sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011 !

"Aí temos, pois, o Ano Novo a chegar. Cumprindo-se o ciclo dos tempos, a pouco e pouco tinham diminuído os dias e fora-se restringindo a luz, até ao momento ancestral e mágico do solstício de Dezembro. Mas, a partir daí, como sempre, inverte-se o curso da física. O que era ténue, resulta mais definido; o que definhava, matura e cresce; o que se reduzira, volta a progredir. Amplia-se agora o ritmo dos movimentos e dinamiza-se a frequência dos gestos outrora adormecidos. E como a actividade do Homem sempre se acerta pela cadência da Natureza, de tristes, os dias passam a tornar-se conviviais; noites tempestuosas fazem-se alvoradas serenas. Prescindimos do Fogo que tivémos de levantar nós próprios, para que o calor nos aquecesse, e agora é varrer as cinzas que iremos lançar à terra, receptiva a medrar as sementes e raízes. Preparamos roupa leve. Guardamos agasalhos e resguardos. A cerração do Inverno começará a dar espaço à claridade e as nuvens irão abrir-se ao esplendoroso Sol nascente. Os dias, antes feitos negativos, vão ser a partir de agora, dias tornados positivos.
O que até há pouco antes era desânimo e lassidão e frio, vai poderosamente transfigurar-se em acções de afecto, de alento e de paixão. No nosso caso, incontida paixão. Paixão feita dessa vibrante e mágica pulsão com que há quase 107 anos se impulsionam os nossos Campeões que, em todo o caso, apenas parecemos querer controlar durante um tristonho Outono e um Inverno menos fácil...
Mas o solstício que antecede o fim do ano traz a esperança da nova luz que o novo ano sempre traz à Luz.
Que essa luminosa claridade constitua agora a melhor e mais ajustada saída do tempo das trevas e que, definitivamente, possa tocar as vidas de todos os portugueses. Ou, pelo menos, da extensa maioria dos portugueses especiais que por afecto e com paixão única, comungam da nossa Mística indefectível.
Para eles, para todos nós, FELIZ 2011 !"
José Nuno Martins, in O Benfica

2010

"Nunca me entusiasmou a passagem do Ano. Não gosto de datas com obrigação convencional de boa disposição. E constato a rapidez com que um simples ano passa. Virgílio Ferreira escreveu que «o tempo que passa não passa depressa; o que passa depressa é o tempo que passou». Uma realidade certeira à medida que envelhecemos.
Também não sou apreciador dos balanços e escolhas dos eleitos do ano finado. Quase sempre são enviesados pela influência da parte final do calendário (e até das vésperas) e pelo esquecimento do que se passou no seu dealbar ou meados. Afinal, o resultado da memória cada vez mais curta e descartável, numa sociedade onde os acontecimentos se sucedem à velocidade das novas e poderosas tecnologias!
Neste pontapé-de-saída, porém, atrevo-me a fazer a minha eleição desportiva. Mas -confesso - como não sou capaz de ser imparcial, cinjo-me à vida do meu clube de coração. Assim, o dito coração não fica despedaçado por ter de designar intrusos.
Ora aí vai para 2010: melhor dirigente: Domingos Soares de Oliveira; melhor técnico: Jorge Jesus e Henrique Viana (ex-aequo); melhor jogador de futebol: Saviola; melhor atleta: Telma Monteiro; melhores atletas por modalidade: Carlos Carneiro (andebol), Ricardinho (futsal), Heshimu Evans (basquetebol), Rui Pinto (atletismo), Luís Viana (hóquei), Fábio Jardel (voleibol); profissional do ano: Nuno Gomes; revelação do ano: Fábio Coentrão; saudade do ano: José Torres; efeméride do ano: 50 anos de Eusébio no Benfica; jogo do ano: Marselha 1 - Benfica 2; título do ano: campeão europeu de futsal.
Peço indulgência por qualquer injustiça ou esquecimento de quem usou apenas a falível memória, bem como a não referência a modalidades que não acompanho tento."

Bagão Félix, in O Benfica

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Uma resposta oportuna

"1. Pinto da Costa quer guerras e não pára de atacar o Benfica. O melhor que há a fazer é deixá-lo a falar sozinho. Mas há alturas em que deve ter resposta. Jorge Jesus compreendeu-o retorquiu com clareza aos falsos elogios do presidente do FC Porto. Muito bem. E, já que estava com a 'mão na massa', não deixou de aproveitar a oportunidade para salientar as diferenças que vêm existindo entre Benfica e FC Porto nas arbitragens e nas grandes penalidades marcadas e não marcadas. Os penalties não justificam algumas exibições apagadas do início da época, bem longe do brilho da época passada. Mas foram determinantes nos 8 pontos de diferença e, também (e não menos importante), no estado de espírito de jogadores, responsáveis e adeptos que daí resulta. Não é por acaso que, ao longo dos anos 80 e 90 e, mais tarde, nos do mais recente 'Apito Dourado', os principais 'roubos de igreja' se tenham dado nas rondas iniciais...
2. Só na semana passada, e segundo as 'gordas' das capas dos dois jornais desportivos de Lisboa (faça-se, neste caso, justiça a 'O Jogo'), estivemos em risco de ficar, pelo menos, sem Aimar, Cardozo, Luisão, David Luíz, Nuno Gomes e Carlos Martins (se calhar ainda me esqueci de algum...). Este último até mereceu um comentário destacado (recordando o seu passado em Alvalade!) e um 'debate'. Nada de muito grave face às dezenas de jogadores que os mesmos jornais nos deram já como reforços desde Novembro e cujos nomes não fixei, pois notícias dessas passam-me por completo ao largo. Chega a ser caricato!
3. O que se passa com a Federação Portuguesa de Futebol já passa das marcas. As principais associações regionais, com a do Porto (e o seu presidente, Lourenço Pinto) à cabeça, continuam a desrespeitar uma norma governamental que todas as outras federações aceitaram, querendo manter todos os privilégios que serviram de suporte às 'jogadas' que envergonharam (ou deveriam ter envergonhado) o futebol português nas últimas décadas. E o (novo) presidente da Assembleia Geral 'ajuda à festa' marcando eleições com uma assembleia fora da lei. O Governo ainda não quis 'fazer sangue' mas, pelos vistos, não terá alternativa."

Arons de Carvalho, in O Benfica

Objectivamente (Mestre Pinto)

"Quando hoje (3.ª-feira) de manhã dei uma vista de olhos pelos jornais não pude deixar de ficar verdadeiramente siderado com uma - a 2.ª no espaço de 4 dias - longa entrevista de Pinto da Costa ao jornal oficial do FC porto, ' O Jogo', onde li que para PC 'a família é a base saudável e funcional. É fundamental para o bem-estar de cada um de nós, para nos sentirmos parte de algo maior e mais importante que nós próprios'. De facto, é preciso ter uma enorme 'Cara de Pau', como dirá a sua actual namorada brasileira, para vir filosofar sobre a família. Um indivíduo que publicamente casa e descasa à velocidade da luz. Que tem um diferendo com o filho Alexandre há largos anos e que tem processos em tribunal com a conhecida Carolina Salgado onde foi exposta a vida privada de cada um deles da forma mais ridícula e aviltante que alguém possa imaginar. E vem esta alma falar... da família que é a 'base de uma sociedade saudável e funcional'!
Deve ser por gente desta que a sociedade está como está! Quanto ao resto da 'definição' de PC, nem ele de certeza percebeu o que disse...
De resto, nessa entrevista de quatro páginas, a única coisa que salta à vista é o desejo incontido deste jornal em 'lavar constantemente' a imagem de um indivíduo que passa a vida a enxovalhar os adversários sem o mínimo respeito por eles.
Que quer vitórias sem olhar a meios. E que preza muito a provocação ao seu principal rival que é o Sport Lisboa e Benfica. Curiosamente, num dos destaques fala de uma final da Taça de Portugal disputada no estádio das Antas e que ele diz 'quiseram-na tirar daqui com o argumento de que o estádio Nacional era muito helénico...! (nem sabe o que diz), mas afinal acabámos por vencê-la'. Não devia estar a referir-se `que perdeu com um golo do Carlos Manuel. Aliás, por causa disso nunca mais fez questão de jogar a final da taça no estádio do FC Porto."

João Diogo, in O Benfica

Restos de coleção

"São, outra vez, as contratações “noves-fora” (ou seja: se de nove ficar uma, já não se terá falhado tudo) e as ácidas listas de dispensas, com “penas suspensas” para os que não provaram até agora, a dominar as atenções nesta despedida de 2010. Mais três técnicos não chegaram a ver a luz ao fundo do túnel, por causa das funções interrompidas, fosse a mando dos diretores e presidentes – casos do crónico Rogério Gonçalves e do também esperado Litos – ou por um insólito mas respeitável imperativo próprio – como aconteceu com Jorge Costa. A diferença do percurso estende-se à colocação dos dois primeiros naquele “balde de bombeiros”, sempre dispostos a marcar presença assim que há notícia – ou rumor, que chega para agitar os bandos em que não faltam aves predadores; quanto ao segundo, mesmo que cumpra agora o anunciado interregno de um par de anos que lhe permita a retoma plena da vida particular, será lembrado como um dos jovens técnicos que poderia ajudar a elevar o nível médio da classe profissional, um daqueles que parecia destinado a chegar a um “grande”. Talvez venha a consegui-lo na mesma, mas isso acontecerá inevitavelmente mais tarde.

Aos treinadores junta-se os ativos, em muitos casos ávidos de guias de marcha que lhes permitam um recomeço noutras paragens ou pelo menos a conquista de públicos com a mudança de fãs. É curioso perceber como a ambição dos mais-poderosos, por cá, colide com as limitações dos mais-pequenos – e estes teriam, se a lógica não estivesse cada vez mais dependente das finanças, com estas a estabelecerem os princípios em vez de serem apenas chamadas a avalizar os meios – e como, cada vez mais, os clubes nacionais funcionam de forma crescente como um entreposto que abre para a Europa as malas e maletas de matéria-prima, adquirida sobretudo pelas Américas Latinas. Já estivemos mais longe de fretar um charter para os trazermos todos de uma vez…

De resto, Cardozo vai chegar atrasado, agitando atestados médicos em sua defesa quando talvez tivesse sido mais prática a hipótese de vir expressamente a Portugal pedir dispensa. Vukcevic prepara-se para recuperar o protagonismo – sempre dividido com Izmailov – nas novelas que o Sporting mantém a Leste. E José Eduardo Bettencourt estuda a melhor forma de enfrentar uma manifestação de desagravo que lhe é diretamente dirigida. Se acrescentarmos aqui o intolerável tabu de Gilberto Madaíl quanto à recandidatura e a ameaça de a FIFA suspender clubes e seleções nacionais das competições internacionais, é fácil perceber que vivemos aquela época sem graça dos restos de coleção.

Bom Ano Novo para todos, sobretudo se ele puder ser realmente novo."

