de Sousa não significa que ele seja inocente. As provas existem, a sua evidência é indesmentível e só um formalismo jurídico ainda não permitiu a sua condenação. É bom recordar que o processo não terminou, está pendente de recurso no tribunal da Relação.

c) O Presidente do Sport Lisboa e Benfica – ao contrário do que foi afirmado pelo senhor Pinto de Sousa – não almoçou com ele “diversas vezes”, jantou duas, a pedido de um amigo comum e – facto relevante – antes de serem conhecidos os contornos e o envolvimento do senhor Pinto de Sousa no Processo Apito Dourado.

d) A verdade nunca pode ser considerada uma manobra de diversão, e só pela cumplicidade de alguns agentes judiciais é que a justiça ignorou a evidência das provas, como bem recentemente ficou provado.

e) O Sport Lisboa e Benfica, efectivamente, nada tem a ver com as amizades do Senhor Pinto de Sousa, mas tem a ver com a transparência e a verdade no futebol português e o facto deste ter voltado a contactar árbitros no activo e a movimentar-se para colocar o senhor Paulo Costa como presidente do futuro Conselho de Arbitragem da FPF. Sinal preocupante de que há quem queira que as velhas práticas voltem a fazer parte do nosso quotidiano.

f) Já agora, e como a memória é curta, convém lembrar que foi o senhor Pinto de Sousa que quis impor – seguramente por indicação de alguém – o senhor Martins dos Santos para a final da Taça de Portugal da época 2003/2004.

h) O senhor Pinto de Sousa pode ainda não ter sido condenado pela justiça, mas não é por isso que voltou a fazer parte dos homens sérios deste país."

Comunicado do SL Benfica, in Site do Sport Lisboa e Benfica