Últimas indefectivações

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Falta um só passo... grande

"Apesar de lhe ter tocado o adversário mais incómodo nas meias-finais da Liga Europa, o Benfica acabou por ser feliz. Sendo - ao menos em teoria - a Juventus a equipa mais forte das 4 que restam em prova, torna-se assim mais fácil apurar-se para a final numa eliminatória a duas mãos, uma das quais terá por palco o enorme, caloroso e temível Estádio da Luz. Tudo isto, obviamente, porque a final terá lugar no Juventus Stadium, em Turim, e no pressuposto de que um dos finalistas seria o proprietário do campo. Mas o inverso também é verdadeiro: de facto, o antagonista que a turma italiana menos desejaria nesta fase, era justamente o Benfica. São muitas as similitudes entre os dois contendores: ambos têm um historial prestigioso; ambos podem, desde há muito, encomendar as faixas de campeões dos respectivos países; ambos iniciaram a campanha na Liga dos Campeões com grandes expectativas que depois, surpreendentemente, não confirmaram; ambos dispõem de um plantel repleto de internacionais. Onde as coisa divergem é na situação financeira: enquanto a vecchia signora tem a poderosa FIAT a sustentá-lá, a águia nem sempre tem desafogo para voar ainda mais alto.
Ao invés dos primeiros anos, quando a Liga Europa esteve prestes a ser canibalizada pela Champions (prémios insignificantes e prestígio reduzido), as circunstâncias mudaram substancialmente. Beneficiando da revolução levada a cabo por obra e graça de Platini nos últimos 4 anos, a competição passou a ser mais competitiva e apetecida. O facto de se ter tornado mais acidentado o caminho de acesso ao seio do irmã mais rica para muitos dos não campeões nacionais, veio valorizá-la em todas as vertentes e as consequências saltam à vista: participação de grandes equipas que saíram da Champions na fase de grupos, mais espectáculo, mais gente nos estádios, mais dinheiro. E embora o título de campeão, por uma questão meramente clubística, seja o mais desejado, um troféu europeu é sempre mais fascinante."

Manuel Martins de Sá, in A Bola

1 comentário:

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