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Objectivamente (vergonhas)

"Cada vez me custa mais assistir semanalmente aos lamentos parvos do André Boas, esse miraculoso jovem treinador que caiu nas Antas como sopa no mel depois da corrida em osso dada ao seu antecessor Manuel Ferreira.
Quando alguém tem a distinta lata de se sentir prejudicado pelas arbitragens no FeCePe, dá logo vontade de abandonar tudo e desligar de vez do futebol! E esta falta de vergonha este menino tem-na!
Quem o ouve sempre a chorar e a reclamar - ao ponto de já ter sido expulso do banco algumas vezes - até parece que a sua equipa tem razões de queixa! Que coisa ridícula! Será que ele não percebe que está a gozar com as pessoas?
Igual ou pior que ele, só mesmo Guilherme Aguiar, fanático tontinho portista disfarçado de comentador na SIC. No último programa conseguiu irritar todo o mundo ao dizer que o penálti sobre Fábio Coentrão no jogo com o Rio Ave, não existiu, tal como não o foi - no seu entender - uma falta cometida sobre o mesmo Fábio e em que deveria ter sido assinalado em penálti a favor do Sport Lisboa e Benfica. Mas em contrapartida ele achou que o penálti que deu o segundo golo ao FC Porto já era castigo máximo quando a bola bate ostensivamente no pé de um defensor Pacense. É incrível como uma pessoas pode ter são descarada a anda por aí defendendo o que não tem defesa e sem se rir!...
O que vale é que as imagens são tão claras que não deixam dúvidas: quem passa vergonhas são estes comentadores 'isentos' que não conseguem cumprir o seu papel, quando às vezes tudo parece tão fácil!"
João Diogo, in O Benfica

Natal

"Eu poderia comemorar a quadra natalícia nesta coluna, escrevendo sobre a forma brilhante como o Benfica encheu 'o cabaz' de Natal no passado fim-de-semana de competição: goleadas no Futebol, no Hóquei em Patins, no Futsal, vitórias concludentes no Voleibol e no Andebol, assim como no Futebol nos escalões de Juniores e Iniciados, vitórias sofridas no Basquetebol e no Râguebi. Mas a dimensão do Benfica permite que se fale do Natal na perspectiva de um clube que é uma grande instituição solidária, que bem se casa com o chamado «espírito de Natal».
Enquanto outros constroem projectos de poder, máquinas de guerra e sistemas de trapaça, o Benfica é o único grande clube de futebol que desenvolve de forma organizada uma acção contínua de solidariedade. E foi assim que no passado sábado - bem como no dia anterior - no espaço grandioso da 'Catedral' da Luz, a Fundação Benfica, associada desta vez à EDP, promoveu uma recolha de roupas, artigos de higiene, brinquedos, artigos de bebé e livros para ajudar os que precisam. Não foi uma acção de caridadezinha para aparecer nos jornais. Foi uma forma concreta de praticar a solidariedade numa fase difícil da vida do País e do povo e num momento sensível de partilha, como é o Natal.
A Fundação, nascida no início de 2009, ultrapassou já as fronteiras do País, seguindo aliás a vocação e projecção universal do Benfica, com participação em projectos associados a programas das Nações Unidas. A educação, a saúde, a habitação, o apoio à infância e às crianças em risco, o combate à pobreza e à exclusão são alguns dos campos de intervenção da Fundação. E um motivo de orgulho tão grande, ou mesmo maior, que a conquista de um titulo desportivo por este enorme e tão diferente clube.
Um Feliz Natal para todos os benfiquistas."

João Paulo Guerra, in o Benfica

A falta que faz um jogador

"De parte deixo a apreciação aos adversários do SLB, parecendo-me no entanto evidente que o da zona das Antas está bem melhor do que o ano passado. De lado deixo também as análises às opções tácticas de Jorge Jesus e deixo igualmente fora desta crónica o sucesso das contratações feitas para a temporada 2010/2011. Para chegar onde pretendo, mantenho-me agarrado somente à falta de um jogador, apenas um: Di Maria. A ausência do argentino que brilha no Real Madrid faz com que o Benfica de hoje seja menos prolífico. O mesmo é dizer que Saviola e Cardozo marcam metade do que marcavam no ano passado. Com Di Maria em grande forma, os clubes que jogaram contra nós viram-se obrigados a orientar as suas linhas recuadas para estancar a corrente criativa por ele originada. Todo o ataque do SLB era temível, mas Angelito, imprevissível, obrigava a escolta redobrada. E o resultado imediato era uma maior liberdade para Saviola e o triplo de passes limpos para o ponta-de-lança. Mais, García, Ramires, David Luiz, Maxi, Coentrão e Aimar subiam de rendimento e criatividade com Angel em campo. Despreocupavam-se os centrais e o guarda-redes, os médios fechavam as portas logo no meio-campo contrário e o estrangulamento era evidente desde cedo. A partir de determinadas altura, os defesas já só pediam para não perder por muitos. Lembro que Di Maria, passado o primeiro ano, algo intermitente diga-se, foi o perigo constante que Gaitán ainda não consegue ser. Com tempo lá chegará. Paulo Futre, capaz de furar toda e qualquer barreira defensiva, imaginativo, empolgante, letal, veloz e apontado à baliza, quando abandonou o Atl. Madrid e mesmo o Benfica abriu um buraco difícil de tapar. Era só um mas fazia com que todos os outros jogassem melhor. Daí que a discussão à volta da saída de Di Maria não se possa limitar à saída de um elemento de um plantel de 25. Não é um Eusébio nem Maradona, mas que faz muita falta, lá isso faz."
Ricardo Palacin, in O Benfica

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Eusébio, mito vivo e sempre presente

"Nas actividades que conseguem mobilizar o interesse ou mesmo a paixão das multidões existem as vedetas, os ídolos e os mitos. As vedetas têm, quase sempre, prazo de validade limitado, os ídolos duram mais, mas acabam por revelar, em muitos casos, que têm pés de barro, e os mitos, mesmo em vida, conseguem conquistar o patamar da posteridade e eternizar-se na memória colectiva, por boas ou por más razões.
O Benfica tem no seu património imaterial o maior mito de sempre do futebol português. Chama-se Eusébio da Silva Ferreira e ingressou no clube no mês de Dezembro de 1960, com um contrato válido por três épocas. A exposição agora inaugurada no Estádio da Luz para comemorar esse meio século de ligação ao Benfica não só mostra o que foi o excepcional percurso desportivo de Eusébio, num tempo em que a 'bolsa de valores' neste domínio estava muito longe de ser o que é hoje, mas põe também em evidência a forma como o nome de Eusébio entrou no panteão dos maiores jogadores mundiais de todos os tempos, numa posição inquestionavelmente cimeira.
Dois dos atributos que reforçaram essa dimensão mítica foram a modéstia e o espírito de sacrifício, para além da genialidade do jogador e goleador nos relvados dos estádios. Vítima de frequentes agressões destinadas a travar a sua caminhada imparável para a baliza adversária, Eusébio pouco se queixava e nunca retaliava, facto revelador da sua dimensão humana, moral e profissional.
Numa época vazia de valores e talhada para o esquecimento e para a sistemática desvalorização da memória, Eusébio continua a ser um património vivo do Benfica, que sabe, como nenhum outro clube, enaltecer essa e outras memórias que fazem a grandeza da instituição.
E embora isso não tenha sido dito, acho que o resultado expressivo e a boa exibição do Benfica no jogo contra o Rio Ave foram uma forma de o Benfica de hoje dizer publicamente e com orgulho: 'Obrigado, Eusébio!'"
José Jorge Letria, in O Benfica

Eusébio

"1. Foi justamente festejado o 50.º aniversário da vinda de Eusébio para o Benfica. Foi a sorte grande que saiu ao Benfica e a Eusébio. O Benfica, que já fora campeão europeu sem Eusébio (é bom que as pessoas se recordem), subiu a patamares impensáveis com ele. Foi, sem dúvida, o melhor e mais útil jogador que o Benfica teve na sua história gloriosa. Se o Clube só pode estar satisfeito com o jogador, que continua a ser um seu símbolo e teve direito a uma estátua em lugar destacado nas nossas instalações, e, agora, a uma exposição alusiva, Eusébio não poderia ter escolhido melhor, já que o Benfica lhe tem sabido retribuir, ao longo da vida, tudo o que ele fez pelo Clube que tão bem serviu. Ao longo da sua carreira, Eusébio não ganhou (nem perto disso) aquilo que os jogadores da sua categoria que apareceram depois auferiram. Nessa época, os jogadores estavam presos aos clubes e o Benfica nunca prescindiu dele, tanto mais que as fronteiras italianas se fecharam então à importação de jogadores. Não foi preciso Salazar interferir como depois se fez constar e se tornou lenda, que continua a ser escrita...
Eusébio e Amália Rodrigues foram símbolos do Portugal de então, como seriam símbolos do Portugal de hoje.É óbvio que deram jeito ao regime que vigorava mas não tinham culpa de serem os melhores. De Eusébio continuo a recordar-me, sempre que o Benfica tem um livre a 30 ou 40 metros da baliza. Que saudades, era logo meio-golo! De Amália recordo-me que comecei a gostar de a ouvir (a ela ou ao Zeca Afonso, de quem nunca até então ouvira falar) quando o saudoso Padre Alberto Neto meu professor de Religião e Moral no Liceu Pedro Nunes, tocou discos deles numa aula, para mostrar que também havia boa música portuguesa. Mais tarde conhecido pela sua acção na célebre Capela do Rato (e, também, no futebol juvenil do Sporting, o seu clube), o Padre Alberto conseguia que até aqueles que, como eu, não eram católicos, gostássemos das suas aulas. E também ele admirava o Eusébio.
2. Não saí totalmente satisfeito do Benfica-Rio Ave de sábado, apesar da nossa exibição 'à época passada'. Fiquei preocupado com a ausência da nossa águia, para mim um dos momentos altos de cada jogo, a par do 'velho' Ser Benfiquista do Luís Piçarra. O voo da 'Vitória' entusiasma os mais pequenos (quantos não se tornaram benfiquistas, ou mais benfiquistas, ao vê-la?) e os mais velhos. Já não prescindimos dela... ou outra. O Benfica está acima de todos nós, benfiquistas, do Presidente ao mais anónimo sócio. Por isso, face aos factos divulgados pela Administração/Direcção, admito (com pena e preocupação) que haja que procurar alternativa, esperando que em breve voltemos a ter uma águia a sobrevoar o nosso Estádio e a entusiasmar-nos a todos."
Arons de Carvalho, in O Benfica

Eusébio. "Em 15 anos que joguei no Benfica, o FC Porto nunca ganhou"

"Em 1960, um menino aterrou em Lisboa para mudar o futebol português. 50 anos depois, continua o mesmo: humilde

Eusébio é um prato. E não dizemos isto só porque o entrevistámos na Tia Matilde, durante a hora (adiantada) de almoço. É a pura convicção do i. Eusébio é um prato, expressão que indicia divertimento e afabilidade. Vamos por partes: o i quer entrevistá-lo a propósito da sua chegada a Portugal, fez 50 anos no dia 15, e telefona-lhe. Assim, sem passar por ninguém. Do outro lado atende Eusébio, como um comum mortal. E toda a gente sabe que Eusébio não é um qualquer. É O Eusébio, com "o" maiúsculo. O Eusébio que ainda hoje suscita admiração e é reconhecido em qualquer parte do mundo, seja na Bósnia, na Venezuela ou no Vietname.

O Eusébio que foi eleito pela FIFA como o nono melhor jogador de todos os tempos no século XX. À sua frente, Pelé (que pede uma batelada de dólares por cada entrevista), Cruijff (é difícil falar com alguém que divide os seus dias entre o golfe e o... golfe), Beckenbauer (Munique é já ali, mas o Kaiser "só com marcação, se faz favor"), Di Stéfano (o presidente honorário do Real Madrid tem mais do que fazer do que dar entrevistas, a não ser que seja um evento-homenagem), Maradona (alguém tem aí o telefone do Fidel?), Puskas (só está entre nós no pensamento), Platini (é o presidente da UEFA e "três occupé") e Garrincha (é de outro mundo, e se não fosse fintava os jornalistas cá com uma pinta...). O que nos deixa no nono classificado do top da FIFA: Eusébio. Que atende o telefone na boa, como se fosse o Manel ou o Jaquim.

Aqui está o ponto de partida para a expressão "Eusébio é um prato": o assessor de Eusébio é o próprio Eusébio da Silva Ferreira. Atende o telefone, ouve e diz de sua justiça. O i quer entrevistá-lo na segunda-feira à noite, dia 13. Resposta dele: "Não, não pode ser. Daqui a 15 minutos, começa o Manchester United-Arsenal. Tenho de ver esse jogo. Liga-me amanhã." Muito bem, que seja na terça-feira, 14. "Hoje? Não, não dá. Então agora vou almoçar e depois tenho de ver [por momentos, ainda temi o pior e que fosse o Motherwell-Hearts, da Escócia] a meia-final do Mundial de clubes [Mazembe-Internacional]. A ver se amanhã nos entendemos, ok?" Okay, Eusébio. "Quando? Hoje? Ehhh, desculpa lá, mas não vai dar. Tenho de ver Rapid Viena-FC Porto [Liga Europa]." Mas desta vez lançamos um contra-ataque, que julgávamos ser venenoso. Qual quê! "Amanhã, quinta-feira? [a falar baixinho mas a pensar alto] às 18h, é o Levski-Sporting [com voz normal] O Sporting joga e tenho de ver. Isto está engatado. Amanhã ou depois, passa pela Tia Matilde à hora de almoço e estou lá, de certeza." Dito. E feito. É sábado, dia do Benfica-Rio Ave, e Eusébio lá está, como prometido, no balcão da Tia Matilde. Quando nos vê, não se deixa surpreender (pudera!) e diz com um sorriso: "Estava difícil, hein! Mas como vês, deu tudo certo."

O i senta-se ao lado dele. Eusébio está sentado, à espera do almoço. É cumprimentado por todos aqueles que lhe passam ao lado. Há quem o chame Eusébio ou king. Dá para tudo. Eusébio, como um rei, estica sempre o polegar em sinal de ok. Nós bem dizíamos, é um prato. E, durante uma hora, a conversa é deliciosa. Eusébio fala com calma. Avança como se fosse um extremo, às vezes recua, que é como quem diz rectifica, depois avança novamente e fala sem parar, ziguezagueando pelo vocabulário à procura da melhor palavra para qualificar este ou aquele ou para definir um ou outro momento, seja glorioso ou simplesmente anedótico. Eusébio é um prato. Já tínhamos dito? A sua memória tem não sei quantos megas de ram. Aí está outro dado que o enobrece: fala do que sabe, com pormenores incríveis. Com ele, não há cá reticências. Quando o seu almoço chega ao balcão, serve-se e tapa o copo de água com um guardanapo. Vai começar a falar... mas o seu raciocínio é interrompido pelo toque do telemóvel. É o Luís Piçarra. O toque do telemóvel, claro. "Sou do Benfica/E isso me envaidece/Tenho a genica/Que a qualquer engrandece/Sou de um clube lutador/Que na luta com fervor/Nunca encontrou rival/Neste nosso Portugal". Eusébio olha para o monitor, atende, fala de mansinho e adia a conversa para outra altura. Agora, é a hora do i. Finalmente.

Isso é o "Ser Benfiquista"...

Sim. Do Luís Piçarra! Nem imaginas o frisson que a música causava a nós, jogadores, antes dos jogos. Estávamos ali perfilados, com o adversário e os árbitros, de repente os altifalantes davam a música, nós ficávamos em pele de galinha e era como que entrássemos em campo já a ganhar. Fosse quem fosse. O Sporting ou o Real Madrid.

Pois, é curioso que fala nisso, porque vai ao encontro de uma das minhas perguntas: como é possível o Eusébio ter estado 15 anos no Benfica e só ter perdido seis jogos em 275 no Estádio da Luz? E como é que o Eusébio marcou em quatro dessas derrotas?

A sério? Seis? E já foram muitas [e ri-se com vontade]. Com quem foram?

Santos de Pelé (2-5) e FC Porto (1-2) em 1962, Sporting (0-2) em 1963, outra vez Sporting (2-4) em 1965, Manchester United (1-5) em 1966 e Ajax (1-3) em 1969.

[Eusébio olha para o ar e começa a falar só para si, mas alto] Desses seis, só dois foram para o campeonato nacional [FC Porto e Sporting-65]. O Santos, para a Taça Intercontinental. Manchester United e Ajax, para a Taça dos Campeões. E esse 2-0 com o Sporting para a Taça de Portugal. Ganhámos lá, em Alvalade, por 1-0, golo do Águas. Depois, perdemos 2-0. Dois do Figueiredo. Olha, foi essa vitória que nos tirou da final da Taça de Portugal mas permitiu ao Sporting ganhar 4-0 ao V. Guimarães e garantir o lugar na Taça das Taças, que haveria de levantar na época seguinte. Nada mal, ajudámos o Sporting, não foi?! [e ri-se mais ainda, entre dois toques do Luís Piçarra].

Porque é que disse "fosse quem fosse: o Sporting ou o Real Madrid"?

O Sporting, porque representei-os em Lourenço Marques, agora Maputo, e porque sempre foi o grande rival do Benfica. Nas 15 épocas de Benfica, fomos campeões nacionais 11 vezes e eles quatro. O FC Porto nunca foi campeão português no meu tempo. E também raramente me ganhou. Na Luz, já vimos, só uma vez. E lembro-me de uma outra vez, bem mais pesada: 4-0 nas Antas. Quatro golos do Lemos. Lembro-me perfeitamente do Rui, que era o guarda-redes do Porto, a dizer-me isso: ''Este ano é nosso'' [esse 4-0 foi em Janeiro de 1971 e estávamos na 18.ª jornada, pelo que faltavam oito para acabar o campeonato, aí liderado por Sporting, com três pontos de avanço sobre V. Setúbal, Benfica e FC Porto]. Eu disse-lhe: ''cuidado com isso, Rui. Ainda vamos ser nós os campeões.'' E fomos mesmo campeões [com três pontos de avanço sobre o Sporting, quatro sobre o FC Porto e sete sobre o V. Setúbal]. No dia em que nos sagrámos campeões, na última jornada, 5-1 à Académica [e faz o gesto de cinco com a mão direita, depois de pousar o garfo no prato], o Rui ligou-me para casa, porque naquela altura não havia nada de telemóveis: ''Tinhas razão. Vocês foram mesmo os campeões. Parabéns.'' Foi um gesto bonito, o dele.

E o Real Madrid?

O quê?

E o Real Madrid? Disse "fosse quem fosse...

Ah, está bem. Desde que me lembro da minha existência [Eusébio nasceu em Janeiro de 1942], o Real Madrid sempre foi a equipa. A máquina. E o Di Stéfano o meu grande ídolo. Eu estava em África e ouvia falar muito do Di Stéfano, do senhor que ele era, do futebol que ele jogava. Não o via a jogar, claro, mas os jornais que chegavam a Lourenço Marques, com dois ou três dias de atraso em relação à data da edição, noticiavam as façanhas do Real Madrid, a equipa que dominava o panorama europeu, como se viu com a conquista das cinco Taças dos Campeões seguidas [entre 1956 e 1960]. E o Di Stéfano era o meu ídolo.

E calhou logo encontrá-lo na sua primeira final europeia, em 1962!

Pois foi. Ganhámos 5-3, a perder 3-2 ao intervalo com três golos do Puskas. Na segunda parte, demos a volta e marquei dois golos, um deles de penálti. Antes do jogo, eu disse ao Coluna para pedir autorização ao Di Stéfano que me desse a sua camisola número 9 no final. Jogámos, ganhámos e, quando o árbitro apitou para o fim, lembrei ao Coluna o pedido da camisola. Lá fomos e o Di Stéfano, cabisbaixo mas afável, deu-me a camisola. Vê lá, tinha acabado de me sagrar campeão europeu e só queria a camisola do Di Stéfano. Está guardada, e é uma relíquia.

Já naquele tempo era costume trocar de camisola?

Não muito, mas eu era novo e o Di Stéfano era uma referência. Ainda hoje é! Aquele era o momento.

Trocou com mais quem?

Tanta gente. Hilário, do Sporting.

E voltámos ao Sporting. Por muitos defesas que o tenham marcado, foi um guarda-redes que ficou célebre por sua causa: o Damas!

Grande amigo. Havia uma rivalidade dentro de campo pelas equipas que representávamos mas a nossa amizade era superior a tudo isso. Quando nos encontrávamos por acaso em Lisboa, íamos almoçar ou jantar ou as duas coisas com as nossas famílias. Juntos, vivemos grandes tardes. Na Luz, em Alvalade, no Jamor. Grande homem, grande guarda-redes.

O Damas também ficou conhecido como o Eusébio do Sporting. Aliás, imagine Portugal sem Eusébio. Não havia estátua Eusébio no Estádio da Luz, não havia Damas como Eusébio do Sporting, não havia jogador português no top 10 dos melhores de sempre do século XX, provavelmente o Sporting tinha ganho mais campeonatos, o Benfica menos... Pergunta: se o Eusébio não tivesse vindo para Portugal, o que estava agora a fazer?

A jogar futebol. Acredita em mim. O meu futuro seria sempre futebolista. Há até uma história curiosa. A minha mãe nunca me quis deixar ir embora de Lourenço Marques. Aos 15 anos, a Juventus, a Juventus de Itália, ok?, queria contratar-me, porque um olheiro deles, que tinha sido um conhecido guarda-redes italiano da Juventus, viu-me e disse-lhes que havia ali um rapaz com potencial, que seria bom aproveitar enquanto eu estivesse incógnito. A Juventus chegou-se à frente mas a minha mãe não quis ouvir nada nem ninguém.

Como eram esses tempos em Lourenço Marques?

Grandiosos. Lembro-me dos jogos que fazíamos. Lembro-me de procurar meias, enrolá-las todas, misturá-las com papel de jornal e daí fazer uma bola. E lembro-me também dos nossos concursos. Quem ganhasse, comia dez castanhas!

Como é que era isso?

Eram concursos de habilidade. Tínhamos de fazer corridas com distâncias pré-definidas a dar toques naquelas bolas [e começa a explicar por gestos, com as duas mãos]. Primeira prova: 20 metros. O primeiro a dar chegar à linha da meta sem deixar a bola e trocá-la do pé direito para o esquerdo o maior número de vezes possível qualificava-se para a fase seguinte, que era a prova dos 50 metros, daí para os 100 e acabávamos nos 200 metros. Sempre na mesma coisa: pé direito, pé esquerdo, pá, pá, pá, pá [as mãos a bater uma na outra fazem eco na Tia Matilde] até cortar a meta. Aquilo eram tardes a fio, dias seguidos, meses, anos... O vencedor ganhava castanhas que assávamos ali na hora, mas nunca, nem por uma vez, o vencedor ficou com todas as castanhas. Qualquer que fosse o vencedor, dividia-as com todos os outros. Ehhh, grandes tempos [olha em frente, para uma parede vazia de conteúdo, mas os olhos transmitem emoção]. Cá em Portugal, o meu treino era outro, claro.

Então?

No final de cada treino, eu ficava no campo a treinar remates. Punha dez bolas ao longo da grande área e ia rematando à baliza. Pá, pá, pá [a Tia Matilde não estremece com o eco, mas pouco falta], pé direito, pé esquerdo, ao ângulo superior, rasteiro ao poste mais distante. Fazia este exercício dez vezes por dia, o que dava cem remates no total. Dez à vez, depois ia buscar as bolas, porque não havia cá apanha-bolas nem nada, não é? Distribuía as bolas outra vez pela área e pá, pá, pá, pá.

Um dia destes, vi uma fotografia sua à baliza. O Eusébio tinha estilo, hããã!

[sem mexer as pernas nem os pés, move o tronco para direita e para a esquerda] O treino de guarda-redes era o melhor para os rins, para os abdominais. Para ficar definitivamente em forma, ia à baliza na parte final dos treinos e dizia ao Simões para me atirar bolas para o lado esquerdo e para o lado direito. Com a mão, mas também em jogadas de um para um. E eu atirava-me aos pés dele.

Podia então ter defendido a baliza do Benfica naquela final da Taça dos Campeões com o Inter, em Milão, quando o Costa Pereira se lesionou?

Sim, podia.

Bem... se fosse, a sua lenda era maior ainda: ir à baliza numa final da Taça dos Campeões. E se não sofresse nenhum golo, como aconteceu com o Germano? Aí então...

Nessa final com o Inter, havia três hipóteses: eu, o Cavém e o Germano. Como estávamos a perder e precisávamos de dar a volta, eu fiquei na frente e lá foi o Germano para a baliza, que manteve o 1-0. Ele já estava a coxear e sem hipótese de acompanhar o arranque de algum adversário.

Sabe qual foi o guarda-redes a quem marcou mais golos?

Não.

Ao Américo, do FC Porto.

Quantos?

17.

Estivemos juntos no Mundial-66. Belo guarda-redes. Porto e Sporting sempre estiveram bem representados na baliza.

Tirando o Damas, quem se destacava mais? Carvalho, Octávio de Sá, Carlos Gomes...

O Carlos Gomes [e olha para a frente, como se o estivesse a ver naquele preciso momento]. Uma vez, quando ele defendia o Atlético, treinado pelo José Águas [1961-62], o intervalo de um jogo com o Benfica demorou mais tempo que o habitual. A PIDE estava na Tapadinha e ia levá-lo para interrogatório. Mas só depois do jogo. Ao intervalo, um amigo dele, que também era meu, alertou-o para isso, meteu-o na bagageira de um boca de sapo [Citröen] e lá foram para Badajoz. O Carlos Gomes foi parar a Marrocos, a jogar no Tânger. E o intervalo desse jogo demorou sei lá o quê. Quando o Atlético entrou em campo, o Carlos Gomes já estava a caminho de Badajoz. Sabes porque é que o Carlos Gomes está aqui? [e aponta para a cabeça]

Não faço ideia. Sei que ele sempre foi irreverente e que jogava de preto, em protesto com o amadorismo do futebol e dos seus dirigentes.

Não [e esboça um sorriso largo]. Lembro-me dele era eu um miúdo de oito anos e ia ver com o meu tio os particulares das equipas portuguesas em Lourenço Marques. Era um costume, e antes dessa equipas regressarem a Portugal, ainda iam à África do Sul para ganhar mais um cachet. Lá, os negros não podiam jogar. Lembro-me que o Sporting jogou em Lourenço Marques com o Jorge Mendonça e na África do Sul não o pôde fazer. Eles tinham um campeonato para brancos e outro para negros. Mas porquê? Se somos todos iguais: brancos, pretos, amarelos, azuis... Na África do Sul, era assim. E lembro-me que o Atlético Clube de Portugal [faz questão de repetir o nome do clube] chegou à África do Sul e voltou logo para Portugal, porque recusou as imposições dos sul-africanos, de jogar sem o Ben David, que era cá um jogador [quatro golos em seis internacionalizações por Portugal, entre 1950 e 1952]. Mas volto ao Carlos Gomes.

Ok. Carlos Gomes, então


Num jogo desses, ele foi expulso de campo. E eu lembro-me, tão bem, mas tão bem, da malandrice dele. [Eusébio faz o gesto do árbitro "para a rua", porque ainda não havia cartões, e traça uma grande área imaginária com talheres, pratos e copos, sem tirar o guardanapo de cima daquele que tem água] Ele foi da baliza até à bandeirola de canto e daí até ao meio-campo sempre pela linha, sem nunca sair do campo. Estavam todos a olhar para ele, a ver quando saía para recomeçar o jogo. Quando ele chegou ao meio-campo, desapareceu rumo ao balneário. Quando cheguei a Portugal, vi-o e disse para mim ''olha quem é ele''.

Quando chegou a Portugal... Ainda se lembra do primeiro jogo que viu do Benfica?

Claro. Cheguei numa quinta-feira [15 de Dezembro], depois da mais longa viagem de sempre. Acho que foram 30 ou 31 horas de avião. Tantas escalas... Só me lembro de uma: Dacar [Senegal].

E depois?

Bem, cheguei a Lisboa à noite e do aeroporto fui para o Lar do Jogador, onde conheci todos os jogadores e mais o treinador, o Bela Guttmann. Sabes que ele nunca me tratou por Eusébio? Nunca! Era sempre o menino. O menino tem de ir connosco, o menino tem de fazer isto, o menino tem aquilo... Do Lar do Jogador, viajei para a Covilhã. Apanhei o comboio aqui [e aponta lá para fora, para a Estação do Rego]. Fazia cá um frio lá em cima. Quis ir-me embora. De lá, da Covilhã, e até de Portugal. Foi o Coluna que me sossegou. Eu conhecia-o de Lourenço Marques e as nossas famílias davam-se bem. Eu até tratava a mãe dele por tia. E o meu irmão deu-me uma carta para lhe entregar no dia em que o visse em Lisboa. Nesse jogo na Covilhã, começámos a perder mas ganhámos 3-1.

Chegou em Dezembro de 1960 mas só se estreou em Junho de 1961.

Sim, houve muita burocracia pelo meio, entre Sporting, Benfica, federação... Em Junho, lá me estreei. A 1 de Junho, no dia seguinte ao Benfica ter ganho a primeira Taça dos Campeões [3-2 ao Barcelona, em Berna]. A Federação Portuguesa não quis adiar o jogo e o Benfica apresentou a equipa B. Perdemos 4-1, nos Arcos.

Mas o Eusébio marcou um golo [o 473.º e último golo oficial de Eusébio pelo Benfica, em Março de 1975, também foi com o V. Setúbal, mas já no Bonfim]

Sim, o 3-1.

E também falhou um penálti?

È verdade, defendido pelo Félix. O pai do Mourinho.

Falhou mais penáltis?

Um para o Maló, da Académica [na Luz, em Outubro de 1966: 2-1 para o Benfica]. E outro para o União de Almeirim.

Como é que é?

Para a Taça de Portugal, com o União de Almeirim [32 avos-de-final, a 9 de Fevereiro de 1969]. Ganhámos 8-0, eu já tinha marcado três ou quatro, não me lembro bem [foram três, e vale a pena dizer que Eusébio marcou 18 em nove jogos nessa edição da Taça, que o Benfica levantou, numa final com a Académica, que meteu prolongamento e só se evitou um segundo jogo por-culpa-vocês-sabem-de-quem]. E houve um penálti. Eu fui batê-lo e o guarda-redes disse-me que o pai dele estava no Estádio da Luz. Eu então disse-lhe que ia atirar para aquele lado [Eusébio aponta o seu lado direito] e ele foi lá buscá-la. Eu e ele tirámos fotografias, com o pai também, e, durante essa semana, ele virou herói nacional, com reportagens numa série de jornais. Foi engraçado [e sorri largamente, como se lhe estivessem a dar uma Bola de Ouro].

Seis derrotas na Luz, 11 títulos de campeão nacional em 15 épocas, três penáltis falhados, duas Botas de Ouro [melhor marcador europeu] e uma Bola de Ouro [melhor jogador da Europa para a France Football]. Que carreira. Falta-lhe alguma coisa?

Já que fala nisso... Podia ter ganho duas Bolas de Ouro.

Pois. Ganhou uma em 1965, com oito pontos de vantagem sobre Facchetti, lateral italiano do Inter. Mas perdeu a de 1966, para Bobby Charlton. Por um ponto, não foi?

Sim. Um ponto.

E o voto foi de um jornalista português, o Couto e Santos, do Mundo Desportivo. Ele votou no Bobby Charlton em primeiro lugar, eu em segundo [em 1966, Charlton foi campeão do mundo e eleito o melhor jogador pela FIFA numa prova em que Eusébio foi melhor marcador destacado, com nove golos em seis jogos]. O Charlton acabou com 81 pontos, eu com 80. Se ele votasse em mim, seria o contrário: eu 81, o Charlton 80.

E alguma vez falou com Couto e Santos sobre isso?

Siiim. Ele sempre me disse que votou no Charlton porque julgava que eu ia ganhar com avanço. Como é que alguém pode pensar isso numa votação secreta? E o que é que eu podia fazer-lhe? Nada, não é? Apenas perguntei-lhe e ele respondeu-me desta forma. Se ele votasse, eu seria o primeiro jogador a ganhar a Bola de Ouro duas vezes seguidas.

A Bola de Ouro perdida para o Bobby Charlton. Mais alguma coisa que lhe falta? Li algures que nunca jogou com o Matateu.

É verdade, o Matateu. Ele nunca jogou comig... Desculpa, eu nunca joguei com o Matateu. Assim é que é, assim é que se deve dizer: eu nunca joguei com ele. Só uns treinos na selecção portuguesa, com o Peyroteo a treinador. [E o Luís Piçarra entra novamente pelos nossos ouvidos dentro... Eusébio é ou não é um prato?]"

O desfile da mentira

"Há umas semanas líamos por aí, em letras garrafais, que o brasileiro Elias estava a um passo de ser contratado pelo Benfica. No dia seguinte o negócio complicara-se, e ao terceiro dia o jogador estava já a caminho do Atlético de Madrid. Era então o argentino Enzo Perez a encher as primeiras páginas com nova novela em torno da sua alegada contratação. Até que também ele saiu de cena para dar lugar a Jucilei. Seguiu-se Kléber, e depois Fernandez, e assim sucessivamente (com Danny, Funes Mori e Nuno Coelho pelo meio), num rol interminável de noticias desprovidas de qualquer aparente fundamento. O mercado ainda nem sequer abriu as suas portas, pelo que, até ao final do próximo mês de Janeiro, muitos serão os nomes a adicionar a este ridículo desfile, sem que, na maioria dos casos, a SAD Benfiquista seja tida ou achada no 'negócio'.
Esta narrativa jornalística cansa. Eu, pessoalmente, já não acredito num único nome que surja nas páginas dos diários desportivos por estas alturas, e tenho a mais firme convicção de que, de entre todos os mencionados, poucos foram sequer objecto de ponderação por parte dos responsáveis do clube. Muitas vezes, pasma-se, é o próprio conteúdo das páginas interiores a desmentir as manchetes luminosas com que se pretende impressionar os mais incautos - anuncia-se, com pompa, o interesse do Benfica em fulano, para, na mesmíssima edição, algumas páginas depois se perceber que o negócio é, afinal, quase impossível de concretizar, ou que esse interesse até nem é, por exemplo, partilhado pelo treinador e/ou pela Direcção, transformando a fulgurante notícia em... nada, desrespeitando a verdade e os leitores. Todo o folclore noticioso não passa assim, creio, de encomendas de empresários no sentido de acicatar eventuais ofertas sobre os jogadores que têm em carteira, interesses esses que encontram na necessidade de vender papel o terreno fértil para a sua expansão.
Se fizermos o histórico dos nomes publicados na imprensa como possíveis reforços do Benfica no últimos dez anos, verificamos que mais de 90% nunca chegaram a vestir a camisola do clube, nem estiveram perto disso. Seria também curioso verificar o número de dias que cada um deles preencheu as páginas dos jornais, a forma como apareceram, como se mantiveram, como saíram, e, sobretudo, quem lá os pôs.
O procedimento é sempre igual: desperta-se o interesse como quem lança um segredo de salão, fazem-se duas ou três primeiras páginas com o nome do craque, começam então a noticiar-se as inevitáveis dificuldades na negociação (sejam prazos, formas de pagamento, ou outro clube que se interpôs), para, finalmente, quando a margem se estreita de forma irreversível, ser revelado o destino efectivo do futebolista - clube que, entretanto, assustado com toda a onda de especulação, acaba assim por pagar um pouco mais do que aquilo que pensava no início do romance.
Se tudo isto se tolerava há uns anos atrás, parece-me difícil que um grande número de adeptos ainda se entusiasme hoje com este tipo de burla (é esta palavra certa). Por isso não a entendo senão à luz da indisfarçavel crise pela qual passa a Imprensa escrita, que, entalada entre uma maior profissionalização das entidades objecto de cobertura noticiosa (com menor acessibilidade aos seus assuntos internos), e uma crescente onda de mecanismos de comentários, análise e até informação gratuita e online, tem revelado uma total incapacidade de adaptação aos novos tempos. E os grandes jornalistas, que também por lá existem, acabam eles próprios submersos pelo manto de mediocridade e de chico-espertismo que inunda todo o espaço onde habitam.
Como maior clube português, o Benfica é, obviamente, a principal vítima deste processo. Dispondo de mais adeptos, preenchendo a maior fatia da quota de mercado dos afectos desportivos, é do Benfica que todos procuram servir-se para alcançar os respectivos intentos - por vezes de forma sórdida e nojenta, como ainda recentemente sucedeu em redor de aspectos da vida privada do nosso director-desportivo. A grandeza do clube obriga-nos a conviver com esta nuvem de poeira à nossa volta. Mas é imprescindível que não nos deixemos abalar por ela.
Felizmente o Sport Lisboa e Benfica tem hoje mecanismos de comunicação suficientes para estabelecer uma ligação forte, directa e eficaz com os seus sócios e simpatizantes. Dispomos de um canal de televisão, das páginas deste Jornal, de uma Revista, e de um Site oficial. São estes os instrumentos que procuram informar os benfiquistas salvaguardando os interesses do Clube. A maioria dos restantes órgãos de comunicação social apenas se serve do Benfica para ganhar dinheiro, quer à custa da sua grandiosidade quer explorando, como abutres, os seus momentos menos bons. Não os levemos a sério, pois eles não merecem."
Luís Fialho, in O Benfica

domingo, 26 de dezembro de 2010

O Pai Natal é vermelho?

"E que tal o Benfica que defrontou o Rio Ave? Deu ou não para recordar alguns dos melhores nacos de bola que a equipa exibiu na temporada passada? Houve momentos de esplendor, momentos de sedução. Houve excelentes movimentações ofensivas, houve mais desequilíbrios, mais soluções. Foi frente ao Rio Ave? E não se bateu com galhardia e competência a turma de Vila do Conde? A ultima exibição do ano transmitiu confiança. Fez aproximação ao verdadeiro Benfica, ao Benfica por que anseiam os adeptos. Hegemónico, luzidio, goleador. Será para continuar? Só pode ser para continuar. Mais do que isso, só pode ser para melhorar. Mais do que a técnica ou táctica, talvez que a crise que passou tenha sido sobretudo emocional.
Com a aproximação ao perfeito, com o apoio incondicional doa aficionados, com acréscimo de firmeza, com suplemento anímico, tudo reunido, algo que só boas vitórias podem trazer, o grande Benfica estará de volta, a tempo ainda de averbar conquistas importantes na época em curso.
Paradoxalmente, o Pai Natal, na presente edição da Liga nacional, apareceu muito antes de Dezembro, trajado de azul... e branco. Que dizer dos benefícios que o FC Porto tem tido? E dos prejuízos do nosso Benfica? Caso imperasse a justiça e a isenção, não estaria o Benfica praticamente ao líder na pauta classificativa? Devolva-se, então, o vermelho ao pai Natal, de resto a sua cor genuína. Com uma recomendação apenas, a de que não são precisos favores, não são precisas prendas, só se exige equilíbrio nas decisões."

João Malheiro, in O Benfica

O Cortejo

"No passado fim-de-semana, na Mata Real, lá vimos mais um. Desta vez foi o Artur Soares Dias, mas podia ter sido um dos outros, um daqueles que continuam a perpetuar um cortejo que já vai longo. Há quase trinta anos que os vemos: António Garrido, José Silvano, José Pratas, Martins dos Santos, Miranda de Sousa, Carlos Calheiros, Jacinto Paixão, José Guímaro, António Costa, Paulo Costa, Donato Ramos, Fortunato Azevedo, Augusto Duarte e tantos outros Coroados da vida. Coitados, o destino não lhes dá tréguas.
E nós, adeptos, lá vamos protestando num diálogo inútil com um poder bafiento, ultrapassado e que recentemente, ao enlamear o nome do juiz Ricardo Costa, fez o funeral ao último resquício de dignidade que por lá andou. E enquanto a dignidade não volta, apercebemo-nos de que já se vai preparando um qualquer Paulo Costa para se atirar aos destinos da arbitragem, quando esta passar a ter coutada e feudo na publicamente inútil Federação Portuguesa de Futebol. E tudo continuará como tem sido: com a fina ironia a manifestar-se nos intervalos da generosa missão de receber árbitros em casa nas antevésperas dos jogos.
E não, isto não é um lamento nem uma revolta – já lá vão esses tempos – é apenas a garantia de que só nos vencem no dia em que baixarmos os braços, no dia em que desistirmos. Até lá, é derrotado o futebol e são derrotadas as instituições que deveriam garantir a justiça; é derrotado Portugal e são derrotados os portugueses que aceitam servilmente este jugo hipócrita. Derrotados nunca serão os que não desistem, porque podemos andar de cabeça erguida e olhá-los nos olhos, enquanto vemos passar este cortejo de indecentes disfarçados de penitentes."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Carta ao menino (Jorge) Jesus

"CARO Menino (Jorge) Jesus,

Como sabe, sou seu admirador. Desde Belém.

Sei que este Natal não será tão radiante como há um ano e que tem andado sobre brasas quando, em verdade, deveria estar tranquilo sobre a palhinha. Não sei se é por causa da luz da estrela ou da falta de estrelas (ou estrelinha) na Luz. Percebo a dor da ausência de Maria (Di) e do menor brilho da estrela de David (Luiz). Sabe, por experiência, que, nos momentos difíceis, há sempre um Herodes à espreita. Sendo o nosso mestre da táctica, dispense o burro, mas acarinhe a vaca que dá boa ajuda.

Faltam duas semanas para os Reis e um pouco mais para o fecho do recenseamento de quem chegará à Luz prometida. Folgo por saber que dispensa um pinheiro alto que outros pediram na 2ª circular da Samaria. Espero que as dádivas dos Magos tenham o ouro da inteligência, o incenso da prudência e a mirra da antecipação. E que todos saibam «'aimar' a equipa como se fosse a eles próprios». E digerido o peru do discípulo Roberto, o exorte agora a respeitar as cores do Pai Natal antes que o imperador Júlio César o persiga.

Não ceda à tentação de responder aos gentios que o provocam no norte da Judeia onde há pomares de fruta viçosa, mas não se respeita o Decálogo. Vai receber cartões dos profetas Benquerença e Paixão a convidá-lo para a meia-noite do Galo. Mande-os para o Mar Morto. Ou até para o diabo.

Terá sempre os seus discípulos fiéis e gratos. Prossiga os sermões na catedral e não permita que os vendilhões a descaracterizem. Já tivemos um Messias na defesa, um Salvador no ataque, um Espírito Santo nas costas, um grande Bento e vários Santos, e agora temo-lo a si em carne e osso. Como homem tenho fé, tenho esperança.

Um reconhecido abraço deste crente encarnado."


Bagão Félix, in A Bola






O Indefectível deseja a todos, um

Santo e Glorioso Natal

O leão...

O leão é o maior hamster do mundo, medindo quase 3 metros de altura. Talvez a besta selvagem mais mal compreendida e falsamente condenada, com a possível excepção da amêijoa (que, enquanto condenada como uma bolha disparatada numa concha, é de facto a criatura mais inteligente à face da terra. As amêijoas seriam capazes de criar tecnologias muito além dos maiores sonhos da raça humana - de facto até seriam capazes... se tivessem mãos). Enquanto os leões seriam caracterizados pelos fascistas como máquinas mortíferas sem mentalidade nenhuma, capazes de vos arrancar a cabeça com um som triturador suficientemente alto, são de facto bastante carinhosos, amigáveis e sociàveis.


DESCOBERTA

Os leões foram descobertos no início dos anos 40 por um cientista chamado Earl McPheester, que recolheu vários hamsters para uma experiência altamente complicada com o nome "Vamos ver com quantos hamsters é que consigo fazer malabarismo." McPheester escreveu no seu livro influencial, que ele deu o nome criativo de O Meu Livro Influencial, "Sim, eu tinha este balde cheio de hamsters e de repente reparei que um deles parecia um bocadinho diferente dos outros. Eu fui muito subtil. Duvido que que alguém sem a minha perspectiva altamente científica e treinada iria conseguir notar a diferença. Mas eu notei. Sabem, como alguns hamsters tinham vários metros de comprimento, reparei que um deles tinha quase 3 metros de altura e tinha uma aura espectacular. Ele parecia estar a passar um mau bocado estar ali enfiado no balde. Eu abanei-o um pouco, até que reparei que os seus olhos eram castanhos, enquanto o resto dos hamsters tinham os olhos pretos. Então foi aí que realmente comecei a tomar nota."

Quanto mais Earl estudava este hamster em particular, mais ele reparava que ele era muito diferente dos restantes hamsters. "Ele mordeu-me o braço. Após vários dias, pensei cá para mim, 'Espera lá... os hamstes são vegetarianos!' Eu sabia que algo estava errado. Ele era o único hamster que tinha que parecia não gostar de couves de beterraba e bocados de cenoura. Depois de isto ter acontecido levei o meu filho de quatro anos ao laboratório e aí é que vi o que é que o hamster realmente gostava de comer." Quando lhe perguntaram como é que se sentiu após isto ter acontecido, Earl disse, "Eu realmente não me importei. O puto era um bocado chato e irritante. Mas se o hamster tivesse comido o meu cão... é pá, então aí é que tinha ficado REALMENTE FULO DA VIDA!"


COMPORTAMENTO

Mais vale darem luta. Se isso não resultar, então damos-lhe algo para ocupar os seus últimos 10 segundos de vida. Os leões são muito amigáveis e criaturas fofinhas, apesar do que os média vos tenham enfiado no vosso cérebro após uma lavagem cerebral. Não tenho a certeza porque é que os média iria querer fazer lavagens cerebrais contra mamíferos gigantes, mas eles fazem-no, garanto-vos! Se alguma vez derem de caras com um leão, não tenham medo, não vos irá fazer mal. Eles são geralmente muito amigáveis com outros animais que não são comida, mas eles não aceitam conselhos dos cornudos azulados. Aproximem-se deles à vontade, podem fazer festinhas, dar pontapés, os leões gostam muito. Se vos deitarem a garra, ou vos grunhirem, ou ainda vos matar e vos comer, não tenham medo nenhum. Isto é simplesmente a maneira do leão vos dizer que gosta de vocês. É mais ou menos quando levam uma lambidela de um cão, excepto um pouco mais doloroso. Por outro lado, se virem um esquilo, FUJAM O MAIS RÁPIDO QUE POSSÍVEL! Essas coisas são MAQUIAVÉLICAS, por isso é que até os cães os evitam e teêm ódio por eles. Também tenham cuidado ao dobrarem-se, um dos esquilos pode acabar por vos violar!


AMIZADES COM RATOS

O maior amigo do leão é o rato. O leão gosta de se brincar com ratos e ursos, e até gosta de fazer amor com ratos. Isto pode ser facilmente explicado no filme O Rei Leão no qual o antagonista, Scar, é visto a brincar com um rato enquanto o seu irmão, Mufasa, está a mostrar o seu filho, Simba, a uma data de diferentes animais sem nenhuma razão aparente. Certamente que isto mostra que leões maus, sem razão nenhuma, têm momentos mais afáveis com ratos do que com os da sua própria espécie. E no que diz respeito a acasalamento, as crias que nascem podem ser tanto leões e ratos e ursos, o qual fica dependente da sua genética imprevisível.

Uma das coisas que o típico leão fará nesta vida é encontrar um rato para ser a sua alma gêmea. O leão, juntamente com seu rato parceiro, irão encontrar um casal de humanos casados, e irão tentar dormir todas as noites na cama desse casal. O casal irá provocar uma luta no qual cada um quer que o leão e rato durmam no seu lado da cama. Isto tornou-se num jogo popular para casais. Quando um se levanta de noite, ele ou ela passa sorrateiramente para o lado da cama onde està o leão e o rato enquanto o/a parceiro/a dorme. O jogo por vezes é decidido pelo próprio rato e leão.

Por razões de longevidade, isto é a melhor maneira de ter um leão como animal de estimação (ou até um urso que coma um tipo chamado Pintufas Bufolas - o maior corrupto do século 21). Um casal tem o poder de decidir qual dos ratos e leões podem ficar juntos e fazer bebés que possam dar vida aos ursos.


LEÕES COMO ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

Como os seus primos mais pequenos, os hamsters, os leões fazem excelentes animais de estimação. Um leão cabe facilmente numa jaula do tamanho de uma caixa de sapatos. Simplesmente precisa de ser... dobrado várias vezes. As jaulas de leão são muito compactas e fáceis de carregar e normalmente vêm com tampas fortes, já que que os leões por vezes conseguem arrebantar com as tampas em jaulas pouco fortificadas. Já para não falar no facto que eles possuem garras enormes. Os leões dão-se melhor numa sala com uma temperatura moderada (18 a 26 graus), que tenha uma luz do sol suficientemente forte que possa causar um escaldão perigoso. Por outro lado os tigres gostam da sala um pouco mais fresca.

Tal como animais de estimação, os leões precisam de exercício e divertimento para manter a sua saúde mental e física. Umas rodas de exercício permitem ao leão correr a toda velocidade, se eles se conseguirem enfiar na roda de oito centímetros. Outro objecto comum é a "Bola de Leão," uma bola de plástico gigante no qual um leão pode estar em vários lugares para que possa explorar melhor o mundo fora da sua jaula. Simplesmente mantenham-no longe de objectos que se partam, ou crianças que se possam espalmar facilmente. Como muitos roedores, os leões também são bons jaridneiros e precisam de materiais para isso; tal como um osso de roer ou até uma velhota. Se isso não lhe for dado, o leão pode vir a ter problemas de dentes, já que os dentes iriam continuar a crescer sem controlo e iriam tornar-se demasiado grandes, o que poderia causar desconforto e problemas alimentares.


LONGEVIDADE

A típica duração de vida do leão domesticado é de cinco a seis minutos, já que está enfiado numa jaula do tamanho de um tijolo. Se o seu leão morre, não o despejem pela sanita, a não ser que o cano tenha uma largura de 5 metros. Se for esse o caso, então força no autocolismo.

Mas se o leão encontrar um rato como parceiro/a, então irá viver enquanto o casal estiver casado. O rato viverá o mesmo tempo. Os dois irão manter-se vivos e ficarão juntos desse casal até que se divorciem, que se separem com a intenção de se divorciarem, ou um deles morra. Se a esposa estiver temporariamente hospitalizada, ou se ausentar numa missão militar, viagem de negócios, ou uma outra razão qualquer, e planeia e juntar-se novamente mais tarde, o leão e o rato irão continuar a viver mas irão ser infelizes. Mas se o leão e rato se aperceberem que a separação é permanente, ambos irão morrer pouco depois.


EVOLUÇÃO

Os cientistas não têm a certeza de como é que esta sub-espécie de hamster conseguiu ser tão grande enquanto todas as outras ficaram do tamanho de uma dentadura. Pode ser por causa do tamanho das cenouras da selva africana. "Sim, em tempos pré-históricos, a selva africana era povoada por cenouras gigantes, que andaram pela terra durante 5.6 biliões de anos," diz um cientista, "Portanto, para se poderem alimentar destas cenouras, hamsters da pradaria pré-históricos tiveram que evoluir para serem maiores. Ao fim de um tempo os leões levaram as cenouras à extinção, e ficaram sem comida durante vários dias sem se terem apercebido o quanto os seus dentes eram afiados."

A nome "leão" vem da palavra latina "Leo", o que significa "Banana". Os leões não tiveram esse nome por causa das bananas ou por nenhuma razão em particular. Simplesmente foi-lhes dado esse nome porque a palavra "leão" soa espectacularmente.


ORIGENS

A origem e evolução do leão são duas coisas diferentes. É verdade que os leões evoluíram dos hamsters, mas esta besta magistral teve origens míticas e raízes do qual se pode orgulhar. O estudo da origem do leão é uma área de estudo que cresce rapidamente e está a tornar-se cada mais controversa e relevante na sociedade moderna. O leão é o resultado de um casamento divinal entre fogo e relâmpago. O controlo ou não estas duas forças naturais ao consumir carne de leão é incerto e as opiniões no assunto estão fortemente divididas com largos números de apoiantes ferverosos em ambos os lados.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Aves natalícias

"O período natalício (que não necessariamente o Natal) e o futebol têm em comum uma certa ligação às aves. Desde o peru que se imola para deleite gastronómico ao que se tem de engolir quando o guarda-redes sofre um frango em versão superlativa. Desde o galo enaltecido na meia-noite natalícia e amaldiçoado nos dias em que a bola é atraída pelo íman dos postes.
O que não imaginava era que, na Luz, este Natal ficasse associado a outra ave: a águia Vitória que se costuma exibir no prelúdio dos jogos. No passado sábado, no jogo com o Rio Ave (outra vez a ligação à ave), não houve o voo do passarão, embora tivesse havido o voo das águias que ressurgiram como campeãs. Por este andar e pelas notícias conhecidas, a dita águia vai acabar os seus dias no Desportivo das Aves, travestida de ave de arribação!
Por falar em aves e em futebol, há outras espécies que, de quando em vez, aparecem exuberantes: o abutre e o milhafre, aves de rapina em momentos cirurgicamente escolhidos; o papagaio e o cuco que exprimem toda a sua verve em conferências de imprensa ou fora delas; as aves canoras sempre chilreando para o lado (dos problemas); as aves agoirentas espalhando toda a sorte de desgraças; e a avis rara que, messianicamente, se auto-intitula salvadora de qualquer coisa a começar por ela.
Ultimamente, surgiu também uma nova versão de pavão: jovem, insinuante, enfatuado, com uma visão algo distorcida pela longa plumagem azulada e que gosta de entretenimento dos silvos (ou falta deles) nos relvados. Garantiram-me que, afinal, é um garnisé (geneticamente modificado) que, como o nome indica, é oriundo da ilha de Guernsey e por isso tem ascendência britânica."

Bagão Félix, in A Bola

O futebol tem muitos botões (especulações sobre a sucessão de Villas Boas e da águia 'Vitória')

"PINTO DA COSTA, naturalmente, não se poupa a cautelas e, antecipando, preocupa-se com a sucessão de André Villas Boas. E já escolheu o próximo treinador do FC Porto: Jorge Jesus.
É uma escolha acertada, sem qualquer espécie de dúvida. Jesus é muito competente no que fez e até poderia ser o actual treinador do FC Porto se tivesse dito que sim ao desafio que lhe foi lançado no final da época passada. Mas Jesus optou por ficar no Benfica, renegociando o seu contrato, como lhe era legítimo, e o FC Porto foi buscar André Villas Boas a Coimbra desviando-o do seu caminho para Alvalade.
O futebol arrasta multidões porque tem destas pérolas especulativas que fazem as delícias de todos os adeptos. Tivesse Jesus tido para o FC Porto e, para comemorar os 50 anos do desvio de Eusébio do Sporting para o Benfica, lá teria sido o Benfica que acabava por ficar com Villas Boas com quem chegaria a acordo em menos tempo do que o Costinha leva para abotoar um fato completo.
O futebol, como se sabe, sempre foi um assunto de botões.
Para Pinto da Costa, Jesus tem dois botões muito apetecíveis de descoser: é um bom treinador e é um treinador cuja deserção seria sentida pelos adeptos do Benfica com mágoa.
Neste sentido, o presidente do FC Porto tem vindo a trabalhar com muito propósito. Nunca, desde que Jesus chegou à Luz, falou do técnico em causa com desrespeito ou hostilidade e, fica a aposta feita, será isso mesmo que dirá a Judite Sousa quando for entrevistado na RTP num futuro, vá lá saber-se, mais ou menos próximo.
Ainda esta semana, numa entrevista concedida à Rádio Renascença, Emissora Católica Portuguesa, Pinto da Costa voltou a elogiar o treinador do Benfica e isentou-o de culpas do mau arranque do campeão nesta temporada. Estão a ver, não estão?
Aliás, o presidente do FC Porto demorou-se dez vezes mais a falar do Benfica do que do FC Porto. Praticamente só não falou sobre o problema da águia Vitória e não deixa de ser incrível como é que o jornalista entrevistador não se lembrou de lhe perguntar a sua opinião sobre o referido caso zoológico.
E mais lhe valia ter falado sobre a águia Vitória - ...se o Benfica fosse o Sporting até já lhe chamaríamos de águia «podre»... - do que ter enveredado pela aritmética especulativa, como se uma coisa destas fosse possível. Disse Pinto da Costa à antena católica que se há coisa que lhe agrade «é jogar em último lugar» porque assim dá «a felicidade de, durante 24 horas, estarem a 5 pontos».
Ora fez mal as contas e contra si próprio.
Pois se o FC Porto ainda não jogou é porque o jogo ainda não começou e, que se saiba, os jogos quando começam estão sempre empatados, 0-0, o que vale desde logo 1 ponto para cada equipa. Portanto, se o Benfica, jornada a jornada, conseguir ganhar na véspera do jogo do FC Porto fica a 6 e não a 5 pontos do seu adversário. Ou não é assim?
O mundo do futebol tem dois novos grandes temas para seguir com fervor mediático. O evoluir das relações entre José Mourinho e Jorge Valdano, no Real Madrid, e o evoluir das relações entre Costinha e José Couceiro, no Sporting. Mourinho, à partida, parece o mais seguro de todos até porque já tem uns bons meses de casa.
Couceiro, por exemplo, ainda nem entrou ao serviço e já Carlos Janela, com quem trabalhou na SAD do Sporting em 1998, veio recordar que o evoluir das relações entre os dois no século passado não foi nada agradável. Janela, que aparentemente tem boa memória, disse mais: que o facto de Couceiro ter imposto as contratações de Renato, Leão e Damas não ajudou muito a alegrar o ambiente em Alvalade.
Ninguém sabe como vão evoluir as relações entre Mourinho e Valdano nem, muito menos, que trocas de acusações poderão vir a fazer entre si.
No caso de Costinha-Couceiro torna-se mais fácil todos especularmos com os nossos botões. Imaginem-se as trocas de acusações entre o homem que contratou Leão, Damas e Renato contra o homem que contratou Tales, Zapater e Hildebrand. E vice-versa.
NO fim-de-semana passado o Benfica venceu Rio Ave por 5-2 e jogou bem. Ou seja, ao longo dos 90 minutos jogou mais tempo bem do que o tempo em que jogou assim-assim. É um progresso. Aliás, excepção feita ao desastre na Liga dos Campeões, o Benfica tem vindo a progredir. Anteontem, nas páginas deste jornal, o Fernando Guerra explicava que se o campeonato «tivesse começado à 5.ª jornada, O Benfica seria primeiro com 27 pontos, e o FC Porto segundo, com 26 pontos».
O Rio Ave também jogou bem. O João Tomás jogou ainda melhor e até marcou dois golos. Trata-se de um excelente ponta-de-lança e já tem 35 anos. Marcou o seu segundo golo de grande penalidade. Mandou o guarda-redes para um lado e a bola para o mesmo lado, só que Roberto chegou tarde.
Ainda ficámos todos à espera que o árbitro o mandasse repetir o pontapé. Teria a sua graça. Mas os árbitros portugueses não têm sentido de humor.
AGORA que acabou a época de futebol nos EUA, David Beckham, em férias dos L.A. Galaxy, mostrou desejo de jogar até à Primavera na Europa para não ganhar peso nem perder a forma. Beckham, que tem a mesma idade de João Tomás, ainda sonha com a selecção do seu país o que só lhe fica bem.
Segundo a imprensa britânica, o jogador chegou ao ponto de mostrar publicamente desejo em alinhar pelo Bayern de Munique, não descartando também o interesse em fazer uma perninha ou no Benfica ou no Olympique de Marselha.
Que venha Beckham para o Benfica! E imediatamente teremos resolvido o problema da sucessão da Vitória. Com uma Vitória Beckham na Estádio da Luz quem se lembraria mais de uma simples ave espanhola?
E nem seria preciso pôr a Vitória Inglesa a fazer rappel desde o topo da bancada até à relva.
Fica, no entanto, a sugestão.
O espectáculo resolve-se facilmente com roldanas. E com botões de aço.
NA segunda-feira, foi-se embora o Aurélio Márcio. Tinha 91 anos. Foi um homem com um sentido de humor pragmático. Nunca deixava escapar uma oportunidade de explicar aos poetas líricos do futebol como é que as coisas, na realidade, se passam.
Era um prazer vê-lo, contido, very british a ouvir os outros a falar de um jogo de futebol.
Alguém, por exemplo, entusiasmava-se com a descrição plena de metáforas de uma jogada de um extremo, que fintou o adversário, foi à linha e centrou... uma coisa bestial. E o Aurélio Márcio, sem descruzar os braços, ouvia, ouvia e depois perguntava: «Então mas não é para isso mesmo que lhe pagam?» E acabava-se ali a conversa. Desligava-se o botão, compreendem?"

Leonor Pinhão, in A Bola

Objectivamente (papagaio)

"Há um novo 'papagaio' que vestirá de 'azul e branco' para o resto da vida. Chama-se Jesualdo Ferreira e ainda não parou de dar entrevistas desde que saiu da equipa que ganha campeonatos ligas e afins com grandes ajudas de árbitros, CD e CJ. A última foi para elogiar - a muito custo, diga-se - o André Boas que conseguiu novo recorde de jogos sem perder como se isso fosse impossível enquanto existirem Olegários, Sousas e Elmanos! Uma vergonha este fraco treinador que arrumou o Málaga em dois meses e já conseguiu a proeza de tirar o Panatinaikos do primeiro lugar do campeonato grego em apenas três semanas! É impressionante o carinho que os amigos jornalistas do Porto lhe dispensam!
Dá entrevistas quase todas as semanas, se não é por isto é por aquilo. E não mostra trabalho, o que seria se conseguisse bons resultados como outros, como o Nelo Vingada, p. e., que não pára de ganhar títulos por todos os continentes onde passa!
Mas é assim este miserável ambiente no futebol português onde os compadrios continuam a ditar leis!
'Mais vale cair em graça que ser engraçado', como diz o velho ditado. E este Ferreira caiu mesmo em graça dos 'amigos' do Porto que têm sempre o seu número de telefone à mão para lhe arrancar uma declaraçãozita com críticas aos rivais do FCP. Mesmo com o ar carrancudo consegue simpatia q.b. para dar manchetes a 'O Jogo' com frases de género: 'Assim também eu... o Benfica não está a jogar nada e por isso é fácil ao André bater o meu recorde!...' Entretanto, p 'amigo' jornalista insiste: 'Mas você não teve o Hulk e o FENOMENAL Sapunaru?!'.'Pois, mas o problema foi a instabilidade que esse processo provocou na equipa!' Eu imagino a conversa em 'off' !!! Vá aí mais uma ajudinha a lavar a imagem deste genial treinador! Por aqui não esqueço a humilhação que o Gondomar provocou na Luz, eliminando o Benfica da Taça de Portugal. Era ele o genial treinador do SLB!"

João Diogo, in O Benfica

Qual FC Porto?

"Já aqui elogiei várias vezes a equipa do FC Porto. É uma equipa possante, com um ataque temível, uma defesa muito dura e um meio-campo que em geral funciona.

Só que, sem se perceber bem porquê, esta equipa às vezes desaparece do campo, passando do brilho à mediocridade num abrir e fechar de olhos.

O FC Porto foi brilhante no modo como cilindrou o Benfica, não lhe dando a mínima hipótese. É portanto inteiramente justo estar à frente do campeonato. Mas não é menos verdade que o avanço portista podia ser muito mais curto. Tenho na memória dois jogos que valeram seis pontos – e que podiam ter valido só um ou dois.

Logo no primeiro jogo do campeonato o FC Porto ganhou os três pontos com um penálti inacreditável aos 84 minutos. E no jogo com o Setúbal marcou o seu único golo através de um penálti-fantasma – tendo o árbitro anulado à beira do fim um penálti limpo do Setúbal!

Portanto, o FC Porto podia só ter três ou quatro pontos de avanço sobre o Benfica.

E no domingo passado, em Paços de Ferreira, voltou a ser uma equipa feliz: marcou um golo na sequência de um livre duvidoso, viu o adversário falhar várias oportunidades de marcar – e acabou por arrumar o jogo num penálti caricato.

Perante isto, coloca-se a seguinte pergunta: qual é o verdadeiro FC Porto – o que esmagou o Benfica ou o que foi vulgarizado na segunda parte pelo Setúbal e pelo Paços de Ferreira? E qual vai ser o FC Porto de 2011: um Porto possante e goleador ou um Porto triste e apagado, a precisar que os árbitros lhe ponham a mão por baixo?"

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Triste País...

Correia dos Santos, e Aurélio Márcio deixaram o mundo dos vivos nos últimos dias, um Sportinguista, outro Benfiquista, um atleta, outro jornalista, ambos com carreiras dignas, e honestas, que honram os seus nomes, e as suas famílias. Ambos conseguiram reconhecimento Mundial, um patinando, o outro escrevendo, ambos atingindo patamares de excelência, afirmando-se sempre pela positiva, com mérito, e brio. No caso de jornalista ainda podemos acescentar aos adjectivos: 'soldado' da liberdade, contra a censura - que falta fazem exemplos destes no actual panorama da (des)comunicação social desportiva portuguesa.
Mas em Portugal estas caracteristicas não são suficientes para se ser 'mediático', e assim com a morte de outra figura pública desportiva, o desaparecimento dos dois primeiros passou para segundo plano!!!
Do senhor Monteiro não se sabe se alguma vez deu alguma coisa de positivo ao futebol, ao desporto, ao Direito, ou a outra coisa qualquer. Alimentou ódios, mentiu, foi malcriado, ofendeu pessoas e instituições, defendeu activamente organizações criminosas... qual fiel canino, que mesmo depois de levar pontapés do 'dono', continuou sempre a 'abanar a cauda', sempre que o senhor Costa 'aparecia'!!!
Neste triste cantinho, uma figura destas, mesmo na hora da morte, conseguiu 'ganhar' em protagonismo a dois enormes 'profissionais' do desporto português!!! Tanto na comunicação social generalista, como na desportiva (se a 'outra' se pode desculpar a ignorância, a desportiva é indesculpável)!!!
E depois a gente ainda se queixa do estado do futebol em Portugal, quando são estes os critérios de reconhecimento público pelos serviços prestados. Com exemplos destes...!!!

(E)ternamente Eusébio

"Faz hoje, 17 de Dezembro exactamente 50 anos que Eusébio chegou a Lisboa. Muitos textos laudatórios dispensei ao ídolo, ao amigo, ao padrinho de casamento. Basta-me, para tanto, o recurso ao meu arquivo que só ele poderia hegemonizar.
Veio de Lourenço Marques, da então África Oriental portuguesa. Ou será que veio do outro mundo? Eusébio, encurralado pelo colonialismo, no bairro da Mafalda, com aura quase angelical, pés descalços, corpo de vento, alma gentil, sangue de bola.
'I have a dream', terá dito, como Luther King, à chegada a Lisboa, menino ainda, disputado pelo Sporting, fiel ao Benfica. Dizia sim, diziam não. Dogmatizava a bola. Rajada fatal. Batuta de génio. Sedução hipnótica. Deus nativo na Luz.
Antes dele, só crença. Formou-nos o gosto, fez-nos exigentes. Culposamente, Eusébio era Portugal, era todos nós sendo apenas ele. Jamais houve um jogador tão sectariamente sublinhado. Gostava de discursar em campo, fazendo das consoantes passes e das vogais golos. Uma das poucas personalidades planetárias conhecidas pelo nome próprio.
Foram Bolas de Ouro e de Prata. Botas também. Campeonatos muitos. Em Portugal, na Europa, no Mundo. Foram mais de mil remates com rótulo certeza, nesse prazer animal, a caminho da bíblia da bola. Entre ele e os demais havia tantos fusos de distância. Só não conquistou a liberdade para marcar quando quisesse. Esteve tão próximo como os outros tão distantes. Humildemente, pediu desculpa. Por isso era grande, por isso Eusébio é o maior."
João Malheiro, in O Benfica

Obrigado, Eusébio

"Já alguém terá feito esse exercício mental? O que seria o futebol sem Eusébio? Chegou a Lisboa há 50 anos e, com ele, tudo mudou. O Benfica? O Benfica e Portugal. Mesmo a bola planetária passou a referenciar uma das suas maiores divindades.
De Eusébio está tudo dito, mas tudo tem de ser sempre dito. Eusébio foi uma espécie de milagre neste país triste e envergonhado da década de sessenta. Transformou o Benfica num clube mítico. Em tempo de ditadura, colocou Portugal no mapa afectivo. Foi tudo por nós, sendo apenas ele. Sempre disse que antes de saber que me chamava Malheiro, já sabia dizer Eusébio, já sabia quem era Eusébio, já sabia que o meu ídolo era Eusébio. Só não sabia que, alguns anos volvidos, Eusébio estava no leque restrito dos meus melhores amigos, só não sabia que Eusébio haveria de ter a sua biografia assinada por mim, só não sabia que Eusébio seria padrinho de um dos meus casamentos, só não sabia que com Eusébio viria a servir o nosso Benfica.
Um dia, ainda no começo da década de 90, num jantar que organizei na Costa de Caparica, estava a nossa forte e arreigada amizade numa fase embrionária, Eusébio pediu-me um autógrafo. Fiquei apopléctico. A mim? Que troca absurda de factores era essa? Percebi então, emocionadamente, que só a humildade faz os grandes. Por isso é que Eusébio é tão grande. Por isso também percebi que só humildemente poderia continuar a ser credor da sua bênção amiga. Até porque, a seu lado, a minha pequenez me engrandece."

João Malheiro, in Destak

Artur Correia

"Quis voltar a falar e falei, quis voltar a andar e andei, quis voltar a ter uma vida normal e aqui estou hoje a falar-vos do Benfica e da minha experiência." Para todos aqueles que já o ouviram a recordar os momentos de competição ou simples curiosidades é mais fácil perceber a grandeza do seu benfiquismo. Raras são as experiências de tamanha força, coragem e persistência como a de Artur Correia. Francamente, não conheço nenhuma. No aniversário da Casa do Benfica de Vendas Novas, Artur emocionou a plateia, fez chorar a maioria com exemplos de vida e de benfiquismo. O vice-presidente para as Casas, Domingos Almeida Lima, Juan Bernabé e eu ouvimo-lo incapazes de suster a comoção. Evocando os adversários, destacou as diferenças para definir o que é ser do SLB. E naquela tarde ficou claro o que é Ser Benfiquista... Ser Benfiquista é ter crescido com símbolos da grandeza de Artur Correia, homens que respeitavam o Clube, o emblema, a bandeira, a história, o País e os Portugueses.
Homens que serviram o Benfica sem se servir dele. Aos 29 anos, quando ainda tinha muito para oferecer ao futebol português, ele que era um dos melhores laterais-direitos da Europa, viu a sua carreira bruscamente terminada. Era um jogador incansável, que corria durante 90 minutos sem mostrar quebras de rendimento. Ninguém apostaria num fim tão antecipado por causa de um acidente cardio-vascular-cerebral. O comum dos mortais ter-se-ia curvado aos sinais do destino, ter-se-ia fechado e provavelmente definhado com o passar dos anos. Mas Artur Manuel Soares Correia ainda hoje não é comum, felizmente para ele e para o Clube onde escreveu as mais importantes páginas de glória. Foi vencendo as adversidades, ganhando batalha após batalha e hoje consegue passar a mensagem triunfal de quem alcançou o impensável. O infortúnio só o fez dar mais valor aos princípios e às pessoas que nunca o abandonaram e à instituição que o apoia. Até nisso este Clube é diferente. Fez-se grande com jogadores como Artur Correia e agora retribui, dando-lhe o que merecem.
Ser Benfiquista é ter heróis como tu, Artur."

Ricardo Palacin, in O Benfica

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Derrota com sabor a Vitória !!!



Com a derrota do Lugano na Bulgária passámos à próxima fase da Eurochallenge, vamos jogar mais 6 jogos, com mais 3 viagens complicadas, e como é óbvio o grau de dificuldade vai aumentar...
Vencemos os 3 jogos em casa, mas as 3 derrotas fora de casa, todas elas com diferenças grandes, deixam o aviso que as aspirações são limitadas. Aquilo que a equipa já alcançou tem que ser considerado como bastante positivo...


Vamos encontrar os seguintes adversários:

-NORRKÖPING DOLPHINS (Sue)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

NeoBlanc 14

Tabela Anti-NeoBlanc:

Benfica......... 30 (-9)... 39
Corruptos..... 38 (+8)... 30
Sporting........ 25 (+4)... 21
Braga............ 20 (+1)... 19



'Vira o disco e toca o mesmo !!!' É o lema. Tudo feito com a complacência, daqueles que deveriam exigir um Campeonato 'limpo'!!! A cobardia, e o medo são tão evidentes (na melhor as hipóteses, porque se não é medo então tudo é feito com a intenção clara de branquear!!!), que mesmo quando acontece um Roubo do tamanho do Evereste, como esta semana aconteceu em Paços, ninguém assume a obrigação ética, e deontológica de informar o público. Foi 'massacrante' ouvir todo o dia, em diversos órgãos de comunicação social, principalmente nas televisões, palavras como: 'penalty contestado pelo Pacenses.'!!! Mais nada!!! Ninguém teve a decência de assumir que o penalty do David Simão não existiu. Quando o Benfica é supostamente beneficiado (normalmente na Taça da Liga!!!) fazem-se primeiras páginas, 'abrem-se' telejornais, quando o Clube assumidamente Corrupto é beneficiado, semana após semana, descaradamente, à vista de todos, SILÊNCIO...!!!
Agora mais uma vez, após uma vitória do Benfica, em vez de se falar positivamente sobre o Benfica, tenta-se arranjar outro assunto, desta vez é a Águia Vitória, e sobre este assunto não se importam de fazer 'barulho'...!!!



Na Catedral apesar da indiscutivel vitória, os erros foram muitos. Depois de um famoso Estrela-Benfica, onde este Hugo Miguel marcou 2 penalty's a favor do Benfica (no primeiro a falta existiu, mas foi fora da área. O segundo foi bem marcado), e 1 contra (não existiu). A partir desse momento esta personagem 'sinistra' profundamente incompetente ficou sem condições de arbitrar jogos do Benfica. Pois como é habitual, na altura 'fabricaram' um Circo 'Mentiroso' à volta desse jogo, 'vendendo' a ideia que a arbitragem tinha sido escandalosamente favorável ao Benfica. Desde dessa altura que tem tentado 'apagar' essa imagem de 'Benfiquista', inclusive em jogos particulares como o Benfica - Atlético de Madrid!!!
-Golo bem anulado ao Saviola.
-Penalty evidente sobre Coentrão. Joelhada do Tarantini. Só o Santolas do Laço não viu...!!!
-Penalty contra o Benfica mal marcado. Não existe fora-de-jogo do Mendes, no momento do cruzamento estão 3 jogadores do Rio Ave em fora-de-jogo, mas o extremo está em jogo. O toque de cabeça do David Luíz é completamente inconsequente, o que conta é o momento do cruzamento do Bruno Gama. Depois a bola bate claramente no peito do Coentrão, e não toca em nenhum dos braços do Fábio. Eu até admito que o fiscal-de-linha tivesse dúvidas, em 'tempo real' o lance é 'complicado', mas após ver as repetições na televisão continuar a insistir que é penalty, é de uma extraordinária canalhice...!!!
-David Luíz faz falta sobre o Paulo Santos no 5º golo do Benfica. É uma 'faltinha', mas é falta, o David move-se para 'atrapalhar' a vida ao adversário, o contacto existe, não é provocado pelo Paulo Santos, é dentro da pequena área, portanto é falta. Não me parece que o Paulo Santos tivesse hipóteses de chegar à bola, mas isso também não interessa...!!!
-Vários fora-de-jogo mal assinalados para as duas equipas, pelos dois árbitros auxiliares. Numa situação o João Tomas ainda atirou a bola ao poste, mas o fora-de-jogo já tinha sido erradamente marcado. Na última jogada do jogo o João Tomas também não estava em fora-de-jogo, o nosso ex-goleador chegou a rematar à baliza, mas a bola foi ao lado. Para compensar na jogada que permite ao Roberto a defesa da noite, o João Tomas estava fora-de-jogo mas nada foi assinalado.
-O Santola do Laço, no seu monologo cobarde 'tentou' inventar várias expulsões ao David Luíz, mas como já habitual a razão não lhe assiste. O David 'atinge' a cara do Wires (creio ser este!!!), mas sem qualquer intenção, aliás o Vila-condense já está em queda, com a cabeça em baixo, o David está de costas para o adversário, ganha posição e limita-se a proteger a 'linha' da bola. Na parte final do jogo, o David dá um 'encosto' ao João Tomas sem bola, para impedir a sua desmarcação, mas só o jeito para o teatro do Jardel de Coimbra é que transformou um lance normal, num lance supostamente duvidoso. No pior dos cenários seria um amarelo, nunca um vermelho, porque não existe agressão... A existir agressão é logo no início da partida quando o João Tomas dá uma bofetada no David, mais tarde estranhamente o João Tomas voltou a reincidir atingindo o Roberto com o cotovelo sem qualquer necessidade...
-Uma nota para os 'critérios', mais uma vez faltas à entrada da área do Rio Ave não 'existem', no início da segunda parte, na mesma jogada existiram duas seguidas sobre o Salvio. Nos 5 minutos que antecederam o primeiro golo do Rio Ave, existiram pelo menos 3 faltas, praticamente consecutivas a meio-campo favoráveis ao Benfica que não foram marcadas, a mais evidente sobre o Javi Garcia.
adenda: Uma nota para o feliz regresso do António Pires Vicente aos comentários na Benfica TV. O Benfica não pode estar refém das campanhas dos anti-Benfica. Recordo que o António Pires Vicente no Guimarães-Benfica, em directo, afirmou que o penalty sobre o Carlos Martins não existiu, enganou-se, também tem direito, eu até prefiro este tipo de 'enganos' contra o Benfica na Benfica TV, do que os 'enganos' a favor do Benfica, dão credibilidade, podemos até dizer sem exageros que a Benfica TV é mais 'honesta', do que a Sporttv, a SIC, a TVI, e a RTP!!! Que sobre a capa da independência manipulam constantemente a realidade. Sem vergonha de assumir o nosso Benfiquismo, a Benfica TV deverá manter-se o mais objectiva possível nas analises aos jogos.
Resumindo, fomos mais uma vez prejudicados nos penalty's, ficou 1 por marcar a nosso favor, e foi 1 mal marcado contra. No final do jogo, quando já não 'contava' lá se 'enganou' a nosso favor no 5º golo!!!






O jogo de Paços começou a ser jogado uns dias antes, quando o puto das Birras, ficou 'chateado' porque o adversário anunciou que queria ganhar!!! Onde já se viu, um Presidente, um treinador, ou mesmo um grupo de jogadores, demonstrar desejo de ganhar uma partida!!! Obviamente os Caixinhas de Leiria são muito mais 'simpáticos', vão a jogo para 'perder'!!! E até são recompensados com classificações interessantes!!!
-Primeiro golo dos Corruptos. Curiosamente as imagens até não esclarecem na totalidade, eu até posso admitir que não existe fora-de-jogo, agora estão vários jogadores corruptos em fora-de-jogo, o Otamendi aparece por trás deles, neste tipo de situações o fora-de-jogo é quase sempre marcado. A recomendação para beneficiar o ataque em caso de dúvidas existe, mas nunca é seguida, excepto se for conveniente!!! Além disso tudo, a falta que dá o livre é extremamente duvidosa, é das tais que favor do Benfica nunca são marcadas...
-Walter deveria ter sido expulso. Nem todas as situações de mão na bola são merecedoras de amarelo. Mas agarrar a bola para impedir a marcação da falta dá amarelo. Se o 'Martelinho' tivesse levado amarelo, se calhar segundos depois quando 'arrancou' pela raiz um adversário tivesse levado o segundo amarelo, e correspondente vermelho!!!
-Remate de Roldon, terá Rolando jogado a bola com a Mão?!!! Curiosamente as repetições deste lance 'desapareceram'!!! É um caso, que nem sequer chega a ser, por ausência de imagens. Um cruzamento da direita, o Nelson Oliveira amortece de cabeça, e o Rondon remata enrolado, o Rolando 'mergulha' à frente da bola, e consegue 'amortecer' a bola para defesa fácil do Helton. O remate é à 'queima', mas se a bola bater na Mão é penalty, porque usa os braços para tapar 'ângulo' !!!
-Pisadela de Filipe Anunciação a Givanildo. Dá ideia que ficou um penalty por marcar, mas como o Givanildo não 'rebolou'...
-Anedota da jornada, David Simão dá um pontapé na bola, e o Corrupto Frutado, marca penalty!!! Já vi muitos 'roubos', mas nunca nada parecido com este!!! O Paços nesta altura já merecia o empate, estava farto de falhar golos, nada melhor que um penaltyzinho para acalmar os 'corações'!!! Aqui a falta que está na origem do livre também deixou muitas dúvidas...
É daqueles jogos, onde os erros tornam impossível 'imaginar' qual seria o resultado, sem os 'desvios' já descritos...









Na Pedreira nada a assinalar, a não ser a anunciada saída do treinador dos Corruptos D !!!


Em Setúbal, nada a assinalar de significativo além de uns fora-de-jogo mal assinalados ao Setúbal. Podémos também assistir às capacidades teatrais 'esplêndidas' dos Lagartos. Ainda me lembro quando o João Pereira era o inimigo numero 1 em Alvalade, após a expulsão do Hugo Viana num jogo para a Taça na Luz, hoje fico abismado quando o mesmo jogador rebolou, rebolou, rebolou, e ainda guinchou, quando ninguém lhe tocou, tentado 'sacar' o vermelho ao Valdomiro, e os mesmos adeptos Lagartos ficam 'derretidos' com tanta 'genica'!!!



Anexos:


Benfica

1ª-Académica, Prejudicados, Com 3 pontos
2ª-Nacional, Prejudicados, Com 3 pontos
3ª-Setúbal, Prejudicados, Sem influência no resultado
4ª-Guimarães, Prejudicados, Com 3 pontos
5ª-Sporting, Nada a assinalar
6ª-Marítimo, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
7ª-Braga. Nada a assinalar
8ª-Portimonense, Prejudicados, Sem influência no resultado
9ª-Paços Ferreira, Beneficiados, Sem influência no resultado
10ª-Corruptos, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado
11ª-Naval, Prejudicados, Sem influência no resultado
12ª-Beira-Mar, Prejudicados, Sem influência no resultado
13ª-Olhanense, Prejudicados, Sem influência no resultado
14ª-Rio Ave, Prejudicados, Beneficiados, Sem influência no resultado


Corruptos

1ª-Naval, Beneficiados, Com 3 pontos
2ª-Beira-Mar, Beneficiados, Impossível de contabilizar no resultado
3ª-Rio Ave. Beneficiados, Com 2 pontos
4ª-Braga, Beneficiados, Com 2 pontos
5ª-Nacional, Beneficiados, Impossível de contabilizar no resultado
6ª-Olhanense, Nada a assinalar
7ª-Guimarães, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8ª-Leiria, Prejudicados, Sem influência no resultado
9ª-Académica, Nada a assinalar
10ª-Benfica, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
11ª-Portimonense, Nada a assinalar
12ª-Sporting, Prejudicados, Com 2 pontos
13ª-Setúbal, Beneficiados, Com 3 pontos
14ª-Paços de Ferreira, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar no resultado


Sporting

1ª-Paços de Ferreira, Nada a assinalar
2ª-Marítimo, Nada a assinalar
3ª-Naval, Beneficiados, Com 2 pontos
4ª-Olhanense, Beneficiados, Com 1 ponto
5ª-Benfica, Nada a assinalar
6ª-Nacional, Nada a assinalar
7ª-Beira-mar, Nada a assinalar
8ª-Rio Ave, Nada a assinalar
9ª-Leiria, Prejudicados, Sem influência no resultado
10ª-Guimarães, Beneficiados, Sem influência no resultado
11ª-Académica, Nada a assinalar
12ª-Corruptos, Beneficiados, Com 1 ponto
13ª-Portimonense, Nada a assinalar
14ª-Setúbal, Nada a assinalar


Braga

1ª-Portimonense, Nada a assinalar
2ª-Setúbal, Nada a assinalar
3ª-Marítimo, Beneficiados, Com 2 pontos
4ª-Corruptos, Prejudicados, Com 1 ponto
5ª-Paços de Ferreira, Nada a assinalar
6ª-Naval, Nada a assinalar
7ª-Benfica, Nada a assinalar
8ª-Olhanense, Beneficiados, Sem influência no resultado
9ª-Rio Ave, Nada a assinalar
10ª-Beira-Mar, Prejudicados, Com 2 pontos
11ª-Guimarães, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
12ª-Nacional, Beneficiados, Com 2 pontos
13ª-Leiria, Nada a assinalar
14ª-Académica, Nada a assinalar